OS MOVIMENTOS DA PÁSCOA

O QUE É PÁSCOA?

Páscoa em aramaico é pasah, que significa passar por cima, saltar. Páscoa é cobrir, passar por cima, propriciação, protegendo guardando, justificando, garantindo. Páscoa é cobrir o que é fraco, é frágil, é pecaminoso. Aquilo que não se garante, não se banca a si mesmo. Páscoa é para quem confessa e sabe que precisa da Graça.

Chega até a causar estranheza como ao estudarmos cada movimento vemos uma lição sobre cada um deles. Então entendemos na Bíblia vários movimentos de Páscoa. Porém quero frisar quatro deles e ao final quero mostrar qual é a lição que fica para nós.

PRIMEIRO MOVIMENTO DE PÁSCOA – A PÁSCOA DO JARDIM DO ÉDEN

Na primeira vez que temos uma Páscoa na Bíblia, observamos dois movimentos. E o mais interessante que o primeiro movimento é do home e não de Deus. Intuitivamente o homem proveu uma Páscoa para si, antes mesmo que Deus o tenha feito. Mas a Páscoa do homem é falha e com motivações erradas.

1 - PRIMEIRO MOMENTO DA PÁSCOA NO JARDIM DO ÉDEN – FAZENDO FOLHAS DE FIGUEIRA

É interessante se observar que intuitivamente o homem foi quem elaborou a primeira Páscoa, que remeteria à verdadeira Páscoa. Adão e Eva pecaram e notaram estarem nus e isso fez com que criassem uma vestimenta precária de folhas de figueira. Para cobrir sua culpa, sua nudez, sua certeza de transgressão, a acusação interior do coração, a inadequação para se apresentar diante de Deus, eles fizeram uma cobertura de folhinhas de figueira.

Eles se cobriram com a religião, a moral, a constituição da Igreja, com aplaca da Igreja. É a cobertura da religião do lado de fora da pessoa. É a constituição da pessoa que se acha melhor por que vai todo dia para a Igreja, o que diz que não perde culto, que não chega atrasado. É a cobertura daquele que não escuta musica, não dança. È o pregador que só prega o comum, o acostumado, que não se envolve em polemicas bíblicas, que não se aprofunda, que não faz perguntas constrangedoras. É a religião do que não questiona atitude nenhuma do seu pastor, do que nunca fez uma festa em casa.

Essas são nossas folhinhas de figueira, pra gente fazer de conta, que está mais bem vestido do que o outro. Pois essa cobertura provida por Adão e Eva, só serve para cobrir a nudez perante os olhos do outro e não aos olhos de Deus. Deus tem uma visão de raio-x mais aprimorada do que a do Superman. Deus não só vê além das roupas externas, visualizando as roupas internas da pessoa, ou os órgãos funcionando, o coração batendo, os ossos, o sangue fluindo nas veias, Deus enxerga a alma, os pensamentos, o espírito humano e compreende as motivações humanas. As minhas folhinhas de figuria querem me deixar amais apresentável do que o outro. Eu me cubro, para mostrar ao outro que estou coberto, não para Deus que me vê no fundo da alma e ouve os meus pensamentos. A folhinha de figueira é para o outro, nunca pra Deus.

Adão se cobriu para que Eva não soubesse o que ele pensava e Eva fez a mesma coisa. Minha folha de figueira me cobre, me protege, do outro. É a saia que vai até o pé, a gravata no calor de 40º, é o meu falar baixo para não sair da linha gritando com alguém. A folha de figueira é o cargo, acima do ser. São as folhinhas de figueira, das festas judias, na Igreja. É querer trazer o Velho Testamento para o Novo. São minhas festas judaizantes: Primícias, das Cabanas. São vestimentas que querem voltar a um passado, que já passou. A ultima moda da folhinha da figueira, da religiosidade da folhinha é se vestir como judeu, sem ser judeu, e mais: na Igreja. Pois a Igreja nasceu do Judáismo, mas a Igreja não é judaica é cristã.

Entretanto, mesmo com esses pequenos e falhos recursos o home não se sente vestido diante de Deus. Ele se sente vestido diante de um outro homem, mas não diante de Deus. Ele pode dizer ao outro que cristianismo é chegar no horário correto de culto e usar as vestimentas corretas e seguir o manual corretinho e mostrar sua performance. É a religião da performance.

