APOSTILA DE GÊNESIS – LIÇÃO 2 – A CRIAÇÃO

PARTE I – AS REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICAS

Enquanto que alguns livros bíblicos e especialmente alguns capítulos e versículos, tem menos material para estudarmos, surgindo dificuldade dai, outros porém tem tanto material que o estudante poderia se perder a principio. Gênesis é um livro que tem tanto estudo e tanta coisa a se pensar que poderíamos travar o nosso estudo, se não tivermos um linha de raciocínio.

A Bíblia de Estudo Almeida, faz um resumo panorâmico. Os autores analisaram o por quê foi feito e o quê significa o quê foi feito, e não exatamente o quê foi feito. “Na primeira parte (1.3-10), Deus cria as estruturas fundamentais do nosso mundo: O tempo (1.3-5) e o espaço (1.6-10); o espaço, por sua vez, é delimitado tanto verticalmente (1.6-8) como horizontalmente (1.9-10). Na segunda parte (1.11-31), Deus cria, dentro deste mundo assim estruturado, os seres vivos e as condições para a sua sobrevivência.”

RESUMO DA CRIAÇÃO BIBLIA DE ESTUDO ALMEIDA

1.1—2.3 O relato da criação (1.1—2.3) é um todo bem estruturado. Os primeiros e os últimos versos formam uma espécie de moldura geral. Ao cabeçalho (1.1) corresponde o atestado de conclusão (2.1). Gn 1.2 mostra as condições iniciais da criação, tendo seu correspondente em 2.2-3, onde Deus descansa depois de a mesma ser concluída. Dentro desta moldura vem o relato da criação em seis dias, dividido em duas partes. Na primeira parte (1.3-10), Deus cria as estruturas fundamentais do nosso mundo: o tempo (1.3-5) e o espaço (1.6-10); o espaço, por sua vez, é delimitado tanto verticalmente (1.6-8) como horizontalmente (1.9-10). Na segunda parte (1.11-31), Deus cria, dentro deste mundo assim estruturado, os seres vivos e as condições para a sua sobrevivência. Primeiro são criadas as plantas (1.11-13). Depois, o sol e a lua como marcadores do dia e da noite e, assim, responsáveis pela manutenção da vida e respiração de todo o planeta, através da renovação do ar e do calor que possibilitam a vida (1.14-19). Em terceiro lugar, são criados os animais (1.20-25) e finalmente os seres humanos (1.26-28). Acrescentam-se ainda providências quanto à reserva alimentar do planeta (1.29-30) e um parecer final registrando a satisfação de Deus com a sua criação (1.31).

A ESTRUTURA DO COMENTÁRIO WEIRSBE - O Comentário Wiesrsbe , por outro lado optou por uma estrutura aparentemente simples, ao estudar Gênesis 1-2.

O Criador - Deus

A Criação – os seis dias da Criação e o Sétimo dia de descanso

A Nova Criação – O Novo Nascimento

COMENTÁRIO MOODY – Os organizadores do comentário Moody, por outro lado, nos trazem uma ordem lógica e espiritual, versículo a versículo. Primeiro Deus, depois Deus fez separação entre a luz e as trevas, a terra era sem forma e vazia, haja luz e assim por diante. Uma ação vai correspondendo à outra, até que a Criação terminou.

O FREE BIBLE COMENTARY – Esse é um comentário exaustivo, ele tenta ensinar tudo o que der sobre o assunto. Muito detalhado.

PARTE II – OS DIAS DA CRIAÇÃO (Gn 1-2.3)

