A PARÁBOLA DO BOM SAMARITANO — Lucas 10.30-37

Em resposta, disse Jesus: "Um homem descia de Jerusalém para Jericó, quando caiu nas mãos de assaltantes. Estes lhe tiraram as roupas, espancaram-no e se foram, deixando-o quase morto.

Aconteceu estar descendo pela mesma estrada um sacerdote. Quando viu o homem, passou pelo outro lado.

E assim também um levita; quando chegou ao lugar e o viu, passou pelo outro lado.

Mas um samaritano, estando de viagem, chegou onde se encontrava o homem e, quando o viu, teve piedade dele.

Aproximou-se, enfaixou-lhe as feridas, derramando nelas vinho e óleo. Depois colocou-o sobre o seu próprio animal, levou-o para uma hospedaria e cuidou dele.

No dia seguinte, deu dois denários ao hospedeiro e disse-lhe: ‘Cuide dele. Quando voltar lhe pagarei todas as despesas que você tiver’.

"Qual destes três você acha que foi o próximo do homem que caiu nas mãos dos assaltantes? "

"Aquele que teve misericórdia dele", respondeu o perito na lei. Jesus lhe disse: "Vá e faça o mesmo"

Lucas 10:30-37

Um homem saia de Jerusalém, a cidade santa, e descia para Jericó, a cidade do pecado, uma cidade amaldiçoada (Josué 6.26).

Quando se diz que esse homem estava descendo de Jerusalém, ou saindo de Jerusalém, esse homem estava saindo da presença de Deus, ou seja, caindo da Graça e indo em direção ao pecado. Jericó é a cidade mais antiga do mundo, com 9.000 anos. Seu nome a define: Heb. Yerichô, “cidade do (deus) lua”.

Dois mundos diferentes eram ligados por essa estrada. Jerusalém estabelecida para adoração do Senhor desde os tempos de Melquisedec, e Jericó fundada como altar de adoração à lua.

Todas as vezes que alguém toma essa estrada, a estrada em direção ao pecado, ele é assaltado pelo Diabo. Numa referencia as roupas do sumo-sacerdote Josué, ao contrário, os ladrões ( os demonios), tiraram a sua roupa de santidade e bateram nele, ou lhe trouxeram tentações e tribulações.

Jonas saiu da vontade do Senhor, para não profetizar a Ninive, pois sabia que mesmo que a mensagem fosse dificil de ouvir, ainda assim, se o povo se convertesse, Deus voltaria atrás e os abençoaria. Jonas não perdoava aquele povo, que tinha um histórico de brutalidade, com Israel e os países ao redor. No futuro Ninive seria conquistada pela Assiria, que invadiria Israel. De alguma maneira Jonas previa isso e não queria profetizar a Ninive e fugiu da presença do Senhor, para não abençoar aquele povo.

Jesus continua a contar então que descia para esse mesmo lugar um sacerdote. Vendo o homem passou para o outro lado. E descia também um levita e vendo o homem passou pelo outro lado da rua, para não ajuda-lo.

Existem aqui duas explicações. A primeira nos diz que o sacerdote e o levita, sendo homens religiosos, provavelmente voltavam de cultuar a Deus, já que o templo ficava em Jerusalém. Esperava-se que fossem praticantes da palavra, pois a conheciam. Eles sabiam o que tinham que fazer. Já o samaritano era considerado pelos judeus como uma pessoa de segunda classe, indigna, pois eram inimigos. Mas era esse mesmo samaritano que demonstrou entender o Espírito da Lei e ajudou ao próximo.

A segunda possibilidade de interpretação é que tanto o sacerdote, quanto o levita, o primeiro um religioso de primeira ordem, mais importante que o religioso de segunda ordem, de uma classe mais baixa, significam uma critica de Jesus ao sistema religiso organizado, mas não convertido.

