A Bíblia é a Palavra de Quem?

Ninguém pode negar que a Bíblia é um livro muito antigo e que não se pode esconder o fato de que é de longe o mais vendido no mundo, com inúmeras versões traduzidas em quase todas (senão todas) as línguas e dialetos. Portanto, é o maior dos best sellers. Isso, entretanto, não lhe confere credibilidade e tampouco atesta-lhe a procedência. Muitas obras bem questionáveis atingiram o status de best seller e também foram muito traduzidas. E muitos já questionaram a procedência e confiabilidade da Bíblia e inúmeros são os que a questionam ainda, procurando uma ou outra falha ou lacuna na qual firmar seus argumentos. Isso em se tratando dos declarados sépticos, mas há também os “crentes” que apontam um ou outro versículo que “mudaria tudo” e que, segundo dizem, “o diabo não gostaria que as pessoas os conhecessem”. Espécie de teoria da conspiração teológica.

Mas, num trabalho sério de investigação, quais critérios deveriam ser usados para atestar a confiabilidade e procedência de algo?

Em primeiro lugar, teríamos que partir de uma análise isenta, não tendendo a confirmar qualquer resposta prévia. As respostas prévias são nossos filhos – sempre iremos passar panos neles. Em segundo lugar, não poderíamos preferir ou preterir qualquer dado ou evidência. Os ateus dizem que os estudos criacionistas das origens não são científicos, mas se negam a participar de seminários e debates criacionistas e a examinar estudos especialistas que se declaram criacionistas. Muitos que já o fizeram deixaram, inclusive, de ser ateus, como o bioquímico Michael Behe, professor de bioquímica na Universidade Lehigh e membro sênior do Centro de Ciência e Cultura do Discovery Institute, conforme publicação no livro Por Que Creio, do jornalista Michelson Borges, Casa Publicadora Brasileira.

Todos somos dotados de senso de coesão. Claro que uns mais outros menos. Se recebêssemos uma carta de nosso pai, mãe ou filhos, se os conhecemos bem, rapidamente atestaríamos a autenticidade ou não. Antes de tudo, avaliaríamos a caligrafia, depois a maneira de escrever, a seguir as palavras, o sentimento que expõe, a maneira de pensar, o que diz de si mesmo e, finalmente, o que diz sobre o que escreve.

A carta poderia ser escrita por diversos (escrevedores) e ainda assim atestaríamos que ela é da pessoa que diz ser, por causa das palavras que usa. Juridicamente seria difícil comprovar isso. Teria que ser somente através da caligrafia. Por outro lado, a pessoa poderia usar as palavras certas sem dizer coisas de acordo com o perfil de quem as dita, mas ainda essas poderiam vir da pessoa certa e perceberíamos isso no propósito. O (escrevedor) poderia ter interpretado as palavras de quem ditou na sua própria maneira de expressar, sem ainda assim mudar o sentido. E assim vai.

Entretanto, não conhecemos Deus – seria através da Bíblia que supostamente O iríamos conhecer –, como poderíamos, portanto, interpretar o que Ele teria dito e feito?

1. Temos nosso próprio senso de coesão, do que é certo e o que é errado, do que é bom e do que é mau. Presumimos que Deus falaria e atuaria dentro dessa faixa.

Mas o que é mesmo certo e o que é errado? Dificilmente, após os dois ou três anos, alguém quererá pôr um lápis (ou um ovo) em pé, a menos que utilize uma base para firmá-lo. Nenhum bebê ficará feliz se lhe for negado o peito na hora da fome ou se o amiguinho lhe tirar o brinquedo que ele deseja. E pelo simples observar nossa própria complexidade e a complexidade de tudo o mais já nos é difícil imaginar o surgimento casual de tudo. Isso tudo é nosso senso de coerência, que funciona mais em uns e menos em outros.

2. A natureza também nos confere uma visão clara de coerência, bem como de certo, errado, bondade e maldade. Espera-se que uma árvore frutífera dê frutas. Isso seria bom. O contrário indicaria uma contradição. Isso seria mau. Desde sempre se espera que o sol aqueça, que a água caia no abismo e que a chuva venha de cima para baixo em vez de subir. Quando um vento forte arranca árvores e o temporal transborda rios isso nos parece mal e errado. Daí vem a expressão “má água” (mágoa) relativa ao período em que a cheia do rio Nilo encobria a casa do egípcio. O egípcio, porém, não acha má a fertilização do solo por essa mesma água.