DEUS

1 No princípio Deus criou os céus e a terra.

O primeiro fato (literário) que observamos é que sem Gênesis 1.1-11, a Bíblia seria incompreensível. O segundo fato nos diz que a interpretação da Criação em Gênesis deve ser feita de forma teológica, revelada e não cientifica. Terceiro fato, a data. Gênesis cobre o período da criação do cosmos à família de Abraão. É possível datar a vida de Abraão a partir de literatura secular do período. A data aproximada seria 2000 a.C., o segundo milênio a.C. OU seja, não se sabe quanto tempo a Trindade existiu antes da Criação. Depois não se sabe quanto tempo os anjos existem, desde que foram criados, até a rebelião de Lúcifer no Céu. Não se sabe quanto tempo durou a Guerra no Céu. Após expulso, não se sabe quanto tempo demorou até a Criação do Universo, que é datada em aproximadamente 13 bilhões de anos, desde o Big Bang. A vida de Adão começa a ser contada a partir do momento da Queda e não do nascimento dele. Então temos 2.000 anos até Abraão, aproximadamente. Quanto tempo Adão viveu no Jardim é uma incógnita, mas com certeza não foram poucos dias. Outro fato é que precisamos compreender que estudar toda a Bíblia é especialmente Gênesis é muito difícil. Pois somos afetados pela doutrina de nossa denominação; pela ciência moderna; pela nossa cultura; pela história, pela literatura; pelo judaísmo. Precisamos estudar Gênesis com a mente aberta e o Espírito de oração, para Deus poder se revelar a nós. Outro fato que nunca poderemos nos esquecer é que o Antigo Testamento e principalmente Gênesis é reinterpretado por Jesus. O Novo Testamento interpreta Gênesis 1 e 2 à luz de Cristo.

O grande significado da Criação vista em Gênesis, não é como aconteceu, mas em quem aconteceu. O que a partir de Gênesis nos mostra outras verdades. Por quê o mundo é mal, se foi criado em Deus “muito bom”? E como é que Deus vai consertar esse mundo “quebrado”?

“No principio Deus.” Esse é o começo da história. E no começo dos começos, nós temos Deus. No Oriente Deus é “Elohim”. Ele é o criador, provedor e sustentador de todas as coisas, inclusive a vida. “No principio” fala de Eternidade, tempo.

“Deus criou os céus e a terra.” Essa frase não deixa duvidas que tudo o que existe foi criado, não apareceu do nada. O universo não existe por si só, mas foi criado, a vida foi criada, tudo foi criado por Deus. A narrativa muda do céu, para a terra. Do todo para o particular. Quanto tempo ocorreu do principio, do céu até chegar na terra, foi uma verdadeira Eternidade. Gênesis 1 nos mostra um universo geocêntrico, com a Terra no centro do Universo. Desde aqui já devemos novamente lembrar que a narrativa é teológica, revelada a Moisés, o autor de Gênesis. Desde os primeiros versículos a Bíblia já dá enfase ao nosso mundo como diferenciado.

De forma ordenada, Gênesis nos mostra primeiro a criação do tempo e depois a criação dos espaços físicos.

PRIMEIRO DIA

2 Era a terra sem forma e vazia; trevas cobriam a face do abismo, e o Espírito de Deus se movia sobre a face das águas.

3 Disse Deus: "Haja luz", e houve luz.

4 Deus viu que a luz era boa, e separou a luz das trevas.

5 Deus chamou à luz dia, e às trevas chamou noite. Passaram-se a tarde e a manhã; esse foi o primeiro dia.

A Teologia compreende que aconteceu um desastre entre o versículo 1 e o 2. A compreensão é que Satanás atacou a Terra e a destruiu. A ênfase nesses versículos é que Deus separou a luz das trevas. Compreendido teologicamente, voltamos ao fato da Guerra no Céu, onde Satanás queria ser Deus no lugar de Deus. Pela ciência, compreendemos que era o principio do universo, onde Deus criava as primeiras estrelas. Devemos notar, tanto de forma revelada, quanto de forma cientifica, que o Espírito Santo estava trabalhando aqui, ele se movia sobre a face das águas.

SEGUNDO DIA

6 Depois disse Deus: "Haja entre as águas um firmamento que separe águas de águas".

7 Então Deus fez o firmamento e separou as águas que estavam embaixo do firmamento das que estavam por cima. E assim foi.

8 Ao firmamento Deus chamou céu. Passaram-se a tarde e a manhã; esse foi o segundo dia.

Deus vai dando subsidios para a vida na Terra, confinando os limites dos mares, rios e oceanos.

TERCEIRO DIA

9 E disse Deus: "Ajuntem-se num só lugar as águas que estão debaixo do céu, e apareça a parte seca". E assim foi.

10 À parte seca Deus chamou terra, e chamou mares ao conjunto das águas. E Deus viu que ficou bom.

11 Então disse Deus: "Cubra-se a terra de vegetação: plantas que dêem sementes e árvores cujos frutos produzam sementes de acordo com as suas espécies". E assim foi.

12 A terra fez brotar a vegetação: plantas que dão sementes de acordo com as suas espécies, e árvores cujos frutos produzem sementes de acordo com as suas espécies. E Deus viu que ficou bom.

