CÁLICE NA BÍBLIA

Caro leitor (a) do escriba.

O cálice aparece na Bíblia em vários textos com diferentes significados. Dependendo do contexto, a palavra “cálice” pode ser empregada tanto no sentido literal quanto figurado. Quando aplicada no sentido literal, a palavra cálice dispensa maiores explicações. Ela se refere obviamente a um tipo de taça, copo, tigela ou qualquer vasilhame apropriado para comportar líquidos.

Quando a palavra “cálice” é aplicada no sentido figurado, aí se faz necessário uma maior investigação do contexto para se entender corretamente seu significado. Por exemplo: o cálice pode representar um tipo de símbolo da vida ou da morte. Dessa forma, ele expressa uma ideia tanto do bem quanto do mal, de bênção ou de maldição.

No Antigo Testamento a palavra cálice é utilizada no sentido figurado em muitas passagens. Por causa de sua linguagem poética, o livro de Salmos em várias partes faz uso dessa palavra. O rei Davi fala do cálice como uma metáfora que se refere à vida como uma dádiva de Deus. Por isto ele escreve: “O Senhor é a porção da minha herança e o meu cálice; tu és o arrimo da minha sorte” (Salmo 16:5).

Num dos salmos mais conhecidos da Bíblia, Davi também escreve: “Prepara uma mesa na presença dos meus adversários, unges-me a cabeça com óleo; o meu cálice transborda” (Salmo 23:5). Com isto Davi diz que apesar das circunstâncias adversas, as bênçãos do Senhor transbordavam em sua vida. Neste caso, obviamente que o cálice significa as bênçãos de Deus sobre aqueles que são seus.

Mas o mesmo Davi também em outro salmo fala do cálice da ira divina e de seu julgamento sobre os ímpios (Salmo 11:6). Os ímpios compartilham desse cálice, e o tomarão para sua própria destruição (Salmo 75:8). No Salmo 116:13, o salmista fala do “cálice da salvação”, obviamente uma metáfora diretamente oposta ao “cálice da ira de Deus”.

Na literatura profética a figura do cálice também é frequentemente empregada. O profeta Isaías utiliza o cálice como uma imagem do julgamento divino sobre o povo impenitente (Isaías 51:17,22). O profeta Jeremias também fala do cálice do julgamento de Deus (Jeremias 25:15-31). O mesmo também faz o profeta Ezequiel (Ezequiel 23:31-34).

O Novo Testamento também mantém a figura do cálice como um indicativo da ira de Deus. É assim que o cálice aparece na narrativa do livro do Apocalipse. Nele lemos sobre o cálice da indignação da ira de Deus que é derramado sobre os ímpios, os inimigos de Cristo e seu povo. Esse cálice resultará em sua condenação eterna no lago de fogo e enxofre (Apocalipse 14:10,11; 16:19).

Jesus também falou sobre o cálice que Ele teve de tomar para se fazer cumprir os decretos eternos de Deus com relação à redenção. Esse foi o cálice da ira divina que foi derramado sobre Ele por causa do pecado de seu povo que Ele carregou (Mateus 20:22,23; João 18:11).

Mas o cálice amargo que o Pai deu ao Filho, resultou no cálice da Nova Aliança em seu sangue para o perdão dos pecados. Ele tomou o cálice da ira e da justiça divina e expiou o pecado de seu povo. Por causa de sua morte, hoje os redimidos desfrutam de plena comunhão e participam do “cálice da bênção” (cf. 1 Coríntios 10:16).

EM CRISTO.