O EVANGELHO DE JOÃO CAPÍTULO 1

Há quem diga que se a Bíblia contivesse apenas o Evangelho de João e o livro de Romanos, ainda assim saberíamos todo o plano de salvação de Deus. Na verdade nenhum livro da

Bíblia é descartado. O que seria a Bíblia sem Gênesis, que é o livro dos começos, ou Êxodo, Números e Levítico, que nos falam da Lei, som seu Sistema Sacrificial tão importante. Ou Deuteronômio, que é um resumo, uma releitura da Lei. O que seria o Antigo Testamento sem os livros históricos, poéticos ou proféticos? O Novo Testamento que é composto dos Evangelhos, Atos, As Cartas de Paulo, As Cartas Gerais e Apocalipse, não seria o mesmo se faltasse um único livro sequer. Todos os livros são importantes. Ainda assim é inegável que João é um Evangelho diferenciado dos demais.

São três os Evangelhos Sinóticos. Essa palavra: sinótico, representa os Evangelhos que são escritos com muitas histórias comuns. Mateus, Marcos e Lucas. Entretanto há uma distância percebível no Evangelho de João. Bultman, na sua Teologia do Novo Testamento, aponta algumas teses.

1 - Uma delas é que João pode não ter conhecido os Evangelhos sinóticos, porém conhece muito do que foi dito nos sinóticos. Essa hipótese é difícil de acreditar, principalmente nós eu estamos vivendo na Era da Informação Instantânea. Mas naquele tempo, os livros bíblicos deveriam ser lidos em voz alta, pois nem todo mundo tinha acesso ao livro. Só na Idade Média, com a invenção da imprensa é que muitos livros começaram a circular. Pode ser que João nunca tenha lido nenhum dos sinóticos, não sabemos, mas com certeza ele conhecia a estrutura do que a Igreja definiu como mais importante sobre o Ministério de Jesus e registrou no seu livro.

Uma pergunta então surge. E como é que os escritores bíblicos definiram ser importante de registrar para a posteridade sobre o Ministério de Jesus? Acredito que isso foi obra do Espírito Santo. Sendo assim, João poderia nunca ter tido contato com os sinóticos e ainda assim citá-los sem errar na pontuação.

2 - Um segundo ponto é que a redação de João pode ter sido feita a partir de fontes num estágio avançado. Quanto mais tempo avançava, mais a Igreja estudava sobre Cristo. O Evangelho de João é diferenciado dos demais, apesar de ter pontos em comum, pois é uma interpretação do Ministério de Jesus. Os Sinóticos são um relato, quase que jornalístico, mas João é interpretação. Sendo assim, João é composto de revelação. Por exemplo, enquanto Mateus só nos vai afirmar que Jesus é Deus no final do seu Evangelho, João já diz isso no primeiro versículo. É inegável que a compreensão, o estudo, a revelação, que havia no tempo de João era muito superior ao tempo do inicio da Igreja.

A teologia de João parece ter sofrido um desenvolvimento além do relatado nos sinóticos. Os milagres que eram narrados nos sinóticos como fatos, em João adquirem um sentido simbólico, servindo de ponto de partida para discursos ou discussões. Essa estrutura literária, traça um quadro totalmente diferente dos encontrados nos sinóticos.

3 - Temas diferentes dos tratados nos sinóticos: Segundo Bultman, em João Jesus não se apresenta como Rabi (mestre da lei), interessado nas discussões sobre a lei, nem como profeta que anuncia o Reino de Deus. Ele é, acima de tudo, Aquele que fala de sua pessoa como do revelador que Deus enviou. Não fala sobre assuntos “judaicos” por excelência como pureza, divórcio, contra a justiça própria ou a inverdade, mas aponta para a natureza de sua missão que traz paz ao mundo, e denuncia a falta de fé nele, como Aquele que é o salvador do mundo. Mesmo em situações próximas as testemunhadas nos sinóticos, como na acusação da transgressão do mandamento do sábado (cp. 5 e 9), podemos perceber alguma diferença: O foco. Nos sinóticos a discussão parece centrada na questão da lei e de sua validade para o ser humano (Mc.2.23-3.6), que no evangelho de João é centrada na autoridade de Jesus como Filho de Deus.

