Essa é uma pergunta que aparece muito cedo em nossas vidas, como se tivéssemos condições de respondê-la. Quem nunca ouviu “o que você quer ser quando crescer? ”E quando te perguntaram, o que você respondeu? - “Quero ser médico”, “advogado”, talvez “professora” (no meu caso, em torno dos 5, acho que foi a primeira coisa que lembro querer ser, muito provavelmente porque era a referência que eu tinha, era o que fazia parte da minha ainda inocente experiência de vida - interessante conseguir ver isso agora).Interessante e diria até intrigante como essa pergunta surge cedo e ecoa por toda nossa vida nos impulsionando a querer ser algo. Crescemos querendo ser algo! A questão é que essa pergunta não é certa. E me faz te fazer outras duas:
  1. Você quer ser para alguém ? Ou
  2. Você quer ser para si mesmo?
      Com certeza você vai dizer que é para você, mas será que é mesmo? O querer ser, muitas vezes (na maioria delas) implica em impressionar o outro, sejam os pais, outros familiares, amigos, mentores. Você pode não admitir, mas talvez seu subconsciente busque isso. E talvez esse não seja seu caso e você, de fato, busca satisfazer o desejo do próprio coração. “Quero ser para mim”, “Quero ser o que eu quiser ser”, sendo que esta última tem sido bem defendida nos últimos tempos, não é mesmo? As mídias sociais que o digam!
     E por que aleguei que essa pergunta não é certa? Porque muitas vezes queremos ser, sem nunca pensar no que somos. Querer ser não é ser. E mesmo que você se torne aquilo que almeja, isso não te define. Você nunca vai conseguir ser aquilo que não é.
     E afinal, quem é você?  Você é o que é, não o que quer ser. O querer ser está mais associado a uma imagem que se tem de si, enquanto o ser de fato é a realidade. Viver de imagens é viver em ilusão.
     Acontece que geralmente associamos o ser com coisas externas: uma profissão, um documento, um parentesco. Contudo, se assim fosse, se você deixasse de ser, por algum motivo, o que o seu diploma diz, você deixaria de ser você. E isso não pode acontecer.
     É claro que as circunstâncias, relacionamentos, vivências, vão nos formando, e como dizia Ortega y Gasset “O homem é o homem e a sua circunstância". Sendo assim, a circunstância somente não te define. Você é você e a sua circunstância. Nesta frase o “e” tem sentido de soma, mas para se somar uma coisa à outra precisa-se ter algo anteriormente, certo? Precisa-se de pelo menos duas unidades. E qual a unidade que vem antes? É aí que te pergunto novamente, quem é você?
     Enquanto buscarmos nos definir pelo externo, pelas impressões ou por nós mesmos, estaremos sempre perdidos. Nunca seremos a partir do outro ou a partir de nós mesmos. Somente saberemos quem somos se voltarmos à origem.
     Somos criaturas e somente se sabe o que uma criatura é se perguntarmos ao seu Criador. Perguntar a ela não lhe trará uma resposta confiável e se perguntar aos outros, menos ainda. O artista que pinta um quadro é o único capaz de dizer qual sua real intenção ao criar aquele quadro. O porquê de uma tinta ao invés de outra, qual a tela usada e porque ele é horizontal e não vertical. E quanto mais você passa tempo com ele, mais descobrirá sobre suas obras.
     É o mesmo conosco. Somente saberemos quem somos se buscarmos saber através do nosso Verdadeiro Criador. O conhecimento de si a partir dEle é que é real. Não o que te dizem que você é, não o que tentam te fazer ser, não o que te fazem querer ser. É o que você já é diante dEle! Aí você não vai mais querer ser para alguém ou para si mesmo. Vai querer ser aquilo que Ele te criou para ser!Não precisamos querer ser algo, já somos! E quem nos criou não erra.
     Portanto, precisamos buscar descobrir quem realmente somos aos olhos do Pai.

“Porque somos feitura sua, criados em Cristo Jesus para as boas obras, as quais Deus preparou para que andássemos nelas. ” Efésios 2:10
Enquanto não buscarmos nEle quem somos, estaremos na incessante busca de nós, tentando nos preencher e nos entender com coisas vãs. Nele está a resposta, Ele é a resposta!
Fizeste-nos, Senhor, para ti, e o nosso coração anda inquieto enquanto não descansar em ti. ” (Agostinho de Hipona)
 
 
 
 
 
 
Abra a Porta e Nayara Kívilla
Enviado por Abra a Porta em 04/09/2020
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