DÉBORA - A JUIZA DE ISRAEL

DÉBORA JUÍZA E LÍDER MILITAR E A MORTE DE SÍSARA

Depois da morte de Josué em (1485-1375 a.C.), os israelitas se instalaram nos locais que lhes foram atribuídos.

Juízes 2: 10 – E quando toda aquela geração, por seu turno, se reuniu a seus pais (morreram). Sucedeu-lhe uma outra geração que não conhecia a Iahweh nem a obra que ele tinha feito por Israel. 11 – Então os israelitas fizeram o que era mau aos olhos de Iahweh, e serviram aos baais. 12 – Deixaram a Iahweh, o Deus de seus pais, que o tinha feito sair da terra do Egito, e seguiram a outros deuses dentre os dos povos ao seu redor. Prostraram-se ante eles e irritaram a Iahweh, 13 – e deixaram a Iahweh para servir a Baal e a Astarte.

Em uma época em que os israelita não tinham nem reis e nem leis, eles passaram a cultuar os deuses que eram adorados pelos cananeus e outros povos da região. Periodicamente surgiam alguns líderes para tentar manter a união entre as várias tribos, principalmente para combater os arameus, os hititas, os moabitas, os cananeus, os filisteus, os midianitas, os amonitas e outros povos que estavam constantemente oprimindo as desunidas tribos israelitas. O primeiro líder foi Otoniel (1360-1320 a.C.), o segundo Eúde (1292-1212 a.C.) e o terceiro foi Débora. (1230 a 1190 a.C,).

Débora possui um lugar singular entre as mulheres israelitas. Ela não foi somente uma profetisa, mas a única mulher juíza de Israel, como também uma líder militar. Débora foi juíza por 40 anos em uma época em que os israelitas foram oprimidos por 20 anos (1214-1194 a.C.) por Jabim, rei canaanita de Hazor.

Juízes 4: 4 – Nesse tempo, Débora, uma profetisa, mulher de Laspidort, julgava em Israel. 5 – Ela tinha a sua sede à sombra da palmeira de Débora, entre Ramá e Betel, na montanha de Efraim, e os israelitas vinham a ela para obter justiça. 6 – Ela mandou chamar Barac, filho de Abinoem de Cedes em Neftali, e lhe disse: “Iahweh, Deus de Israel, não te ordenou: ‘Vai reúne o monte Tabor e toma contigo dez mil homens dentre os filhos de Naftali e os filhos de Zabulon? 7 – Não atrairei a ti, na torrente do Quison, a Sísara, chefe do exército de Jabin, com os seus carros e as suas tropas e não o entregarei nas tuas mãos?’” 8 – Barac respondeu-lhe: “Se tu vieres comigo, eu irei, mas si não vieres comigo não irei.” 9 – Débora lhe disse: “Irei, pois, contigo, porém, no caminho que seguires, a honra da vitória não será tua, porque é nas mãos de uma mulher que Iahweh entregará Sísara.” Então Débora se levantou e, com Barac, foi para Cedes. 10 – Barac, convocou Zabulon e Neftali em Cedes. Dez mil homens subiram, e Débora subiu com ele.

Quando Sísara foi informado quer Barac estava acampado no monte Tabor, passou em revista todo seu exército de novecentos carros de ferro.

Juízes 4: 14 – Débora disse a Barac: “Prepara-te, porque este é o dia em que Iahweh entregou Sísara nas tuas mãos. Porventura não marchou Iahweh à tua frente?” Então Barac desceu do monte Tabor à frente de dez mil homens. 14 – Iahweh encheu de pânico Sísara, com todos os seus carros e todo o seu exercito, diante de Barac. Sísara desceu do seu carro e fugiu a pé. 16 – Barac perseguiu os carros e o exército até Heroset-Goim. Todo o exército de Sísara caiu ao fio da espada, e nenhum homem escapou.

A vitória sobre Sísara é celebrada no chamado “Canto de Débora” (Juízes 5: 1-31). É um cântico sobre ela e não produzido por ela. É uma dos exemplos mais antigos da poesia hebraica. O cântico que elogia Débora e a proclama “mãe de Israel”, também censura aquelas tribos israelitas que não enviaram homens para reforçar o exército de Barac.

O cântico também elogia outras mulheres: Jael, por sua parte na morte de Sísara.

Juízes 4: 17 – Sísara, entretanto, fugiu a pé em direção à tenda de Jael, mulher de Héber, o quenita, porque havia a paz entre Jabin, rei de Hasor, e a casa de Héber, o quenita. 18 - Jael, saindo ao encontro de Sísara, disse-lhe: “Fica, meu senhor, fica comigo. Não temas!” Ele entrou na tenda com ela, e ela o cobriu com um tapete. 19 – Disse-lhe ele: “Dá-me um pouco d’água, peço-te: tenho sede.” Ela abriu o odre onde estava o leite, deu-lhe a beber e o cobriu de novo. 20 – Disse-lhe ele: “Põe-te a entrada da tenda e, se vier alguém e te perguntar: ‘Há algum homem aqui?’ responderás: Não’”. 21 – Mas Jael, mulher de Héber, pegou uma estaca da tenda, aproximou-se dele mansamente, cravou-lhe na têmpora a estaca até que penetrou na terra. Ele dormia profundamente, vencido pelo cansaço, e assim morreu. 22 – E eis que surge Barac perseguindo Sísara. Jael saiu a seu encontro e disse-lhe: “Vem e te mostrarei o homem que procuras.” Ele entrou com ela: Sísara jazia morto, com a estaca na têmpora.

O “Cântico de Débora” encara com a informação de que a terra teve paz por quarenta anos após a vitória sobre Sísera e o exército de Jabim. Depois disso:

Juízes 6: 1 – Os israelitas fizeram o que era mau aos olhos de Iahweh e Iahweh os entregou por sete anos às mãos dos madianitas, 2 – e a mão de Madiã se tornou pesada sobre Israel.

Débora (1230-1190 a.C.), foi a terceira pessoa a julgar em Israel. A opressão dos midianitas durou sete anos (1190-1183 a.C.). Depois de Débora houve mais oito juízes. Gideão (1183-1143 a.C.), Tola (1135-1112 a.C.), Jéfté (1106-1100 a.C.), Jair (1105-1083 a.C.), Ibsã (1099-1092 aC..), Elom (1091-1081 a.C.), Abdom (1080-1072 a.C.) e Sansão (1072-1052 a.C.), Eli (1070-1050 a.C.) e Samuel (1050-1030 a.C.) também fora juízes.

Os juízes não eram reis. Eram apenas pessoas para julgar questões e liderar. Portanto, houve momentos que teve mais de um juiz assim como períodos que não havia nenhum.

FONTES:

BÍBLIA DE JERUSALÉM – Ed. Paulus, São Paulo-SP, 2016.

BALDOCK, John – Mulheres na Bíblia – M.Book – São Paulo-SP, 2009.