REFLEXÃO SOBRE A CONSCIÊNCIA

Todos afirmariam sem medo que as dores do corpo que acometem muitos idosos, decorrem do processo natural do envelhecimento do ser. Da trágica falibilidade física em função da variável “tempo”, diriam os lógicos, com razão. Todavia o que ninguém explica é porque o corpo envelhece. Porque não permanecemos saudáveis e jovens para sempre? Esta estória do ciclo natural não me convence. Quem criou este ciclo, infância, juventude, maturidade e morte, para tudo que vive na superfície da terra? Porque que tem quer ser assim e não assado? Se aprofundarmos nas respostas, vamos chegar a enigmas ainda maiores, como o porquê, da morte e da vida e não às respostas que desejamos.

Para a vida não existe comprovadamente nenhuma explicação, mas para a morte, as religiões e a filosofia, ousam atribuir valores e significados como, por exemplo, o de nos redimir e nos levar ao céu ou ao inferno dependendo de nossa conduta na terra. Bem, abro um parêntese aqui. Se a régua com que nos medirão são os ensinamentos de Cristo, que disse ser o caminho, a verdade e a vida ou ainda as escrituras religiosas, estamos todos condenados, com raríssimas exceções.

Mas poderia a morte nos redimir dos nossos pecados? Poderia ela ter o poder de transformar um espírito mau num espírito bom num passe mágica? Se assim fosse, como disse Padre Vieira, lá pelos idos de 1600, o negócio seria pecar ao máximo e quando morrêssemos, estaríamos todos salvos.

A conclusão óbvia é que a morte não redime ninguém!

A nossa redenção tem que se dar é na terra, no transcurso da existência. O que nos redime é a obtenção de uma consciência plena, o ápice do conceito de irmandade. A descoberta de um nirvana. Um estado de consciência plena de bondade e de luz. Mas como chegar até lá? Como abdicar dos valores mundanos, como o dinheiro e de todo materialismo que cerca a vida? Como conseguir atingir este estágio mental e ao mesmo tempo, criar filhos, lutar pela sobrevivência, fundar empresas, pagar impostos, conviver com os contrários, tolerar as injustiças e suportar as pressões do mundo e as regras dos que comandam o mundo com prepotência sem levantarmos nossa voz? Casos de iluminação, como o do Buda ou mesmo Cristo não se aplica aos mortais como nós, convenhamos.

Assim o caminho da nossa redenção é longo e tortuoso e passa necessariamente pelo sofrimento que nos antecipa a maturidade e esta, por sua vez, a descoberta do mundo espiritual em algum ponto e este uma nova consciência. Assim sendo, se você viveu a vida toda e não descobriu nada, te digo, que tempo enorme perdeste amigo?

Por isso, creio, que em algum momento, devemos olhar para traz e dizer: benditas nossas dores, nossas limitações físicas e dificuldades, que ao longo dos anos, nos trouxeram ou nos trarão a possibilidade do alvorecer de uma outra consciência, de rever valores e descobrir outro sentido para a vida que nos possibilitará iniciar a caminhada dentro de nós mesmos rumo ao nosso crescimento. Este caminhar que é amadurecimento do espírito, fará brotar a nova consciência que demandará evolução constante e aprimoramento e acabará por tornar-se o verdadeiro caminhar para Deus.

A religião pode ser desnecessária neste trajeto!

Meu ponto, meus amigos, é que a trajetória da alma não se completa em uma vida. Quando Jesus disse que poucos serão os escolhidos e os outros arderão no fogo do inferno, não significa que estarão perdidos para sempre, significa que aqueles que não forem escolhidos, terão que reencarnar, ou seja, recomeçar do zero aqui na terra de novo e os escolhidos, tampouco irão ao céu, mas seguirão sua rota de evolução em algum plano designado por forças maiores.

Os desafios não cessam para ambos! Creio, contudo, que ninguém ficará no limbo. Seria muito desperdício e uma afirmação de que Deus, teria falhado ao criar um ser irrecuperável.

Mas não se iluda. Longo será o caminho. Longo e duro, mas à medida que o percorreres, seja lá como for que se chegou até ele, haverá recompensas. Sempre há!

Por isso comece a entender que a vida, não é só diversão, fantasias, carne, posse e competição. A vida tem um que de amargo e por aí pode estar a nossa saída. Deve-se viver de tudo um pouco, mas é preciso ter a consciência sempre alerta para a vida espiritual e seus desígnios de se praticar o bem, dividir, amparar, ser solidário, tentar entender as razões do outro, amar e respeitar o próximo dentro de uma consciência individual.

Juntar-se a movimentos com este propósito não atende a consciência individual e não o excluí da necessidade e da responsabilidade de uma ação pessoal honesta e justa para com o mundo. No fim das contas o tão temido, juízo final, vai conferir o que você fez pessoalmente e não coletivamente.

Seremos eleitos quando atingirmos esta consciência plena e quando a atingirmos seremos partícipes da grande consciência do universo e veremos coisas inacreditáveis e incríveis e o universo todo estará ao alcance de nossas mãos.

Eu sei que estamos longe. Não se avexe, a vida é sempre o primeiro contato com esta consciência e tudo será preliminar em se tratando da compreensão da vida.

Estamos ainda no jardim da infância, mas o importante é que temos a oportunidade a nossa frente! Oxalá compreendamos! Oxalá estejamos atentos!

Celio Govedice
Enviado por Celio Govedice em 14/03/2019
Código do texto: T6597721
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