APOCALIPSE 5 – O LIVRO SELADO E O CORDEIRO

Como dito no estudo do cap. 4, sendo Apocalipse um livro dificil, vamos tentar analisar do micro para o macro. Nós vamos tentar compreender de cada versículo os fatos principais, depois vamos compreender os blocos de assuntos, para posteriormente – quando acabarmos todos esses estudos em Apocalipse - podermos fazer uma analise geral de todo o livro.

Apocalipse 5 tem 14 versículos. Para o nosso estudo vamos analisar só Apocalipse 5. Muitas pessos se confundem pois querem compreender tudo de uma vez, sem terem pensado em cada versículo, cada assunto.

A título didático apenas, pois a nossa ideia é dar subsidios para os pregadores e estudantes da Bíblia, vou colocar o versículo e depois mostrar e explicar como estudar e pensar sobre cada um.

APOCALIPSE 5

1. Vi na destra do que estava assentado sobre o trono um livro escrito por dentro e por fora, bem selado com sete selos.

DICIONÁRIO - Talvez a primeira coisa que o estudante deve ter em mente é compreender as palavras corretamente. Aqui temos uma palavra que nem todo mundo compreende: destra. Destra quer dizer a mão direita.

ASSUNTOS DO VERSÍCULO – O estudante / pregador deve antes de mais nada identificar os assuntos do texto, antes de fazer as suas colocações. O que Apocalipse 5.1 fala? Como podemos resumir facilmente?

1 - João não fala que é Deus, mas descreve que alguém estava sentado no Trono.

2 – Deus tinha na sua mão direita um livro

3 – O livro estava escrito pordentro e por fora e tinha sete selos.

Para um esboço de pregação eu escreveria para mim, assim o versículo: Deus – direita – livro – dentro e fora – sete selos

EXPLICAÇÃO – Depois de identificado os assuntos principais, partimos para a analise do texto. Aqui entra todo o conhecimento que o estudante, ou o pregador tem. Sempre é bom lembrar que a primeira coisa que o pesquisador sério, seja estudante ou pregador deve fazer é ler a sua Bíblia inteira. Só depois disso ele deve partir para estudar mais pormenorizadamente os livros da Bíblia, as doutrinas e os tantos assuntos. Só depois de ter uma ideia geral do que contém a Bíblia ele deve partir para outros aprofundamentos. Repito, o estudante ou o pregador, deve ler a sua Bíblia inteira antes de qualquer coisa.

O crente deve ter em mente que deve ler bons livros e boa literatura, como revistas periódicas de noticias, assim como acessar portais na Internet de noticias. O estudante/pregador deve saber o que acontece no seu mundo. O estudante de Bíblia deve ler e estudar sempre.

Depois de ler e compreender minimamente a Bíblia, as doutrinas, o que é o Velho e o Novo Testamentos, ler muitos livros classicos ou populares, ai estaremos mais aptos a analisar corretamente a Bíblia.

Eu desaconselho estudar heresias, isso pode te tirar do foco. Eu aconselho estudar o que é o movimento pentecostal e o que é o movimento reformado. A Igreja desmembrou-se no que chamamos de Reforma Protestante. O que sobrou foram duas Igrejas, que na verdade são uma só. Os dois movimentos devem se completar. Precisamos compreender essa divisão, e principalmente compreender que ela é uma divisão humana e não bíblica. Os homens ciraram dois blocos grandes de doutrinas e cada um diz que a sua doutrina é a correta, não é. A doutrina correta é a Bíblia. A Reforma tem erros gritantes, assim como o movimento Pentecostal também. Leia e fique com a Bíblia. A Bíblia é o nosso livro texto e não os escritos da Reforma ou Bíbiliasde Estudo Pentecostal. Leia e fique com a Bíblia.

A EXPLICAÇÃO de Ap. 5.1 - A visão de João mudou. Ele continua no Céu, diante do Trono de Deus, mas agora a ação se desenrola exclusivamente para um livro que estava na mão de Deus e o Cordeiro.

João viu na mão de Deus um livro escrito por dentro e por fora, com sete selos. Que livro é esse? Mais a frente vamos notar que os selos foram abertos, mas o livro em si nunca foi aberto. O livro estava fechado e continuou fechado, apesar da abertura dos selos.