13 Passaram-se a tarde e a manhã; esse foi o terceiro dia.

Foi muito importante para a humanidade a provisão no terceiro dia de uma terra seca, onde ela poderia viver, e as plantas para sustentar a vida. Compreendemos aqui que a Terra está num processo de esfriamento geológico, desde a sua criação, até chegar ao estado de uma terra fértil, um jardim.

QUARTO DIA

14 Disse Deus: "Haja luminares no firmamento do céu para separar o dia da noite. Sirvam eles de sinais para marcar estações, dias e anos,

15 e sirvam de luminares no firmamento do céu para iluminar a terra". E assim foi.

16 Deus fez os dois grandes luminares: o maior para governar o dia e o menor para governar a noite; fez também as estrelas.

17 Deus os colocou no firmamento do céu para iluminar a terra,

18 governar o dia e a noite, e separar a luz das trevas. E Deus viu que ficou bom.

19 Passaram-se a tarde e a manhã; esse foi o quarto dia.

A compreensão que Moisés tinha, e que não devemos desprezar, é que sua cultura compreendia, e ele também, que primeiro Deus criou a Terra e só depois as estrelas. Confirmando isso, Moisés nos descreve o mundo como geocêntrico, a Terra é o centro do Universo. Eu não descreio, na verdade, que a Terra seja o centro teológico do Universo, porém a Ciência nos mostra que a Terra é um, dentre milhares de planetas, na periferia do Universo, a Via Láctea.

QUINTO DIA

20 Disse também Deus: "Encham-se as águas de seres vivos, e sobre a terra voem aves sob o firmamento do céu".

21 Assim Deus criou os grandes animais aquáticos e os demais seres vivos que povoam as águas, de acordo com as suas espécies; e todas as aves, de acordo com as suas espécies. E Deus viu que ficou bom.

22 Então Deus os abençoou, dizendo: "Sejam férteis e multipliquem-se! Encham as águas dos mares! E multipliquem-se as aves na terra".

23 Passaram-se a tarde e a manhã; esse foi o quinto dia.

O paralelo na obra criadora de Deus entre os três primeiros dias e os segundos três dias se torna mais clara. No primeiro dia, a luz foi criado no quarto dia os luminares celestes; no segundo dia, o céu eo mar, no quinto dia, os pássaros e peixes. Novamente, Gn. Ele está enfatizando a preocupação de Deus para a ordem. "Os grandes animais aquáticos" foram reconhecidos como divina em alguns dos mitos antigos; Gen. insiste que eles eram apenas criaturas de Deus. Além disso, Deus queria que tanto a água como o ar estava cheio de criaturas, e seu decreto assegurou a fertilidade e a bênção destes.

SEXTO DIA

24 E disse Deus: "Produza a terra seres vivos de acordo com as suas espécies: rebanhos domésticos, animais selvagens e os demais seres vivos da terra, cada um de acordo com a sua espécie". E assim foi.

25 Deus fez os animais selvagens de acordo com as suas espécies, os rebanhos domésticos de acordo com as suas espécies, e os demais seres vivos da terra de acordo com as suas espécies. E Deus viu que ficou bom.

26 Então disse Deus: "Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança. Domine ele sobre os peixes do mar, sobre as aves do céu, sobre os animais grandes de toda a terra e sobre todos os pequenos animais que se movem rente ao chão".

27 Criou Deus o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou.

28 Deus os abençoou, e lhes disse: "Sejam férteis e multipliquem-se! Encham e subjuguem a terra! Dominem sobre os peixes do mar, sobre as aves do céu e sobre todos os animais que se movem pela terra".

29 Disse Deus: "Eis que lhes dou todas as plantas que nascem em toda a terra e produzem sementes, e todas as árvores que dão frutos com sementes. Elas servirão de alimento para vocês.

30 E dou todos os vegetais como alimento a tudo o que tem em si fôlego de vida: a todos os grandes animais da terra, a todas as aves do céu e a todas as criaturas que se movem rente ao chão". E assim foi.

31 E Deus viu tudo o que havia feito, e tudo havia ficado muito bom. Passaram-se a tarde e a manhã; esse foi o sexto dia.