No ponto de vista de alguns primitivos Deus seria a força, o poder, como o calor do sol, o estrondo do trovão, a força do raio, o rugir do vento, etc.. Sendo só isso, Ele poderia ser a força destruidora também. Assim seria bom e mau, o conceito Yn Yang, negativo e positivo, querendo dizer bem e mal. Entretanto, Ele aí não teria intenção, nem propósito – não seria uma pessoa, seria somente uma força. Outros primitivos, porém, não ficavam somente nisso, imaginando Deus também na coerência, no milagre simples, como as flores e suas cores, as folhas, as árvores, a germinação, a organização da natureza, do inverno e do verão, das luas, das chuvas anuais, etc.. Nesse imaginário, Deus já era uma pessoa, tendo intenção e propósito, além de inteligência. Nessa visão, todas essas propriedades da natureza abarcam os conceitos de bom e de ruim, de bem e de mal, de certo e de errado, entretanto, nessa mesma visão o bem e o mal não fazem parte da mesma força (ou do mesmo Deus) – eles opõem-se. Esses primitivos não imaginavam que faz parte do mesmo propósito bem e mal decepar os membros de uma pessoa.

Partimos, portanto, a investigação da autenticidade, credibilidade e origem da Bíblia por aí. Se nosso pai nos escrevesse uma carta, não diria nada com o propósito de nos prejudicar e tampouco alguma palavra descuidada que nos prejudicasse. Tampouco nos mandaria prejudicar nossos irmãos. Logo, a Bíblia não se contradiz, porque Deus não se contradiz.

Como a Bíblia não se contradiz?

A Bíblia Diz que Deus é o Criador. – Gênesis capítulos 1 e 2. Ele criou todas as coisas. É natural esperar-se que quem cria algo o faça por prazer de criar e se orgulhe e se alegre com o que criou. Essa pessoa não destruirá sua obra. É difícil imaginar o simples pintor de um quadro pondo-o no fogo ou o pintor de uma casa jogando barro em suas paredes, a não ser num surto psicótico.

O que dizer, porém, das porções da Bíblia onde aparece Deus causando destruição, como no Dilúvio (Gênesis capítulos 6, 7 e 8), prejudicando pessoas, como nas pragas do Egito (Êxodo capítulos 7 a 11), e levando uma pessoa ao erro, como no caso de Faraó do êxodo (Êxodo 9)?

No Dilúvio, a Bíblia diz que Deus destruiu pessoas más para que não destruíssem a si mesmas de vez e o planeta de um todo, impossibilitando a continuidade da vida. Entretanto, Ele ofereceu escape mesmo para os maus, mas esse escape passaria pela mudança de pensamento e de sentimento. Na verdade, era apenas o que Ele queria. Se essa mudança fosse numerosa, nem haveria necessidade do dilúvio. Vemos isso na história de Jonas. O dilúvio requereu uma ação que não é própria de Deus, não representa Sua essência, nem um suposto lado mau em cooperação com o bem. Somente foi necessária.

Quanto ao Egito e Faraó, as pragas atuaram unicamente na esfera dos deuses que o povo egípcio cultuava e confiava e que lhes faziam viver mal, viver pouco e ser extremamente oprimido e infeliz. Desde o Faraó, até o rio Nilo, o Deus Criador mostrou aos egípcios que (esses deuses) não eram deus, que não podiam dominar suas mentes e muito menos salvá-los. Ele não endureceu o coração do Faraó (Êxodo capítulo 4, verso 21). Isso era uma expressão idiomática, como explica o Dr. Rodrigo Silva. Muitas vezes falamos dessa forma – “Já que insistes em fazer o que estou te dizendo para não fazer, vou providenciar que faças!”. O faraó endureceu o próprio coração (Êxodo capítulo 7, verso 13). Para isso mumificavam os nobre e os reis com um coração de pedra na forma de escaravelho no lugar do coração natural, para ele poder se passar por bonzinho no juízo dos mortos. Consulte sobre o Tribunal de Osíris na internet. Eles queriam ter a certeza da impunidade. Isso não lhe diz nada sobre os dias de hoje?