Se era um rolo ou um códice (um livro como temos hoje em dia), não sabemos. O mais óbivio é imaginar que é a Bíblia, mas outros livros aparecem em Apocalipse. George Edon Ladd em seu comentário nos fala que não parece correto que a cada abertura de um selo, uma parte do livro seria lida, sendo assim, quando se acabasse de abrir os selos, todo o conteudo do livro estaria lido, isso não acontece. A impressão que se tem é que os selos são um ato introdutório para a abertura porsterior do livro.

O excelente comentário de D. A. Carson nos diz que háduas interpretaçõessobre o livro. A primeira é que o livro é um testamento e o segundo é que é um contrato. As duas ideias nos remetem à Bíblia, que é um testamento, ou melhor dois, um já ultrapasado e abolido por um melhor, o Novo Testamento. A Bíblia é também um contrato, Entre Deus e os homens. Sendo assim D. A. Carson diz: Com base nessa interpretação o rolo nas mãos de Deus representa a sua promessa de aliança de julgamento e reinado para a humanidade. Ou seja, temos ai de novo a Bíblia.

A não abertura do livro nos leva a um questionamento. O livro, com certeza, será aberto após os tempos finais da humanidade. O livro é pós-escatológico. Depois de tudo ele será aberto. Quem já leu com cuidado a Bíblia sabe que ela nos deixa com muitos questionamentos. A bíblia não é de orma alguma um livro fechado, ou seja, se disse nela tudo o que se tem a dizer, de forma alguma. Existem muitas questões importantes que nunca nem foram tocadas. Quem é exatamente Deus, o que é o Céu e onde está, o que será do homem na eternidade, vamos trabalhar, não vamos, vamos casar, vamos ter filhos, existem pessoas em outros mundos, vamos evangelizar o universo, Deus vai morar com o homem na Terra? Vê, nem de longe temos todas as respostas na Bíblia, o que nos leva a imaginar que existem revelações que ainda não vieram a nós. Está lá no livro, estão escritas na Bíblia, mas nós não temos ainda a capacidade de interpretação. Tem mais.

George Eldon Ladd nos fala mais sobre o livro:

A chave do significado do livro encontra-se na experiência que Ezequiel teve quando estava se preparando para seu ministério profético a Israel. Ele recebeu um rolo escrito dos dois lados, como o de João. O rolo de Ezequiel continha “lamentações, suspiros e ais” (Ez 2:10). Então ele recebeu a ordem de tomar o rolo e comê-lo; desta forma ele estaria em condições de profetizar a Israel (Ez 2:1-10).

Os detalhes mencionados em relação ao livro são de máxima importância. O rolo, como o de Ezequiel, estava “escrito por dentro e por fora” . Isto não era comum no mundo antigo, mas ocorria às vezes; nestes

casos o rolo é chamado de opistógrafo. Isto representa a plenitude do pré-conhecimento e dos conselhos de Deus. A história não chegará ao fim enquanto os propósitos de Deus não tiverem sido totalmente alcançados; quando os propósitos de Deus estiverem completos, então virá o fim.

A abertura dos selos é acompanhada de pragas, na história, de caráter geral: guerra, fome, peste e martírio, o primeiro selo não toma muito claro seu significado, e o sexto selo é uma introdução do próprio fim.

2. Vi também um anjo forte, clamando com grande voz: Quem é digno de abrir o livro e de romper os seus selos?

3. E ninguém no céu, nem na terra, nem debaixo da terra, podia abrir o livro, nem olhar para ele.

Esse anjo é poderoso, pois a sua voz deveria ser ouvida em todo canto do Céu, do Universo, da Terra e do Hades, onde estavam os mortos esperando a Volta de Jesus e os outros que seriam julgados.

4-5. A tristeza de João por não haver ninguém digno de abrir o livro foi diminuída pelas palavras de um dos anciãos: Não chores; eis que o Leão da tribo de Judá, a Raiz de Davi, venceu para abrir o livro e os seus sete selos. O choro de João é simbólico, e tinha razão para isso, pois, a não ser que os selos fossem rompidos e o rolo aberto e lido, o propósito divino de juízo e bênção para o mundo continuaria inatingido. No início, o homem foi apontado vice-rei de Deus sobre o mundo (Gn 1.26,28; SI 8.6ss), mas se mostrou inadequado para com essa sua responsabilidade. Agora o “homem adequado” aparece, “e a vontade do Senhor prosperará nas suas mãos” (Is 53.10).