As folhinhas de figueira são a religião do homem, antes da religião de Deus. As folhinhas de figueira são a religião do Jardim, do caído, do pecador em pecado, antes do perdão, do pecado ainda sem julgamento. As folhinhas de figueira representam o que de pior tem a religião.

Mas diante de Deus, tudo o que essa cobertura representa não cobrem a alma. Deus enxerga além da folhinha e nota que estamos nus, pelados, sem cobertura, em pecado, diante de Deus.

Uma vez ouvi numa pregação a explicação que podemos estar obedecendo em pecado. É aquele que foi ao culto com vontade de pregar, mas o pastor o chamou para varrer a Igreja. Ele até varre, mas com ódio no coração. Ele está obedecendo em completa desobediência. É uma obediência apenas visual, para o outro ver, para dizer que obedece.

2 – SEGUNDO MOMENTO DA PÁSCOA NO JARDIM DO ÉDEN – A MORTE DE UM INOCENTE

O homem então precisa de uma Páscoa, para cobri-lo. O homem precisa de uma cobertura, para protegê-lo do próprio Deus. Ele precisa de algo que faça com que Deus olhe para essa cobertura e não para nossas almas, descobertas, nuas, mostrando a feiúra que existe dentro de nós, trazidas pelo pecado.

Os homens não gostam que se fale do pecado, mas o nosso problema é o pecado. Evitar falar da doença, não traz a cura. Mas o evangelho é tratar do pecado, resolve-lo.

Esses dias eu li uma frase muito interessante, que meio que gravou em mim: O homem não é pecador por que peca, ele peca, por que é pecador.

Deus matou um animal inocente, derramou o sangue do animal e vestiu o homem e a mulher com aquelas vestes. Essa é uma simbologia que para cobrir a nudez do homem tem que haver uma páscoa, uma cobertura, um inocentar o transgressor. Um perdão.

Para inocentar o homem tem que haver algo que faça Deus olhar para aquilo e não para o homem pecador. Tem que haver um passar sobre, para cobrir a nudez que o pecado trouxe. E isso precisa ser uma ação divina, para que o individuo coberto por Deus, viva.

3 – A LIÇÃO DA PÁSCOA DO JARDIM – A RELIGIÃO VERDADEIRA EM OPOSIÇÃO À RELIGIÃO FALSA

A Bíblia mostra uma progressão entre o Velho Testamento e o Novo Testamento. Ao lermos e interpretarmos corretamente a Bíblia do inicio, observando seus movimentos, vamos notar como ela vai nos levando a outro patamar, outros ensinamentos cada vez maiores e mais importantes. Ainda hoje existe a religião do faça isso e faça aquilo, siga as regras, siga o manual, mostre sua performance, mostre seu uniforme de crente, sua palavra certinha, mas que não cura. Mas a verdadeira religião cristã está entre nós, que é a vida em comunidade, preocupada com o outro e não consigo. O cristianismo é buscar a Deus de todo o coração e não ofertar sacrifícios. A verdadeira religião é o homem que se sabe nu, perante os olhos de Deus, durante todo o tempo de sua existência, sendo aceito por Deus unicamente por causa da Graça.

É muito fácil observar que a religião falsa usa um livro, o Antigo Testamento, sem a interpretação pelo Novo e a religião verdadeira, o Novo Testamento, nos parece ser para poucos. O próprio desconhecimento do Novo Testamento já nos mostra em que pé estamos. O Velho Testamento diz: Destrua os seus inimigos, o Novo diz: Ame aos que lhes perseguem. Igrejas que tem Campanhas de destruição do Inimigo, não sabem o que é viver em amor pela Graça. Há um desnível instransponível entre o falso e o verdadeiro. O falso é externo, do lado de fora, para o outro ver. O verdadeiro é interno, é o Espírito em nós, para Deus ver.