4 – Chama a atenção a reestruturação do relato da crucificação. Praticamente metade de João engloba os três anos e meio do Ministério de Jesus, porém da metade do livro em diante, praticamente fala-se primordialmente sobre a semana da crucificação e da ressurreição, que faz parte integrante da crucificação. Se Jesus não tivesse morrido, não haveria ressurreição. João aponta a semana toda, todos os dias, a partir do domingo anterior ao da páscoa. Sabemos o que aconteceu no domingo, na segunda e todos os dias, até mesmo depois da sexta-feira da paixão. O que dizer então dos enormes discursos finais de despedida da ultima páscoa de Jesus e primeira Ceia da Igreja?

5 – Distinção de João Batista. Nos sinóticos João Batista é o pregador do arrependimento, o batizador de Jesus, o sumo-sacerdote de Deus, em oposição pelos dois sumo-sacerdotes da mesma época. Em João ele é a testemunha a favor de Jesus como Filho de Deus. Ele é uma espécie de novo-Adão, que diferente do primeiro, aponta para o Filho de Deus, ao invés de querer se esconder com folhas de figueira.

6 - Distinções sobre a comunidade primitiva. Enquanto nos sinóticos percebe-se alguma preocupação com o destino, problemas e a fé da comunidade primitiva, em João não nota-se nada disso. As questões sobre a validade da lei, a vinda do Reino de Deus não estão presentes. Não parece mais atual o problema da missão aos gentios (compare Jo.4.46-54 e Mt.8.5-18 e Lc.7.1-9).

7 - Poderíamos dizer ainda que em João faltam parábolas, por outro lado temos grandes discursos, como o do pastor (cp. 10) e o da videira (cp. 15).

8 - Foco geral. Para Bultman o foco sobre o qual é constituído o evangelho de João é a situação atual da comunidade primitiva, cujo problema está na desavença entre Judaísmo e Cristianismo e seu tema é a fé em Jesus como Filho de Deus. Tal fato é claramente percebido pela própria apresentação de Jesus como alguém já destituído da própria nacionalidade, pois fala da lei dos judeus (“vossa lei”) como um estranho a ela. Não existe em João uma distinção clara entre tipo de judeus (pecadores, publicanos, escriba pescadores). Além disso, para João os ‘judeus’ são os representantes do ‘mundo’ por excelência, os que negam a fé em Jesus.

INTRODUÇÃO A JOÃO

Quando alguém prega, ele deve ter em vista para quem vai pregar e fazer o seu esboço de pregação baseado no seu publico. Se ele vai pregar para crianças, ele deve adequar o linguajar e procurar pontos de contato nas sua pregação que vai fazer a criança prestar atenção. Se por outro lado o pregador vai a um congresso de pastores, ele deve visar uma mensagem que fale com pastores. Além do linguajar ser outro, ele pode e deve aprofundar-se na Bíblia, falando algo, explicando algo, ensinando para pastores. Além de que não pode ser tão óbvio assim, como se estivesse falando com novos-convertidos. Por exemplo ele pode falar sobre os desafios do ministério pastoral, como fazer Igreja na época atual ou a solidão ministerial. Em qualquer empo, para qualquer publico, a mensagem deve trazer fé, inspirar fé, levantar o caído.

Quando alguém escreve é a mesma coisa. Se esse estudo fosse um TCC para uma escola de teologia, ele teria que ser elaborado de forma bem diferente da atual. Mas esse estudo é feito com vistas aos irmãos compreenderem melhor sua Bíblia e pregarem melhor. A pregação da Igreja atual, no geral é sofrível. E isso tem nome e endereço: falta de leitura da Bíblia. A Igreja diz que lê a Bíblia, mas ela não lê, ela acha que leu, da sua maneira em ler picado, pulando capítulos inteiros e até livros. Isso não é ler. Certa vez num culto uma pessoa me perguntou de onde deve começar a ler a Bíblia, eu lhe disse que tenho a fórmula perfeita, você lê a partir do primeiro capítulo e vai lendo até acabar. A Bíblia é um livro de revelação progressiva, ler a Bíblia do inicio até o fim vai mostrar facilmente isso. Esse estudo, ou qualquer estudo, ou escola de teologia, ou Escola Dominical, ou um dia de ensino na Igreja, ou livro que fale da Bíblia, não substitui a leitura séria da Bíblia.

A minha filha Stephanie, hoje com 13 anos, está lendo João. Ela já chegou no cap. 12. Eu lhe disse que de nada adianta ler correndo, rapido, com pressa, para acabar logo. João 12 tem 50 versículos, ali são falado muitas coisas. O melhor é ler a Bíblia por blocos de assunto. Leia e entenda onde inicia aquele assunto e onde acaba. Leia, medite, estude. Leia com um caderno do lado e uma caneta. Anote os pontos chave do texto. Aqui nesse estudo, eu vou pedir para você ler a explicação do capítulo, lendo o capítulo correspondente da sua Bíblia. Se vamos estudar João 1, leia João 1. Ao término desse estudo você deve ter lido João inteiro.