6. Quando João se virou para ver o Leão, ele viu um Cordeiro, como tendo sido sacrificado. Há mistérios inexprímiveis na Bíblia. Se Cristo Jesus não tivesse vindo como servo humilde e sofredor, não poderia vir como Messias conquistador. Essa visão nos remete à Páscoa, no Antigo Testamento e a nova Páscoa, ou os novos símbolismos da Páscoa de Cristo, na Cruz. A referência do Cordeiro no Sistema Sacrificial, era o animal inocente, morto, por noso pecados. O mesmo da Cruz, Cristo morrendo pelos que haviam de ser salvos.

As simbologias – Como havendo sido morto, significa que estava com a garganta cortada, mas estava vivo e de pé. Os sete chifres representam a plenitude de poder que o Cordeiro possui. No Antigo Testamento o chifre é um símbolo comum de força, aparecendo pela primeira vez em Dt 33:17, e freqüentemente nos Salmos (SI 18:2; 112:9). Jesus, depois de ressuscitar, afirmou: “Toda a autoridade me foi dada no céu e na terra” (Mat 28:18). O Cordeiro tem também sete olhos; isto indica sua onisciência, que , ele pode ver tudo. Pano de fundo para isto é Zc 4:10, onde as sete lâmpadas na visão do profeta “são os olhos do Senhor, que percorrem toda a terra” . Os sete olhos do Senhor são os sete olhos do Cordeiro; eles são identificados também como os sete espíritos de Deus enviados por toda a terra.

8-14. UM NOVO CÂNTICO – Assim que o Cordeiro pegou o Livro da mão de Deus, todo o Céu irrompeu em louvores. O Céu estará em Festa no período conhecido como Tribulação, pois será o momento da vitória completa de Cristo sobre a impiedade, o pecado e Satanás. Um novo tempo surgirá dai. Durante milênios incontáveis, desde antes da Fundação do mundo, o Cordeiro espera para ser vitorioso como o Leão da Tribo de Judá. O que fala do Rei vitorioso que viria da descendênciade Davi.

A oração de Daniel, foi uma oração de alinhamento, para saber o que Deus estava fazendo. Sabendo que chegava o tempo do fim do Exílio, Daniel orou ao Senhor, para saber o que fazer, ou o que orar agora. Nós temos sido ensinados a vida toda por homens e mulheres que só observam Apocalipse pela ótica humana, portanto carnal, que o período da Tribulação só trará coisas ruins, não é verdade. Apocalipse é um livro para dar esperanças ao seu povo. Para o judeu, a ideia de um rei vitorioso, vindo de Davi, era um simbolismo muito forte. Eles esperavam esse Rei. Para nós essa ideia foi apagada pelo tempo e acabamos vendo só a parte ruim do Apolcalipse. A Tribulação é o julgamento da impiedade, do pecado, do mundo, dos anjos caídos. Nós mesmos quantas vezes oramos por aqueles que fazem mal no mundo? Nossas orações estão todas sendo ouvidas, para a seu tempo darem resultados. Em toda a bíblia há orações e pedidos a Deus para que os maus sejam julgados. Chegada a hora, nós temos medo.

Dois pontos são importantes nós sabermos aqui. Nessa época os pecadores serão os piores de toda a humanidade e os cristãos serão os melhores de toda a humanidade. É fácil ver isso. O pecado aumentando, a Apostasia só aumentando, a ponto de a maioria da humanidade rejeitar a Deus, então os que ficarem com o Senhor terão que ser muito firmes. Não são qualquer um, não são esses crente nominais. São servos do Senhor experimentados, que no final dos tempos flaarão e testemunharão de Cristo ganhando ainda alguns da Tribulação, através do seu evangelismo. Na Tribulação não estará toda a humanidade, mas aqueles que estiverem vivos nessa época, tanto os impios, quantos os cristãos.

O Céu irrompeu em louvores quando o Cordeiro pegou no Livro, para abri-lo, significando que chegou a hora de serem julgados aqueles perturbadores do mundo, do Céu e do Universo. Chegou a hora de toda lagrima ser enxugada, chegou a hora do pecador pagar pelo seu pecado. Há uma simbologia escondida aqui. Tanto os impios a serem julgados na épóca da Tribulação, quanto so cristãos, simbolizam o pior do mundo e o melhor do mundo, de todos os tempos.

Diferente do que muitos ensinam – errado -, a Igreja irá passar pela Tribulação e testemunhará de Cristo. A vinda de Cristo, no fim da Tribulação é o momento em que o joio e o trigo serão separados.

E esse será o nosso próximo estudo:

A Igreja na Tribulação, e a separação do joio e do trigo na Segunda Vinda de Cristo.

Amém

Fique na paz.