A Bíblia diz que Deus não muda e que nem sombra de mudança há nEle. – Tiago 1:17. Portanto, Ele não tem surto psicótico, senão não seria possível ver uma de Suas criações. Se Deus mudasse, Ele não seria Deus. Uma prova de que Deus não muda está na Lei que a Bíblia a Ele atribui, os Dez Mandamentos, que Ele mesmo teria grafado em pedra (Êxodo capítulo 31, verso 18), em duas tábuas. Se Deus quisesse mudar Sua Lei, não a teria escrito em pedra. Claro que não dispõe-se das tábuas para verificar, mas dispõe-se dos mandamentos grafados na Bíblia, os quais parecem coerentes com o conceito de amor por empatia e a ideia de perpetuidade.

Para desfazer-se uma escrita em pedra, somente danificando, como a arqueologia mostra que se fez com muitos nomes apagados em monumentos egípcios. Mas ficam as marcas. A arqueologia dispõe de muitos documentos com milhares de anos escritos em pedra (o épico de Gilgamesh, por exemplo) – por esse motivo é que Deus teria escrito os mandamentos em pedra, para que não fossem mudados e permanecessem, concordando com a declaração bíblica de que Ele não muda. Logo, Seus mandamentos também seriam para sempre. E na Bíblia, seja em que versão for, não houve mudança na Lei de Deus de Êxodo capítulo 20, versos 3 a 17 e Deuteronômio capitulo 5, versos 6 a 21, nem mesmo a versão de tradução exclusiva da ICAR – Igreja Católica Apostólica Romana (que acrescenta livros apócrifos). Esses livros (os apócrifos) contradizem-se entre si e contradizem a própria Bíblia. A versão católica também acrescenta os capítulos 13 e 14 no livro de Daniel, os versos 4 a 16 do capítulo 10 no livro de Ester, além dos capítulos 11 a 16 neste mesmo livro. De igual modo, a versão de tradução da Bíblia exclusiva da Sociedade Torre de Vigia também não mudou a Lei de Deus de Êxodo capítulo 20, versos 3 a 17. Essa tradução, entretanto, substitui o termo servo por escravo e diz que Jesus foi estaqueado, entre outras anormalidades, contradizendo toda história e arqueologia sobre as crucificações romanas. A ICAR tem sua própria versão dos Dez Mandamentos, sem o segundo mandamento (que versa sobre idolatria e iconoclastia), o quarto mandamento modificado (trata da reverência do Sábado como dia santo – mudaram para o domingo) e o último mandamento foi dividido em dois (para completar o número de dez subtraído pela retirada do segundo), mas não na Bíblia (nem em sua versão própria da ICAR), mas no Catecismo.

As versões bíblicas tidas como mais confiáveis são as traduzidas e produzidas pelas Sociedades Bíblicas, porque essas sociedades são autônomas, não ligadas a uma ou outra igreja ou denominação específica, mas delegadas por todas, contando com tradutores, linguísticas e especialistas de diversas denominações, todos fiscalizando-se mutuamente. A versão em língua portuguesa mais aceita, inclusive entre católicos, é a do padre João Ferreira de Almeida, da SBB – Sociedade Bíblica do Brasil, tendo também a Tradução na Linguagem de Hoje. Na opinião de testemunhas de Jeová, somente a versão da Sociedade Torre de Vigia é a mais confiável e na opinião dos mórmons, o Livro de Mórmon substitui e sobrepõe-se à Bíblia.

Nas versões exclusivas, como a Sociedade Torre de Vigia e Traduções da ICAR, por exemplo, especialistas de outras denominações não são autorizados a participar, fiscalizar e tampouco fazer parte da crítica textual.

A Bíblia diz que Deus é amor (I João, capítulo 4, versos 7 e 8) e que aquele que não ama não conhece a Deus. E também diz que Deus criou os seres humanos livres (Gênesis capítulo 1, versos 26 e 27).