Dito tudo isso entenda que cada Evangelho foi escrito visando um publico alvo. Marcos foi escrito visando o leitor romano, que era a raça poderosa do momento. Mateus foi escrito para o povo judaico. O que justifica genealogias e festas judaicas. De alguma maneira Mateus compara Jesus e Moisés. Como foi escrito Mateus para o judeu, então o livro foi escrito para a raça eleita. Lucas por outro lado foi escrito para os gentios, os rejeitados, a raça rejeitada pelos judeus. Lucas então fala que o Evangelho também chegou a esses. E João, como deveria ser, deu um salto. João sai da Terra e fala com a raça eterna. Jesus chegou para a nova raça, o renascido em Cristo, a nova criatura, o novo homem, a nova raça.

DECLARAÇÕES DE ABERTURA

A. Mateus e Lucas começam com o nascimento de Jesus, Marcos começa com o Seu batismo, mas João começa antes da criação.

B. João apresenta a plena divindade de Jesus de Nazaré a partir do primeiro versículo do primeiro capítulo e repete esta ênfase em todo o evangelho. Os evangelhos sinópticos encobriram essa verdade até o final de suas

apresentações ("O Segredo Messiânico").

C. Aparentemente, João desenvolve seu evangelho à luz das afirmações básicas dos evangelhos sinópticos. Ele tenta completar e interpretar a vida e os ensinamentos de Jesus, à luz das necessidades da igreja primitiva (final do primeiro século).

D. João parece estruturar sua apresentação de Jesus, o Messias em torno dos:

1. sete milagres/sinais e sua interpretação

2. vinte e sete entrevistas e/ou diálogos com os indivíduos

3. certos cultos e dias de festas

a. o sábado

b. a Páscoa (cf. João 5-6)

c. Tabernáculos (cf. João 7-10)

d. Hanukkah (cf. João 10.22-39)

4. As declarações "Eu Sou"

a. relacionado com o nome divino (YHWH)

1) Eu sou Ele (João 4.26; 8.24, 28; 13.19; 18.5-6)

2) antes de Abraão era Eu Sou (João 8.54-59)

b. com nominativos predicados

1) Eu sou o pão da vida (João 6.35, 41, 48, 5)

2) Eu sou a luz do mundo (João 8.12)

3) Eu sou a porta das ovelhas (João 10.7, 9)

4) Eu sou o bom pastor (João 10.11, 14)

5) Eu sou a ressurreição e a vida (João 11.25)

6) Eu sou o caminho, a verdade e a vida (João 14.6)

7) Eu sou a verdadeira videira (João 15.1, 5)

CARACTERÍSTICAS DE JOÃO

A. . Sete sinais de milagres durante o ministério público de Jesus (capítulos de João 2-12) e sua interpretação.

1. transformação da água em vinho nas bodas de Caná (João 2.1-11)

2. a cura do filho do funcionário do tribunal, em Cafarnaum (João 4.46-54)

3. cura do homem coxo no tanque de Betesda em Jerusalém (João 5.1-18)

4. alimentação de cerca de 5.000 na Galiléia (João 6.1-15)

5. andar sobre o mar da Galiléia (João 6.16-21)

6. cura do cego de nascença, em Jerusalém (João 9.1-41)

7. ressurreição de Lázaro em Betânia (João 11.1-57)

C. Entrevistas e diálogo individuais

1. João Batista (João 1.19-34; 3.22-36)

2. discípulos

a. André e Pedro (João 1.35-42)

b. Filipe e Natanael (João 1.43-51)

3. Nicodemos (João 3.1-21)

4. mulher samaritana (João 4.1-45)

5. Judeus em Jerusalém (João 5.10-47)

6. multidão na Galiléia (João 6.22-66)

7. Pedro e os discípulos (João 6.67-71)

8. Os irmãos de Jesus (João 7.1-13)

9. Judeus em Jerusalém (João 7.14 - 8.59; 10.1-42)

10. discípulos no cenáculo (João 13.1-17.26)

11. Prisão e julgamento judeu (João 18.1-27)

12. Julgamento romano (João 18.28-19.16)

13. conversas pós-ressurreição, 20.11-29

a. com Maria

b. com as dez apóstolos

c. com Tomé

14. epílogo do diálogo com Pedro, João 21.1-25

15. (João 7.53 - 8.11, a história da mulher adúltera, não era originalmente parte do evangelho de João!)