Aqui vamos usar o Comentário D. A. Carson, onde mudei pouca coisa:

A história da criação atinge o seu clímax no sexto dia. Aqui Gênesis define o propósito da humanidade e do seu lugar no plano de Deus. Deus diz que o homem foi criado “à nossa imagem, conforme a nossa semelhança”. Isto significa que a humanidade, o homem e a mulher são os representantes de Deus na terra. O Novo Testamento diz que Cristo é "a imagem do Deus invisível" ( Cl 1:15 ), "o resplendor da glória e a expressão exata do seu ser" ( Hebreus 1. 3 ). Tal entendimento da imagem divina estava além do alcance do autor humano do Gênesis., Mas ele faz alusão a uma outra dimensão deste comentando : Façamos o homem à nossa imagem ( 26 ). Entendemos que ele falava com a Trindade: o Filho, Jesus e o Espírito Santo. Esta observação implica que o homem é como Deus, mas de que forma? Compreendemos que o homem é feito à imagem física de Deus e à sua semelhança moral, compreendendo o bem e o mal. Os anjos que não pecaram não compreendem isso na prática, pois nunca pecaram, e os anjos perdidos não podem voltar a não pecar, então também não tem uma exata compreensão do que seja moral.

Em segundo lugar, uma vez que os seres humanos são criados à imagem de Deus são Seus representantes na terra e dominarão a Terra. O Sal. 8: 4-8 oferece um comentário poético maravilhoso sobre o assunto. Domínio envolve senhorio ao invés de exploração. O homem como representante de Deus, deve dominar subordinado a ele, como Deus faz, para o benefício deles mesmo. Enquanto o uso humano de recursos naturais é legitimada, Deus não dá licença para abusar da nossa criação.

Em terceiro lugar, Deus deliberadamente criou a humanidade em dois sexos e disse: sede fecundos e multiplicai. Neste contexto abençoou atividade sexual e indicou a sua importância em seu plano. O Deus do Gênesis. repetidamente chama o primeiro par frutificando ( 01:28 , 08:17 , 9: 1 , 7 ) e prometeu aos patriarcas que se tornariam pais de inúmeras crianças. Portanto, a sexualidade é vista como uma parte importante da criação de Deus ( 31 ).

Em quarto lugar, Deus providenciou comida para a humanidade em forma de planta que dá semente e toda árvore cujo fruto com sementes ( 29 ). Não foi senão depois do dilúvio que comer carne foi sancionada ( 9: 1-3 ). No entanto, Gn. não está interessado em mostrar se os primeiros habitantes eram vegetarianos ou não, mas sim no fato de que Deus deu-lhes comida. Deus alimenta a humanidade ( cf. Sl 65. ; 50: 7-15 ).

O SÉTIMO DIA

Gênesis 2.1-3

1 Assim foram concluídos os céus e a terra, e tudo o que neles há.

2 No sétimo dia Deus já havia concluído a obra que realizara, e nesse dia descansou.

3 Abençoou Deus o sétimo dia e o santificou, porque nele descansou de toda a obra que realizara na criação.

A mudança dramática na marcha e estilo se destaca como distintivo sábado. O sétimo dia não é chamado aqui no sábado, mas ele é conhecido, uma vez que ele descansou pode ser parafraseada como "período sabático". Além disso, a importância do sétimo dia é realçado pelo fato de que Deus abençoa e santifica. No sábado gene aliado é declarado "santo", mas apenas em Neemias. 8: 9 , 11 é considerado entre os outros festivais da vila e é chamado de "santo". Aqui somos informados de que Deus descansou no sétimo dia, e sugere claramente que toda a humanidade foi feita à imagem de Deus, e deve seguir o exemplo de seu Criador. Na verdade, o contexto sugere que um dia por semana para descanso é tão necessária quanto a sexualidade ( 01:27 , 28 ) ou comida ( 01:29 ) para a sobrevivência humana. Esta é uma ênfase que parece ter sido esquecido hoje, mesmo entre os cristãos. (D. A. Carson)

Além de ser um dia de descanso físico, não podemos nos esquecer, entretanto, que houve um progresso, um outro nível, a respeito do sábado, com Jesus (Hebreus 4). Assim como deveriam entender, os israelitas no Velho Testamento, que o sábado não era um dia ocioso, mas um dia de descanso, ou de confiança em Deus, no Novo Testamento compreendemos que devemos descansar, acreditar, confiar em Jesus. Nós descansamos em Deus quando confiamos nele. Não significa isso que vamos ficar ociosos, sem fazer nada.

Amém.

Fique na paz.

pslarios
Enviado por pslarios em 05/09/2020
Reeditado em 08/09/2020
Código do texto: T7055377
Classificação de conteúdo: seguro