SEGUNDO MOVIMENTO DE PÁSCOA – A PÁSCOA DE MOISÉS

1 - O ANJO DESTRUIDOR (Ex. 12.23)

Os israelitas estavam a 430 anos feitos escravos no Egito. Deus então levantou Moisés para tirá-los de lá. Deus determinou dez pragas. Nove delas a ciência tentou explicar, porém a décima praga era inexplicável. Só morreriam os primogênitos, os filhos mais velhos dos homens e dos animais. Era a praga mais vergonhosa para os deuses egípcios. E a que comprovava a existência absoluta do Deus dos israelitas. Era uma praga com data e hora. Deus avisou antes, o que iria fazer. E de novo Deus faria uma diferença entre o arraial egípcio e o arraial israelita, onde só morreram dos egípcios.

Esse Anjo Destruidor que é chamado de Senhor e que passaria para matar os primogênitos é o próprio Cristo. Ele é o Anjo do Senhor que aparece em vários momentos do Antigo Testamento, com A maiúsculo e que recebe adoração. Entendemos o Jesus histórico e o Jesus eterno. Cristo vem antes de Jesus e a Cruz vem antes de tudo. O Jesus histórico se materializou em algum momento no espaço-tempo, mas o Cristo eterno já existia antes disso.

2 - O SANGUE COLOCADO NAS PORTAS E JANELAS

Deus mandou matar um cordeiro, sem manchas ou defeitos, que seria comido com ervas amargas e pão sem fermento, onde o seu sangue seria colocado nos umbrais das portas e janelas, nas luas laterais. Onde houvesse o sangue do cordeiro, de um animal inocente, o Anjo Destruidor, o Senhor, passaria por cima, pascoaria, pesah, e não tocaria os eu estavam protegidos pelo sangue, que apontava o sangue de Cristo derramado na plenitude dos tempos. É interessante eu os israelitas deveriam comer o cordeiro vestidos, prontos, para irem embora do Egito. A mala deveria estar pronta. Era comer do cordeiro, como um ato simbólico e sairiam da escravidão imediatamente.

3 – A LIÇÃO DA PÁSCOA DE MOISÉS

A lição que fica para nós da Páscoa de Moisés é da libertação. A Páscoa aqui assume o sentido de libertação da escravidão., qualquer escravidão, qualquer coisa que escravize. Páscoa é sinônimo de liberdade.

TERCEIRO MOVIMENTO – A PÁSCOA DE JESUS

1 – João Batista - é o homem além de Adão, um outro Adão, lúcido, consciente da necessidade da Graça. Alguém que não se cobre de folhinha de figueira, pois sabe que precisa da Graça. João Batista é o homem que sabe ser fraco e aponta para Cristo: Eis o cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo.

O cordeiro de Deus tira o pecado do mundo passado, do mundo contemporâneo à época de João e do mundo futuro. Nele convergem todas as coisas e ele tira o pecado do mundo conhecido e de qualquer mundo não conhecido.

2 – A Cruz - Na sexta-feira pascoal o cordeiro é crucificado e morre a morte de bandido, entre bandidos. Morte de pecador, de amaldiçoado, de transgressor. Morte de cruz. O inocente morre, no lugar do pecador. Seu sangue é derramado. Agora em definitivo, o sangue cobrirá todo aquele que crer.

3 – A Ressurreição – “Eu lhes asseguro: Quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou, tem a vida eterna e não será condenado, mas já passou da morte para a vida.” João 5:24

Aquele que crer, já pascoou, já passou da morte para ávida e já em a eternidade em si. O maligno não o pode tocar mais. Quem pascoou, já pesah, já foi coberto, já tem cobertura, já tem justificação, já está guardado em Deus, o Anjo não o toca mais, já renasceu em Cristo.

4 – A eternidade em nós – Uma das figuras mais poderosas da ressurreição é a eternidade em nós. “Ele fez tudo apropriado a seu tempo. Também pôs no coração do homem o anseio pela eternidade; mesmo assim este não consegue compreender inteiramente o que Deus fez.” Eclesiastes 3:11

O homem tem um anseio pelo que não sabe exatamente o que é. UM cigarro não o satisfaz e ele precisa de outro e outro e mais outro. Um maço, ou dois ou mil maços de cigarro não o satisfaz e ele precisa de mais. Um copo de bebida ou uma garrafa, ou várias garrafas de bebida não o satisfaz, não o preenche. É totalmente explicável a overdose, pois um pouco de droga, qualquer uma, não importa de que tipo, não satisfaz e ele precisa de mais. Um pouco de sexo, uma namorada, duas, dez, não satisfazem. Salomão que escreveu Eclesiastes teve mil mulheres e isso não o satisfazia. Ir a um shopping, e fazer compras é pouco, tem que ter mais compras e mais shoppings para ir. Ler um livro, ou assistir a um filme é muito pouco e ai sucedem uma série embalada na outra, mas isso ainda não satisfaz, não preenche, não completa. Namorar um menino é pouco, namorar dez ou mil também.