D. Alguns dias de adoração/festa

1. os sábados (João 5.9; 7.22; 9.14; 19.31)

2. as Páscoas (João 2.13; 6.4, 11.55; 18.28)

3. a festa dos Tabernáculos (João 8-9)

4. Hanukkah (festival das luzes, cf. João 10.22)

AUTORIA E DATA

O autor do Evangelho é João e a data é aproximadamente o ano 70 d.C. Originalmente foi escrito para as igrejas da província romana da Ásia Menor, especialmente Éfeso.

Esboço de João – Bíblia Plenitude

Prólogo 1.1-8

I. O ministério público de Jesus 1.19-12.50

Preparação 1.19-51

As bodas em Caná 2.1-12

Ministério em Jerusalém 2.13-3.36

Jesus e a mulher de Samaria 4.1-42

A cura do filho de um oficial do rei 4.43-54

A cura de um paralítico em Betesda 5.1-15

Honrando o Pai e o Filho 5.16-29

Testemunhas do Filho 5.30-47

Ministério na Galiléia 6.1-71

Conflito em Jerusalém 7.1-9.41

Jesus, o bom Pastor 10.1-42

Ministério em Batânia 11.1-12.11

Entrada triunfal em Jerusalém 12.12-19

Rejeição final: descrença 12.20-50

II. O ministério de Jesus aos discípulos 13.1-17.26

Servir— um modelo 13.1-20

Pronunciamento de traição e negação 13.21-38

Preparação para a partida de Jesus 14.1-31

Produtividade por submissão 15.1-17

Lidando com rejeição 15.18-16.4

Compreendendo a partida de Jesus 16.5-33

A oração de Jesus por seus discípulos 17.1-26

III. Paixão e ressurreição de Jesus 18.1-21.23

A prisão de Jesus 18.1-14

Julgamento perante o sumo sacerdote 18.15-27

Julgamento perante Pilatos 18.28-19.16

Crucificação e sepultamento 19.17-42

Ressurreição e aparições 20.1-21.23

Epílogo 21.24-25

O LIVRO DE JOÃO

JOÃO

1.1-5

No pincipio era o verbo, ou o Logos, que é Jesus. Ele estava no principio com Deus, ele é Deus e na verdade todas as coisas foram feitas por intermédio dele e fora dele nada se fez. Jesus é a vida e a vida é a luz dos homens. A luz resplandece, brilha, fulgura nas trevas e as trevas não a venceram.

Nota-se que estamos nos prólogo do livro de João e esses versos são já um resumo de todo o livro de João, ou até mesmo do Ministério de Jesus, antes na eternidade passada, na história humana e no mundo do porvir.

Quando se fala no principio, se fala da velha criação iniciada em Gênesis e da nova criação, o novo homem, o novo Adão, aquele que agora tem o Espírito Santo dentro de si para todo o sempre. A vida está nele e não através dele. Ele é a vida. A luz que resplandece nas trevas é o Espírito Santo dentro de nós iluminando, revelando Deus, ao nosso espírito. Luz que ilumina as nossas trevas (Efésios 1.18), a nossa ignorância, que ilumina, santifica, as partes pecadoras em nós. Escatologicamente, essas trevas são as forças do mal que não venceram Jesus. Ele é a luz que venceu e nele vamos vencer também.

1.6-8

Temos aqui um resumo da missão de João Batista, o precursor que anunciava Jesus. João Batista não era a luz, mas veio dar testemunho dela.

1.9-13

A luz verdadeira não transforma João Batista, ou o testemunho dos cristãos numa falsa luz, mas da a entender que essa é uma luz atípica, máxima, única. Essa iluminação é do Espírito Santo iluminando o nosso espírito humano.

Jesus veio ao mundo, mas o mundo não o reconhecer, isso é uma acolhida desapontadora. Porém esperada, pois o mundo não tem o Espírito Santo, então a separação entre o mundo sem o Espírito Santo, sem Deus, e Cristo, é eterna e instransponível. Não é novidade o mundo não o receber, pois o mundo não o compreendeu. O homem natural não entende das coisas do Espírito. O mundo não o receber é mais aceitável do que ele vir para os seus, para os judeus e esses não o receberem. Eles tinham indícios, dicas, profecias, revelações, escritos, uma afirmação interior de que ele viria. Deixar de discernir o Logos pré-encarnado é mais compreensível do que a recusa trágica de seu próprio povo, em não aceitá-lo quando veio entre eles.