Mas, temos muitas definições de amor e muitas delas são extremamente egoístas e destrutivas. O amor que a Bíblia descreve como amor de Deus é o amor da empatia, aquele amor de quem “se põe no lugar do outro”, se vê no outro. Se alguém ama o dinheiro, de fato ama, mas esse amor não é empatia pelo dinheiro, tampouco o é por alguém. Não é esse o amor de Deus segundo a Bíblia. As personagens da parte de Deus na Bíblia arriscam-se ou até morrem por causas que não são as suas e entregam suas vidas por pessoas que não são elas mesmas.

Vemos, porém, que Deus não combateu a escravidão. Isso seria uma boa amostra de contradição de que Deus é amor. Sim, Deus não escravizaria (contradizendo a tradução da Torre de Vigia no substituir o termo “servos” de Deus por “escravos” de Deus) e nesse sentido Ele é amor, mas permite escravizar. Que tipo de amor é esse?

A Bíblia diz que Deus criou os seres humanos livres e ninguém contesta que dar liberdade é amor. Por outro lado, quem escraviza tira a liberdade do outro. Esse o faz, porém, no uso de sua própria liberdade. Sendo assim, poderíamos dizer que o amor de Deus seria só por essa pessoa que exerce sua liberdade privando outra da liberdade dela. Na verdade, não – o amor que Deus criou impediria que uns escravizassem os outros, não só que escravizassem, mas também que maltratassem, matassem, saqueassem, prejudicassem, etc., –, tudo isso se obedecessem. Entretanto, Deus criou os seres humanos livres e isso abre oportunidade para tudo, para as pessoas fazerem o que escolherem fazer, seja o bem e seja o mal, para obedecer e para desobedecer. Por exemplo, ninguém pode te obrigar a desobedecer se você não quiser. Para isso também somos livres. Por sua vez, Deus não obriga ninguém a nada, porque obrigar as pessoas não é amor. Quem escraviza não contradiz o amor de Deus porque mostra que ele mesmo não tem amor (Êxodo capítulo 20, versos 12 a 17) e ainda desobedece a Deus que manda que ele tenha, mas não obriga.

Por outro lado, vemos na Bíblia Deus criando meios para levar as pessoas a abandonar a escravização (Êxodo capítulo 21).

A BÍBLIA SE CUMPRE

A Ciência e a medicina confirmam a Bíblia

Moisés escreveu (pelos menos 1.500 anos antes de Cristo) sobre a circunferência da terra (Jó capítulo 22, verso 14) e, sobre a contenção do mar na praia, bem como de onde vêm os filhos, que povos antigos e supersticiosos achavam que se dava por bruxaria. Salomão também falou dessa curvatura da terra (Provérbios capítulo 14, verso 27). Mas a Bíblia não tem propósito científico. Esses conhecimentos se desenvolveriam com base na capacidade humana de pensar livremente, conforme antecipado pela própria Bíblia (Daniel capítulo 12, verso 4).

O livro de Levíticos está cheio de normas (chamadas de cerimoniais) que são um verdadeiro tratado de higiene e de saúde, os quais fizeram que o povo de Israel no deserto, por volta de 1.500 antes de Cristo, vivesse em média 75 anos enquanto os egípcios na cidade viviam em média 35 na mesma época. Não há necessidade de dizer que uma das maiores causas de mortes na Idade Média foi a falta de saneamento e higiene dos povos, especialmente os europeus. Também não é necessário lembrar que um dos grandes fatores de proteção contra a Covid-19 hoje é o saneamento e a higiene. Até porque ainda não temos remédios para combate-la.

O livro de Levíticos trata de alimentos puros e impuros (Levíticos capítulo 11), cuidados com a higiene, também normas sobre onde e como proceder com as necessidades fisiológicas, isolamento social no caso de doenças contagiosas e normas de como tratar os restos mortais de pessoas e animais (especialmente os que poderiam ser consumidos como alimento) caso morressem por conta própria ou por doença.

Na Idade Média lixo e excrementos (de pessoas e animais) eram descartados em qualquer lugar – através das janelas, nos pátios, nas ruas, nas fontes de água, etc.. Até o século XIX morria-se muito por causa desses hábitos de falta de higiene, inclusive nos EUA. Até muito pouco tempo povos primitivos consumiam as carnes de seus mortos sem se importar com a doença que os tivesse levado ao óbito. Tribos inteiras eram dizimadas por causa desse costume.

