ZOROASTRISMO E CRISTIANISMO

O Zoroastrismo, a religião monoteísta que viria a influenciar as três maiores religiões da atualidade, o judaísmo, o islamismo e o cristianismo. A noção de bem versus mal, um ser supremo que é desafiado por um inimigo poderoso, a personificação do mal, que tenta os homens e os leva a se corromperem, que é sinônimo de ganância, de trevas, a ideia de livre-arbítrio, na salvação e ressurreição, em anjos da guarda, o juízo final, onde retornarão ao paraíso os escolhidos, com punição para os maus, e recompensa para os bons, todas são originárias do Zoroastrismo. Zaratustra Spitaman (mais conhecido na aliteração grega do nome para Zoroastro), a “Religião da Boa Consciência”.

Zoroastro viveu na Ásia Central, num território que compreendia o que é hoje a parte oriental do Irã e a região ocidental do Afeganistão. Concebeu então, um Deus único, criador do Universo, a quem deu o nome de Ahura Mazda, por conseguinte, a religião respectiva passaria a chamar-se “mazdeísmo”. Um só Deus, o Criador, Ahura Mazda, a divindade suprema, para os cristãos, ele é o pai e para os muçulmanos, Allah. Em todos os casos ele encarna e é a fonte de tudo que é bom. Em contrapartida, Ahura Mazda, e seus anjos, travam uma batalha dentro de cada pessoa contra o princípio do mal, Angra Mainyu, por sua vez acompanhado de entidades malignas, o Mau pensamento, a mentira, a rebelião, o mau governo, a doença e a morte. A grande questão do bem e do mal, colocada por Zoroastro, se resolve dentro da mente humana. O bom pensamento cria e organiza o mundo e a sociedade, enquanto o mau pensamento faz o contrário. Esta opção é feita no dia-a-dia da pessoa e ninguém pode fazer uma opção definitiva, pois este é um processo dinâmico e progressivo. Zoroastro aos trinta anos, enquanto participava num ritual de purificação num rio (notem a semelhança com o rio onde João batista efetuava a purificação), viu um ser de luz que se apresentou como sendo Vohu Manah ("Bom Pensamento") e que o conduziu até à presença de Ahura Mazda e de outros cinco seres luminosos (anjos), os Amesha Spentas, sendo este o primeiro de uma série de encontros com Ahura Mazda, que lhe revelou a sua mensagem. O principal documento que nos permite conhecer a vida e o pensamento religioso de Zoroastro são os Gathas, dezessete hinos compostos pelo próprio Zoroastro e que constituem a parte mais importante do Avesta ou livro sagrado do zoroastrismo. Seus sacerdotes, os Magi (sábios ou magos, como citados no Evangelho Apócrifo Armenio da Infância, os três Reis Magos vindos do oriente), eram vegetarianos, re-encarnacionistas, espiritualistas e conheciam muito bem a astrologia. As autoridades civis e religiosas opunham-se às doutrinas de Zoroastro. Após doze anos de pregação, Zoroastro abandonou a sua região natal e fixou-se na corte do rei Vishtaspa na Báctria (região que se encontra no atual Afeganistão). Este rei e sua esposa, a rainha Hutosa, converteram-se à doutrina de Zoroastro e o zoroastrismo foi declarado como religião oficial do reino. Zoroastro foi tentado por Angra Mainyu (espírito mal) ao iniciar seu ministério, ele tentou dissuadi-lo do seu propósito. Assemelhando-se a Jesus (Yeshua) ao iniciar seu ministério foi conduzido ao deserto aonde foi tentado pelo diabo, mas o venceu. Quanto a datação da Dispensação Zoroástrica existe muitas controvérsias, os acadêmicos têm situado a sua vida entre 1750 e 1000 a.C..

As fontes gregas não são suficientes para precisarmos uma data, pois Heródoto praticamente ignora a existência de Zoroastro. Platão, em sua obra Alcebíades, o cita, no entanto sem consistência história porque chega a compará-lo com Zervan (o Tempo. Tomando como base a mitologia supunha-se que Zoroastro vivera não menos que 1200 a.C.. Depois de um século, o rei Sargão II mencionava príncipes medas em uma inscrição datada de 713 a.C. O mais provável seja que ele viveu na formação do II Império Babilônico (606-538 a.C.). Considerando que Zoroastro viveu 77 anos, seu nascimento teria ocorrido no ano 607 a.C.. Admitindo esta hipótese Zoroastro foi contemporâneo de dois grandes reis da Babilônia Nabucodonosor e Nabonido, pai de Baltazar que pereceu com a queda da Babilônia no ano de 539 a.C.. Todavia se considerarmos o texto dos Gathas (parte do Avesta – texto sagrado Zoroástrico) localizaríamos o Profeta no princípio do primeiro milênio a.C logo muito antes do imperador persa Ciro, o Grande (539 a. C.). Os judeus assimilaram a crença um Ahriman, um diabo pessoal, que, em hebraico, eles chamaram de SATAN, por isso, o seu aparecimento na Bíblia só ocorre no livro de Jó e nos outros livros escritos após o exílio Babilônico, do ano 538 a.C. para cá. Nestes livros já aparece a influência do Zoroastrismo persa. Observe ainda que a tentação de Adão e Eva é feita pela serpente e não por Satanás, demonstrando assim que o escritor do Gênesis não conhecia Satanás. Os sábios judaicos, interpretando o Eclesiastes 10:11, afirmam que, na verdade, a cobra que seduziu Adão e Eva era o Anjo Samael, que apareceu na terra sob a forma de serpente. Ele, que é conhecido como o "dono da língua", usou sua língua para seduzir Adão e Eva ao pecado. O poder do mal está em sua língua. Uma outra observação interessante é que o livro de Samuel foi escrito antes da influência persa no ano de 622 a.C. e, no II livro de Samuel em seu capítulo 24:1, você lê com relação ao recenseamento de Israel o seguinte: "A cólera de IAHVÉH se inflamou novamente contra Israel e excitou David contra eles, dizendo-lhe: Vai recensear Israel e Judá". Agora veja esta mesma passagem no I livro das Crônicas, que foi escrito no começo do ano 300 a.C, portanto, já sob a influência do Zoroastrismo persa, com o já conhecimento de Ahriman/Satanás. No capítulo 21:1 desse livro está escrito: "e levantou-se Satã contra Israel, e excitou David a fazer o recenseamento de Israel". Portanto, o que era IAHVÉH no livro de Samuel aparece agora no livro das Crônicas como SATANÁS. Passa a existir a partir daí, "uma lenda" entre o povo judeu de que Satanás é considerado como o rei dos demônios, que se rebelara contra Deus sendo expulso do céu. Ao exilar-se do céu, levou consigo uma hoste de anjos caídos, e tornou-se seu líder. O conceito do "inferno" para os pecadores também não fazia parte da tradição dos judeus. Ele se desenvolveu na Bíblia, a partir do período de Daniel. No judaísmo esperava-se uma Messias, haviam profecias que indicavam sua vinda. Mas este Messias viria para salvar a nação judaica na concepção do judaísmo; e na concepção do Cristianismo veio para salvar a humanidade. Jesus Cristo profeta do Cristianismo não foi aceito como Messias para os judeus, ambas lendas sob influência do Zoroastrismo. No Zoroastrismo, rezavam perante uma chama de fogo onde através de orações invocam a sabedoria de Ahura Mazda.