Mas há aqueles que o receberam e creram no seu nome. Esses receberam poder, autoridade espiritual, de se tornarem filhos de Deus. Esses não nasceram do sangue, ou dos genes do pai e da mãe, mas do Espírito.

1.14-18

Mas antes que a fé possa produzir o novo nascimento, deve haver um objeto sobre onde repousar, essa é a encarnação de Cristo. João usa a palavra Jesus “tabernaculou” entre nós. Isso significa que seu corpo não era o corpo final, mas uma tenda, onde repousava a glória por um tempo. O mesmo fala sobre nós (2 cor. 5.1-2), que estamos tabernaculando nesse corpo por um tempo, mas nos céus receberemos um novo, diferente revestimento, uma nova e eterna habitação.

Mais então é falado sobre João Batista. Jesus veio depois no tempo, mas veio antes em importância, pois já era na eternidade. Nele recebemos a plenitude, a perfeição da divindade e graça acumulada sobre outra graça, ou mais graça, uma verdadeira plenitude.

1.19-34

O testemunho de João Batista. Em seu desejo ardente de magnificar Cristo, João transformou um interrogatório sobre si mesmo em um forte testemunho sobre o Maior que ia se manifestar. O batismo de Jesus executado por João, que não foi narrado neste Evangelho, já tinha acontecido (veja 1:26).

Os judeus, ou lideres da nação, ficaram perturbados com João Batista e perguntaram-lhe: Quem és tu? Ele entendeu seus corações e disse que não era o Messias, o Cristo, o Salvador esperado. Então é Elias? Não, apesar de estar exercendo sua função de profeta.

A diferença entre o sacerdote é o profeta é que o sacerdote leva as palavras do povo a Deus, ele intercede pelo povo, ele é o detentor da Lei de Deus, da Doutrina Bíblica, da manutenção da ordem. O profeta por outro lado é a pessoa usada por Deus para levar de Deus a palavra aos homens. O cargo profético querendo trazer o povo novamente à adoração, acusa a lei rígida e engessada da mornidão espiritual.

Você é “O Profeta”? (Deuteronomio 18.15) Apesar de João ser um profeta, não era o Profeta/Cristo. Humilde disse que era só uma voz que orava no deserto. Endireitai o caminho do Senhor, pode ser compreendido como endireitai os seus caminhos, a sua vida, perante o Senhor.

João ao batizar Jesus fez iniciar o seu Ministério e o apresentou como cordeiro que deveria ser sacrificado na páscoa. Jesus vindo até ele, João foi especifico quanto à pessoa de Cristo e obra. O ministério de João era sobre o fato do pecado, o de Cristo era sobre a remoção do pecado. João batizava com água e Jesus batizaria com o Espírito. Só alguém com autoridade divina poderia usufruir do Espírito Santo assim. Batismo significa inicio. O batismo de João nos mostra uma conversão a Deus. O de Jesus uma conversão por Deus. O primeiro parte do homem a Deus, o ultimo de Deus vindo de encontro ao homem. O primeiro é o homem tentando se converter, o ultimo é o homem sendo convertido. Até então o batismo de João ainda é externo ao homem, do lado de fora dele. O batismo de Jesus, por outro lado é o Espírito Santo agora fazendo morada no homem e iluminando suas trevas, trazendo um novo nascimento. O batismo de Jesus é o inicio de um novo homem.

1.35-51

Os primeiros discípulos.

João transferiu dois dos seus discípulos para Jesus. Essa era uma importante tarefa do precursor, que era entregar os seus discípulos a Jesus. Aqui cabe uma palavra pastoral. A liderança da Igreja fará muito bem quando levar as ovelhas ao verdadeiro pastor. A meta d nossa palavra, pregação, ministério é apresentar discípulos a Jesus. João compreendeu isso. E importa ao homem, ao ouvir falar de Jesus, que deve segui-lo. O ato físico de segui-lo quer significar o ato espiritual de se tornar um discípulo de Jesus, de aceitá-lo como Senhor e Mestre e de obedecê-lo.

O capítulo começa mostrando Jesus como Deus eterno, que entra no mundo para remoção do pecado através do seu sacrifício substitutivo por nós. Resta ao homem crer na obra de Cristo e não rejeitá-lo como o mundo fez e posteriormente os seus que não o compreenderam. Contudo há os que o receberam, os que creram no seu nome e que foram tornados filhos de Deus.

Amém

Fique na paz.

pslarios
Enviado por pslarios em 14/05/2020
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