Fome do pão do amor e sede da justa água da vida.

Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque eles serão fartos; (Mat 5:6). Eis a bem-aventurança que põe em contraste a justiça humana e a justiça divina que tem suas bases no sempiternal amor.

Aqui Jesus trata da busca incessante por uma justiça que deve primeiro permear o nosso interior, na busca de entendermos quem somos, num auto avaliar-se com os olhos da humildade de espirito. Para sabermos o quanto do amor de Cristo se mostra em nossas ações. É um tipo de justiça que difere dos ortodoxos da época, e da que ainda a vemos hoje, (E disse também está parábola a uns que confiavam em si mesmos, crendo que eram justos, e desprezavam os outros: (Luc. 18:9, que se estende até o versículo quatorze).

Ou seja, é a justiça que trata primeiramente conosco, Paulo ao dissertar sobre a nobre ordenança que é a ceia do Senhor em (1Co 11:17-34), ele diz: Porque, se nós nos julgássemos a nós mesmos, não seríamos julgados. (1Co 11:31). Eis a nobreza da justiça ela sempre aponta para o nosso modo de agir ou sentir, e jamais se contenta com atitudes exteriores e atos de obediência se não houver um respeito em amor ao bem-estar do próximo.

Ao enfocarmos está bem-aventurança deste ponto de vista, notamos que é a mais exigente das bem-aventuranças. Mas não somente é a bem-aventurança que mais exige do ser humano, mas também a que mais consolo lhe oferece. Pois ter fome aqui não quer dizer, tenho fome de pão, mas sim quero comer deste pão, e quero entender seu fabrico. Não é somente ter sede de água, mas sim, dizer eu quero tomar a água desta fonte. Ou seja, é ter a fome de participar do corpo de Cristo, e de beber de sua água viva.

E mais no mundo pode haver uma justiça acompanhada de dureza, de um espírito de censura, de falta de simpatia. Uma justiça carregada de subjetividade, que se baseia no eu sou assim mesmo, ou do eu sou bom. Esta justiça não é autêntica porque não produz uma bondade moral, é uma justiça parcial, subjetiva. A justiça que Jesus cita é aquela que busca tratar e cuidar dos outros equitativamente, estudando cada caso com o filtro do amor de Cristo Jesus.

Jesus designa aqui aqueles que procuram com empenho o verdadeiro e imutável bem. Eles serão saciados com o manjar do qual o próprio Senhor declarou: “O meu alimento é fazer a vontade daquele que me enviou. (João 4:34).” Eis o saciar da fome de justiça. E a sede será saciada pela fonte de água viva que produz vida que jorra em abundancia a todos o que dela a beber. Como vemos em (João 4:1-19).

Então que neste dia sejamos vivos mensageiros deste amor que produz a real e equitativa justiça, levando a todos o ensinamento vivo que sacia a sede da alma com vida e vida eterna. E que jamais nos contentemos e dizer sou justo, porque justo e bom é o Pai, nós somos justificados pelo seu amor, amor que devemos ter sede de aprender e apreender todos os dias, num praticar vivo que sempre pensa no justo bem-estar alheio antes do nosso. Que o amor de Cristo Jesus seja sempre o árbitro de nossos corações.

(Molivars).

Molivars
Enviado por Molivars em 26/08/2019
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