O buraco existencial que não é preenchido com coisas ou amores se chama Eternidade. Deus colocou em nós o desejo pela eternidade e nada menos do que isso nos preenche. Não há o que façamos em excesso, ou não que satisfaça esse buraco existencial em nós. Deus colocou o desejo da eternidade em nós e nada menos do eu isso nos preenche.

Mas não é uma eternidade qualquer, além do mais, é a eternidade de Deus. No fundo essa eternidade é o desejo pelo próprio Deus. Só nos sentiremos plenos, cheios, com essa eternidade, que é adquirida em oração, leitura e estudo da palavra Dele. Só palavras eternas nos preenchem. Só orações eternas nos preenchem. Só culto eterno nos preenche. Só na presença de Deus somos satisfeitos, pois Deus colocou em nós o desejo pela eternidade.

Como comemorar uma Páscoa que mata inocentes para libertar outros? Como comemorar um Deus que mata, que julga nações? A pergunta é: Que Egito é esse?

A libertação de Jesus não é apenas histórica, social, política, limitada no tempo. Não é uma benção circunstancial, momentânea, para essa vida, para esse momento. Não é uma fala que se esgota aqui, pois a nossa escravidão é com essa vida, com a vida, com essa vida, com essa presente ordem, com essa maneira de ser, com essa velha natureza, nesse mundo caído. Paulo falou: “Miserável homem que eu sou! quem me livrará do corpo desta morte?” Romanos 7:24 Faço o que não quero e não resisto ao que não quero.

Pra isso então existe uma força, um poder, que me puxa para fazer o que não quero, e que eu não resisto. Há então uma força maior do que eu, atuando em mim. E sou escravo disso. Pois quero ser diferente, viver diferente. Mas então sou escravo disso. Então grito: Quem me livrara? Jesus Cristo. Jesus Cristo que tira o pecado do mundo.

Se faço o que não quero e não resisto a essa força, isso é o pecado que habita em mim, que mora em mim. E dessa escravidão que Jesus vem nos libertar.

O nosso problema é a morte. Tiago 1.15 diz que o pecado gera morte. Assim, encontro esta lei que atua em mim: Quando quero fazer o bem, o mal está junto a mim. Mal que gera morte.

No íntimo do meu ser tenho prazer na lei de Deus, mas vejo outra lei atuando nos membros do meu corpo, guerreando contra a lei da minha mente, tornando-me prisioneiro da lei do pecado que atua em meus membros.

Miserável homem eu que sou! Quem me libertará do corpo sujeito a esta morte? (Romanos 7:21-24)

A cruz é a vitória sobre a morte. Se encontro em mim desejos que essa vida não pode satisfazer, não seria o caso que C. S. Lewis nos fala, que fomos criados para outro mundo e outra vida? Nós fomos criados para outro mundo e outra vida, que a Bíblia chama de novo céu e nova terra. Essa outra vida a Bíblia chama de vida eterna. Que ainda não conhecemos. Nós conhecemos os primeiros frutos, as primícias. Por causa do Espírito Santo que foi derramado. Pois o poder da ressurreição já opera no universo.

E acredito eu que é um novo céu e nova terra sem pecado. Não necessariamente outra Terra, outro planeta, mas outra ordem. Nem precisa ser outro mundo e nem precisa ser no Céu, pois Céu é o lugar onde Deus está. Qualquer lugar onde Deus está é Céu e Inferno é qualquer lugar onde Deus não esteja.