A medicina atual copia e confirma coisas que a Bíblia tratava em tempos muito remotos e que foram combatidas por causa da superstição que tomou conta da humanidade através do paganismo em geral, disseminando-se durante o Feudalismo e a Idade das Trevas até quase o nosso tempo. Aliás, há sérios resquícios disso em nosso tempo, bastando ver a nova velha onda de superstição da “terra plana”. Por trás dessa ideia há uma série de conceitos científicos deturpados, como, por exemplo, DNA alienígena e espermatozoide diabólico.

Além do mais, estudos científicos mostram inequívocas evidências de acontecimentos como o dilúvio, descrevendo esse grande cataclismo através de fósseis e evidências deixadas na terra perfeitamente observáveis hoje, como as camadas geológicas, o petróleo, o carvão mineral e as rochas basálticas de origem vulcânicas.

A Bíblia se cumpre na vida das pessoas

Não existe relato de que alguma filosofia, por mais elevada que seja, tenha mudado pessoas. Nenhum pensador ateu, por mais bem intencionado, conseguiu tirar alguém do poço da depressão, do desânimo, da desesperança, etc., para uma visão mais feliz e positiva. Ao contrário, muitos pensadores levaram muitas pessoas à depressão e o pessimismo; algumas ao isolamento e suicídio. No livro, História da Civilização, de Will Durant – divisão Nossa Herança Oriental, vê-se o próprio pensamento de Sidarta Gautama (Buda) levando-o ao pessimismo e isolamento, numa espécie de egoísmo em preparação para o Nirvana, em outra vida, bem distante das pessoas.

A vida é cheia de sofrimentos e é de se esperar que boas filosofias redundem numa vida de acertos que resultaria em redução e fim do sofrimento, não apenas meu, mas, também das pessoas ao meu redor. É isso que a Bíblia ensina.

As filosofias gregas e confucianas trazem muitos métodos de pensar e de ensino, mas nenhum motiva as pessoas a qualquer mudança de vida – eles apenas expõem metodologias que servem profissionalmente a pessoas com a mente sana. Em contrapartida, muitas histórias verídicas existem de pessoas transformadas pelas palavras da Bíblia. Muitas pessoas que saíram da depressão e do pessimismo (da beira do suicídio ou assassinato) para uma vida mais positiva para si mesmas. Muitas pessoas que deixaram o crime (dos mais leves aos mais graves), a droga, o vício do álcool, muitos outros vícios que atrasavam e aniquilavam suas próprias vidas e as vidas de seus familiares e tornaram-se benéficas para si mesmas, para suas famílias, para as suas sociedades e para o mundo inteiro através das palavras da Bíblia. Não falo de ir à uma igreja do “santo lucro” e ficar rico. Isso pode acontecer, embora não com a maioria que frequenta, mas não falo disso como mudança de vida. Ficar rico todos podem, pessoas sem estudo, sem filosofia alguma e sem religião podem ficar muito ricas até nas igrejas do “santo lucro”. Todavia, muitas dessas pessoas podem até falar de amor ao próximo, de justiça social, de humanitarismo, etc., mas na hora de pôr a mão no bolso para ajudar arranjam desculpas, chamam necessitados de vagabundos, dizem que bandido bom é bandido morto, etc.. Falo da verdadeira mudança de caráter, do amor por empatia, conforme a Bíblia diz que Deus é.

Relembro a história do ateu que passou pelo chefe canibal que lia um livro de capa preta. Curioso, ele perguntou ao chefe se era a Bíblia que ele lia. O chefe respondeu que sim. Imediatamente o ateu explicou-lhe como a Bíblia era um livro de fábulas, nada confiável e impróprio para pessoas racionais. O chefe então lembrou-lhe que se não fosse aquele livro o ateu já teria virado jantar da tribo há muito tempo.

A Bíblia é confirmada pela história e arqueologia

Em palestras, o Dr. Rodrigo Silva (arqueólogo, doutor em Teologia, professor da UNASP e curador do Museu de Arqueologia Bíblica da UNASP) conta dos que dizimam que a Bíblia era mentirosa porque falava da Babilônia e a Babilônia jamais tinha existido. Depois um arqueólogo teimoso (Claudius James Rich – por volta de 1806), seguindo os ditos dos beduínos (tidos por mentirosos), encontrou as ruinas da Babilônia sob um monte no Iraque, entre os rios Tigre e o Eufrates, conforme a Bíblia descreve.