Porém existe uma terceira via ainda, de compreensão da parabola. Pelos cargos que ocupavam tanto o sacerdote, quanto ao levita, não eram molestados pelos inumeros ladrões que infestavam os caminhos. Tanto o sacerdote, quanto o levita não queriam sofrer o problema de serem também assaltados. O samaritano se o foi, o foi por que Deeus permitiu e de certa forma ele merecia. Eles não entendiam que vivemos num mundo caido e coisas ruins acontecem a todos. Chama a atenção que tanto o sacerdote, que significa para nós o pastor, e o levita que significa o obreiro, ou obreira, desciam de Jerusalém em direção a Jericó. Eles estavam também saindo da presença de Deus.

Infelizmente muitos crentes vivem uma vida dupla, ou por falta de conversão ou por falta de santidade. Os não convertidos tem a desculpa de não serem convertidos, o que implicaria que esses não poderiam exercerem cargos minsiteriais, se não são convertidos. Até ha algum tempo atrás as igrejas pentecostais mais tradicionais, consideravam convertido quem falava em linguas e os que não falam como crentes de segunda ordem. Descobre-se rapidamente, porém, que linguas é só mais um dom e não significa que quem fale em linguas seja convertido. Por outro lado as igrejas reformadas acreditam que tendo-se estudo teologico e uma vida moralmente satisfatoria, é o suficiente para a pessoa exercer um cargo ministerial, nada mais enganoso. Deveriamos observar, não se o crente tem dons, mas se ele tem frutos do Espírito se manifestando nele. Se os houver, é sinal que o Espírito Santo o está convertendo e esse sim é um sinal.

Há convertidos, porém, que cairam da Graça e entristeceram ao Espírito Santo e crucificam a Jesus, de novo, com seus pecados. O autor de Hebreus não alivia as dores do desviado, antes lhe acrescenta: “Ora para aqueles que uma vez foram iluminados, provaram o dom celestial, tornaram-se participantes do Espírito Santo,

experimentaram a bondade da palavra de Deus e os poderes da era que há de vir,

e caíram, é impossível que sejam reconduzidos ao arrependimento; pois para si mesmos estão crucificando de novo o Filho de Deus, sujeitando-o à desonra pública.” Hebreus 6:4-6 Graças a Deus pela palavra de Jesus, que nos fala que aproximando-se Pedro, perguntou a Jesus: Senhor quantas vezes devo perdoar meu irmão? E Jesus respondeu sete vezes sete, diariso, significando um numero infinito. (Mateus 18) De qualquer forma a situação daquele que uma vez foi iluminado e caiu é pior do que daquele que nunca soube de Jesus.

É neste momento em que estamos no fundo do poço, assaltados, roubados pelo pecado, que Jesus desce, não para Jericó, mas ao nosso encontro. O Senhor esforça-se para deixar o lugar da santidade, numa referencia ao Céu e a manifestação de Cristo na Terra, para buscar o perdido num lugar de pecado. Ainda que Cristo tenha saido do lugar de santidade, ele é a santidade, que humilha-se para nos salvar.

Cristo nos pega nos braços, no ergue, nos momentos em que não conseguimos seguir a caminhada. Ele coloca o azeite, simbolo do Espírito Santo, e o vinho, simbolo da alegria cristã, sobre nossas falhas e e nos deixa aos cuidados do hospedeiro que é o Espírito Santo.

Deixemos que Cristo nos suba em direção à Jerusalém, em direção a Deus e à santidade e nos conduza ao grupo de verdadeiros adoradores.

Jesus é aquele que pagou o preço por nós, preço de Cruz e prometeu que iria voltar, continuando a ajudar o homem. Num processo de salvação.

Quem é o próximo, pergunta Jesus, desse homem, roubado pelo caminho, assaltado e posto nu? O sacerdote e o levita religiosos, ou o samaritano de bom coração.

Essa parabola nos dá o claro ensino que a religião sem amor, não é o que Deus quer de nós. Muitos são so jogados pelo caminho, os escanteados pela vida, o nosso papel não é fugir deles, mas ir de encontro, para ajudá-los. Esse é o nosso papel, como sal da Terra e luz do mundo.

Amém

Fique na paz

pslarios
Enviado por pslarios em 03/11/2020
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