Zoroastro teve muitos problemas em tentar implementar a religião monoteísta, tentando se opor aos sacerdotes de Mithra e os sacrifícios sangrentos dos touros. Foi assassinado por sacerdotes de Mithra no templo de Balkh, faleceu aos setenta e sete anos. Grandes reis da Pérsia, como Ciro e Dario, eram devotos zoroastras. Havia até 50 milhões de fiéis no império que se estendia da Grécia até a Índia, segundo estimativas. A tranquilidade acabou com a invasão da Pérsia pelo Exército do conquistador macedônio, Alexandre, o Grande, que levou o império ao colapso, no ano 330 a.C.. Desde então, zoroastras foram perseguidos e discriminados, tanto por cristãos como por muçulmanos no rastro das invasões e reconquistas que moldaram o Oriente Médio e a Ásia. Antes da revolução islâmica, em 1979, havia cerca de 300 mil zoroastras no Irã. Boa parte fugiu para os EUA temendo perseguição. Três décadas após esse tumultuado período, os zoroastras iranianos hoje praticam sua fé em razoável liberdade.

COMENTÁRIOS:

O zoroastrismo não era exatamente uma religião monoteista, embora defendesse a ideia de um deus supremo ( Ahura Mazda), havia outras divindades na trindade zoroastrista ( Ormuz e Ariman, em persa : Angra Manihuh); Em nenhuma religião a divindade que personifica o mal tinha um status tão elevado: Angra Maniuh era um deus do mal, sendo um principio cósmico que não podia ser destruído, porque fazia parte da ordem dualista do universo: a eterna luta entre o bem e o mal. . Havia tambem os sete 'Ameshapenthas", sete divindades menores diante do trono de Ahura Mazda, que corresponde aproximadamente aos sete arcanjos da tradição judaica-cristã.

Na tradição judaica são ditos 7 arcanjos, mas só se conhece o nome de tres deles na Bíblia: Rafael, Miguel e Uriel. Rafael é citado somente no livro de Tobias. O livro de Enoque menciona os sete: (Capítulo 20).”1- Estes são os nomes dos anjos Sentinelas: 2- Uriel, um dos santos anjos, o qual preside sobre o clamor e o terror. 3- Rafael, um dos santos anjos, o qual preside sobre os espíritos dos homens. 4- Raguel, um dos santos anjos, o qual inflige punição ao mundo e às luminárias. 5- Miguel, um dos santos anjos, o qual, presidindo sobre a virtude humana, comanda as ações. 6- Sarakiel, um dos santos anjos, o qual preside sobre os espíritos dos filhos dos homens que transgridem. 7- Gabriel, um dos santos anjos, o qual preside sobre Ikisat (serpentes), sobre o paraiso e sobre o querubim.” Na Cabala são citados Dez classes de Arcanjos: Chayot Ha Kodesh; Ophanim; Erelim; Hashmallim; Seraphim; Malakim; Elohim; Bene Elohim; Querubim e Ishim. Os anjos Ishim são os mais próximos dos seres humanos.

Sou estudante Gnóstico e aprecio todo o conteúdo que dispor.

O que a tradição judaica fala sobre o Anjo Samael?

Samael é o lucifer - a estrela da manhã - em textos apócrifos como no livro de Melquisedec e o livro de Enock fica claro esta denominação... ainda existe especulações que Samael foi Cain o primeiro homicida (mas isto são apenas especulações).

O CRISTIANISMO É A CRENÇA EM JESUS CRISTO - O SALVADOR DA HUMANIDADE - QUEM NÃO CRER NISSO E ESTÁ ESCRITO NO LIVRO DE APOCALIPSE SERÁ ENGANADO PELO ANTI-CRISTO NO FUTURO VINDOURO E CONSEQUENTEMENTE USARÁ A MARCA DA BESTA. PARA AQUELE QUE NÃO CRER A CONSEQUÊNCIA SERÁ A MORTE ETERNA E A PROIBIÇÃO DE ENTRAR NO PARAÍSO DO REINO DE DEUS.

Abraços,