Em outros tempos, diziam que Bíblia era mentirosa porque somente ela falava do Rei Sargão. Depois encontrou as provas arqueológicas da existência de um rei Sargão da Babilônia mil anos antes do Sargão II da Babilônia. Outros que diziam que jamais tinha existido era os reis Nabucodonosor e Nabonido, seu pai, que só a Bíblia trazia referência. Depois, porém, da descoberta das ruinas da Babilônia, (em 1899, Robert Koldewey) descobriu-se a biblioteca de Nabucodonosor e nela os tijolos com escrita cuneiforme traziam os nomes de Nabucodonosor e Nabonido.

Muitos negavam e ainda negam a estadia do povo de Israel no Egito. Entretanto, muitos achados arqueológicos apontam tanto para a estadia (e governo dos Hicsos) quanto para a estadia e escravidão dos israelitas, bem como para o Êxodo e a morte do faraó imerso com seu exército no Mar Vermelho. Outros há, que aceitam a estadia de Israel no Egito, mas dizem que Davi e Salomão podem até ter existido, mas foram chefes tribais, jamais reis de uma grande nação. Há, entretanto, achados arqueológicos, como estelas comemorativas tratando de vitórias de reis assírios a reis de Israel, da casa de Davi e de Salomão. Nenhum rei importante, como os reis assírios, mandaria erigir e escrever uma estela em comemoração à vitória sobre um chefe de tribo ou um descendente de um.

Achados arqueológicos também confirmam a existência de Sodoma e Gomorra, Jericó e muitos outros sítios onde se passaram histórias que a Bíblia relata. Outros achados trazem, inclusive, nomes, como o de Pedro, Thiago, irmão de Jesus, Simão Sirineu, etc.. Alguns trazem provas de crucifixão, de costumes de épocas bíblicas e até de pessoas zombando de cristãos como num grafite encontrado em uma escola de Roma do tempo dos primeiros cristãos. Escritos de escritores não cristãos, alguns romanos, inclusive, citam os ensinos e a execução de Jesus. Isso sem falar dos personagens romanos relacionados na história de Cristo que historiadores antigos e modernos confirmam a existência.

As profecias bíblicas se cumprem

Quando, segundo a Bíblia, o povo de Israel ainda circulava no Deserto do Sinai, no tempo em que começaria a tomar posse da terra prometida (Canaã – mais tarde chamada Palestina), um profeta não israelita, chamado Balaão, profetizou o nascimento do Messias para mais de mil anos à frente. Mais tarde, mais de seiscentos anos ainda antes de Cristo, outro profeta, israelita, de nome Isaias, também descreveu como seria a vida e o sofrimento do que chamou de Servo Sofredor (Isaías capítulos 52 e 53). No livro de Daniel, que ele escreveu quando cativo na Babilônia, por volta de 600 antes de Cristo, há antecipação dos impérios persa, grego, romano e do tipo de governo e política do nosso tempo. Essas descrições são feitas através de duas visões diferentes, com descrições diferentes desses mesmos eventos. A cronologia acompanhada de imagens no livro de Daniel (mais adiante complementada por Apocalipse), descreve o tempo e nascimento do Messias (Jesus Cristo), bem como o surgimento de Roma imperial, suas características, suas ações contra o Príncipe (Jesus), contra o povo de Deus e sua Lei, também descrevendo a conversão do Império Romano em Sacro Império, a atuação como poder político e econômico, as destruições do reino de Roma e os outros dois oponentes no início da hegemonia papal, suas imposições aos reinos da Europa, a atuação como bolsa de valores e controladora do mercado econômico no Feudalismo e Idade Média, o massacre aos cristãos valdenses, huguenotes, albigenses e outros, os ataques à ciência (atribuindo bruxaria e heresia a cientistas, como Galileu), a proibição e monopolização da Bíblia por parte dos papas, o ataque aos protestantes, a Revolução Francesa, o ataque dos revolucionários à ICAR, à religião em si e à Bíblia e demais livros religiosos em 1793, a queda do poder político do papado por Napoleão através do seu general Bertier, a recondução do papa ao Vaticano, a reconstituição de Roma papal como estado político em 1929, a retomada de seu poderio, os tempos de agora, etc..