Nós não sabemos o que é ser humano em plenitude. Por isso a gente geme, tem uma falta e ansiamos por algo mais. Nós queremos mais. Ele fez tudo apropriado a seu tempo. Também pôs no coração do homem o anseio pela eternidade; mesmo assim este não consegue compreender inteiramente o que Deus fez. Eclesiastes 3:11

Se esperamos ó pra essa vida é pouco. “Se é somente para esta vida que temos esperança em Cristo, dentre todos os homens somos os mais dignos de compaixão.” 1 Coríntios 15:19

A Cruz carregou a morte. A morte do Eu. A cruz crucificou a morte. A cruz venceu toda geração de morte. A doença, o pecado que gera morte, a morte física, a morte espiritual, a morte.

A cruz é a morte da morte.

A ressurreição é a manifestação da vida. A ressurreição é a prova que tudo o que for crucificado vai gerar vida. E ressurreição não é só vida, a mesma vida, mas nova vida. Renascer em Cristo é nova vida. Vida de plenitude de ser gente, como Deus sonhou. “E o último inimigo que será destruído é a Morte.” 1 cor 15.26

O dia da destruição de morte, da nossa morte, da morte dos nossos pecados, do que nos faz mal, é o dia que vamos renascer em Cristo.

5 – LIÇÃO DA PÁSCOA DE JESUS – Além da libertação histórica, momentânea, a Cruz de Cristo proporciona para nós uma libertação eterna. Entramos na eternidade, ressuscitamos em Cristo. Renascemos em Cristo. A Páscoa de Jesus é para nós libertação eterna.

QUARTO MOVIMENTO – A PÁSCOA DA IGREJA

1 - A Páscoa da Comunidade dos Salvos – Em Mateus 26.17-30, Jesus substituiu a Páscoa pela celebração da Ceia. Hoje se comemora a Páscoa apenas por tradição e a Ceia por celebração, por lembrança da obra de Cristo.

A Páscoa era celebrada com pães asmos, sem fermento, carne de cordeiro e ervas amargas. A Ceia é celebrada com pão sem fermento, que simboliza o corpo de Cristo, em semelhança com o cordeiro, e com o suco da uva sem fermentação – que simboliza o sangue de Cristo sem a fermentação do pecado.

A Páscoa da Igreja, a Ceia, nos diz que somos responsáveis pelo nosso próximo para cobri-lo, para pascoar por ele, em oração, em ajuda comunitária, em dividir o pão, em pensar nele, em se preocupar com o próximo.

Em Gênesis 4.9 Caim compreendeu a pergunta de Deus, mas a rejeitou: “Então o Senhor perguntou a Caim: "Onde está seu irmão Abel? " Respondeu ele: "Não sei; sou eu o responsável por meu irmão?" É sim. A resposta é sim, você é responsável pelo seu irmão. Somos todos responsáveis pelo bem estar do outro.

A Igreja primitiva tinha tudo em comum. A bronca da Ceia não era se alguém estava em pecado, julgue-se a si mesmo se é certo: uns comem e outros ficam com fome. A divisão deveria ser igualitária. Os que tem mais doam aos que tem menos e todos se alegram em Cristo.

2 – A lição da Páscoa da Comunidade dos Salvos – Adão e Eva fizeram uma vestimenta, uma espécie de Páscoa não autorizada, com folhas de figueira, com a religiosidade. Moisés realizou uma Páscoa de libertação da escravidão. Cristo organizou uma libertação eterna do pecado e nos deu na ressurreição a eternidade de uma nova vida. Mas a lição que fica da Páscoa da Igreja: a Ceia, é que tudo é agora em comum para a comunidade que tem uma mesma língua, um mesmo Deus, uma mesma fé. Somos agora, como comunidade de Cristo responsáveis uns pelos outros. Somos todos responsáveis pelo bem estar do próximo. Não apenas usufruímos da Páscoa, da cobertura, do perdão, mas nós geramos Páscoa, pascoamos na vida dos outros, cobrindo o que está com frio, alimentando o faminto, ajudando o outro a andar mais uma milha. A comunidade da Igreja usufrui das bênçãos eternas da Páscoa, mas páscoa, cobre o outro, com seu sorriso, com seu abraço, com sua ajuda, com sua palavra de fé, com o seu Cristo.

Amém.

Fique na paz.

pslarios
Enviado por pslarios em 12/04/2020
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