Sendo que Daniel não entendeu essas visões do futuro, o anjo lhe disse para selar o livro (ninguém ia entender) até o tempo certo (disse: “o tempo do fim”), pois disse que a ciência ia se multiplicar e muitos iriam estudar o livro e entender (Daniel capítulo 12). O anjo consolou Daniel dizendo que quanto a seu povo, Israel, seria um rio de sangue até o fim dos tempos.

Em Mateus capítulo 24, Jesus descreveu as características do tempo de agora, que Ele chamou de “últimos dias”, falando que as pessoas desprezarão a verdade para entregarem-se às fábulas, que o amor se esfriará de quase todos, que pais matarão filhos e filhos matarão pais, que as pessoas serão muito arrogantes e prepotentes, que a maldade se multiplicará de forma inigualável, que haverá muitas pestes (quem diria! Com o conhecimento científico que temos!), fomes e terremos.

Apocalipse reforça a descrição da linha de tempo de Daniel com visão por outros ângulos, alguns mais definidos com fatos presentes no tempo de João. Apocalipse 11 descreve a mesma linha de tempo de Daniel (a partir de 538 da era atual) com símbolos mais óbvios passando por tudo que os livros de história nos descrevem sobre esses períodos. Sofonias descreve o avanço do islamismo através da espada, qualificando seus agentes como gafanhotos devoradores com couraça de ferro. Dá exatamente o tempo em que eles atormentariam a Europa. Em outra passagem, dá uma visão de 11 de setembro como uma miniatura da destruição final.

Naum capítulo 2, verso 4 descreve os carros em alta velocidade se chocando nas praças e seus olhos como tochas. Por causa dessa passagem, Newton, que escreveu uma interpretação de Daniel, dizia que a Ciência ia se multiplicar tanto que os carros andariam a mais de oitenta quilômetros por hora. Voltaire essa previsão de Newton dizendo era um absurdo.

Podemos ver o cumprimento de todas essas predições através da história, da arqueologia, da ciência, da medicina e de nossa própria visão dos acontecimentos atuais. Estamos do lado de cá dessa linha do tempo de mais de três mil anos. Temos toda a história atrás de nós e podemos examiná-la e provar sua veracidade. Os acontecimentos aos nossos olhos apresentam idênticos aos descritos na Bíblia. Não podem ser meras coincidências. Se fossem uma ou duas evidências, mas são inúmeras. E aqui fiz apenas um pequeno apanhado das características da Bíblia. Existe material para infinitas palestras – muito mais recomendações, predições e profecias e tudo isso pode ser verificado confirmando que a Bíblia é autenticamente o que diz ser – a Palavra de um Deus real, alguém que sabe muito mais do que podemos saber, que enxerga muito além do que podemos enxergar, que tem muito mais amor empático do que podemos ter e dedicar a alguém. Ao que me parece, essas características são incomuns aos seres humanos, certamente é Deus.

Portanto, sobre quem é Deus, podemos descobrir pelo que Ele é – Ele real e atuante, é uma pessoa (ou pessoas), alguém que tem força (poder), é maior que tudo e menor que tudo (conforme convier), tem propósito, tem inteligência e é capaz de criar tudo do nada. É o Criador de todas as coisas, existia antes de tudo e tudo passou a existir a partir da ação dEle (João capítulo 1, verso 3). Ele tem, inclusive um rosto e se parece muito conosco, pois Jesus falou: “quem vê a mim vê o Pai” – João capítulo 14. Isso confirma o dizer de Gênesis capítulo 1, versos 26 e 27: “façamos o homem à nossa imagem e semelhança e Ele tenha domínio sobre tudo”.

Portanto, pelo que vimos, esse Deus que existe, que é uma pessoa e que tem rosto, criou os seres humanos dotados de inteligência, criatividade, liberdade, igualdade e soberania, como Ele, todos indistintamente iguais, deixando a terra e todos os bens para todos igualmente.

Wilson do Amaral