ÊXODO LIÇÃO 5 ISRAEL NO DESERTO DA VIDA

Êxodo é claramente dividido em duas partes. Na primeira os israelitas estão no Egito (caps. 1-13.16), e na segunda parte estão no deserto (13.17-40).

Sumário dos capítulos 13.7 a 19 – Israel no Deserto:

1. Mar Vermelho (13.7-14)

2. Mara — Águas amargas (Cap. 15).

3. Elim — Fontes e árvores (Cap. 15).

4. Deserto de Sin — Maná (Cap. 16).

5. Refidim — A Rocha ferida; batalha com Amaléque (Cap. 17).

6. Sinai — Visita de Jetro (Cap. 18).

I – A TRAVESSIA DO MAR VERMELHO

PI-HAIROTE

Quando sairam do Egito, Deus não deixou os israelitas irem pelo caminho dos filisteus, mesmo sendo o caminho mais curto, pois Deus sabia que não estavam preparados para enfrentarem uma guerra e talvez achassem a escravidão atrativa e voltassem atrás. Isso nos fala de pessoas quepor medo de enfrentarem as batalhas com Deus, preferem ficar na escravidão do pecado. (Ex 13.17-22)

Durante o dia o Senhor ia adiante deles numa Teofania (a presença de Deus na Terra), como uma coluna de nuvem, para guiá-los pelo caminho e de noite uma coluna de fogo para iluminá-los. Assim caminhavam de dia e de noite milagrosamente.

A partir do momento em que Israel anda a caminho da Terra Prometida, muitos milagres acontecem. Porém quando chegam na Terra Prometida (Livro de Josué), os milagres vão escasseando, até acabarem. A lição éclara, no deserto, estão em treinamento e Deus se faz conhecido deles, mas na Terra Prometida Deus já é conhecido e eles devem aprender agora a administrar. O nível de uma vida em milagres, uma vida carismática, é quase infantil, pequena, em comparação á maturidade que Deus quer que tenhamos.

Deus através da sua presença, os guiou até Pi-Hairote. Em frente havia o Mar Vermelho, de um lado montanhas e do outro lado deserto, e atrás vinha Faraó e seu exército pronto para matar os israelitas.

Pi-Hairote é a encruzilhada que Deus nos leva, para nos provar. É um caminho sem saída. Só deus sabe como ele vai nos tirar do enrosco onde Ele mesmo nos botou. São muitos os momentos em que Deus permite que cheguemos a uma encruzilhada sem saída, para Deus criar total dependência Dele, em nós.

A BENÇÃO QUE ESTÁ VINDO

Moisés e o povo estavam do lado ocidental, ou seja, do lado do Egito, África. O povo entrou em desespero e Moisés orou a Deus e Deus mandou ele tocar com o seu cajado as águas. Durante a noite toda veio um vento oriental, até que o mar se abriu e eles passaram para o lado de lá, andando. Faraó tentou atravessar, mas Deus fechou as águas sobre seu exército que foi destruído. Do lado de lá eles profetizaram, cantaram fizeram hinos e louvaram a Deus.

Quando Deus nos manda fazer algo é porque Ele já está fazendo. A benção da travessia do mar não partiu daqui para lá, mas de lá para cá. Quando Moisés tocou as águas, ela começou a se abrir do lado de lá.

BATISMO NAS ÁGUAS

A travessia de todo o povo pelo mar que se abriu, nos fala de Batismo nas Águas, que é um ato cristão, que fala de escolher viver a vida toda com Deus. O Batismo é a sua proclamação publica que você é cristão. Conforme Romanos 6, o crente ao ser mergulhado nas águas, ele é afogado, morto paa o mundo, paa ao ser retirado das águas, ser considerado vivo para Deus, outra pessoa. O Batismo nos fala de Novo Nascimento.

UM ATO PROFÉTICO PARA ENTRAR NUM OUTRO NÍVEL

São muitos os momentos na Bíblia que Deus realiza no seu povo, para o seu povo, um ato profético para que eles entrem num outro nível espiritual, paa que possam receber a benção. Muitas vezes esse ato vem junto com provações, que querem nos fazer subir de nível, elevar a nossa fé, criar em nós um coração propicio e confiante em Deus para que o milagre aconteça. É relatado as experiências de muitos profetas, para que compreendamos que Deus estava fazendo-o subir de nível, ou mudar de nível, que ele precisaria posteriormente. A mando de Deus Elias foi morar em Quirite, bebendo água do rio e comendo pão e carne trazido no bico de pássaros. Jeremias conversou com Deus. Isaías viu o Trono de Deus. Paulo ficou cego. Pedro viu um lençol com vários tipos de comida. Muitos receberam o dom de línguas para orarem por si mesmos melhor e orar pela Igreja melhor, mas precisam buscar interpretação. A prova vem antes do dom de cura, ou do dom ministerial.

Eu claramente sou chamado para ensinar. Em toda a minha vida, me faltou tudo, em alguns momentos, mas praticamente nunca faltou livros para estudar.

II - ISRAEL NO DESERTO

MARA E ELIM (15.22.27) – Nós temos algumas passagens bastante estranhas no deserto. Alguns de nós poderemos ler e não saber interpretar o que Deus quer nos falar. Assim que atravessaram o Mar Vermelho, caminhada de três dias no deserto, Israel foi conduzido até um local no deserto chamado Mara, pois as águas encontradas eram amargas, ou ruim para beber. E o povo se desesperou pensando que iria morrer de sede. Moisés ora e Deus lhe mostra uma planta, que jogada nas águas, elas ficaram boas para beber novamente.

E aqui pela primeira vez o Senhor faz uma promessa a Israel no deserto, onde lhes diz que se não o abandonarem nenhuma das doenças do Egito cairão sobre eles. Deus promete cura.

Logo depois chegam a Elim, um oásis, onde havia doze fontes de água e setenta palmeiras. Depois da sede, agora eles tinham água à vontade.

MANÁ (16) – Acabou a comida e o povo murmurou novamente, imaginando agora que iriam morrer de fome, pois não havia comida para todos. Deus realizou o milagre então do Maná, que era uma espécie de bolo, do tamanho de uma unha, que chovia todo dia bem cedo. Se tentassem guardar o maná paa o outro dia, estragava. Mas na sexta-feira caia porção dobrada, pois o sábado era dia de buscar o Senhor, dia de culto, e a lição do sábado era dedicar o dia a Deus.

Muita gente não entende o dia de sábado, ideia que veio do sétimo dia, onde depois de Deus criar todas as coisas, descansou. Descansar aqui, não significa que Deus ficou deitado na rede, mas que ele não precisava mais criar, tudo já estava criado, ele precisava agora era só administrar, gerenciar.

E como muitos ensinos na Bíblia, o descanso tem uma progressão. Hebreus 4.1-11 nos mostra que temos um outro descanso, que não é um dia, mas uma pessoa. Cristo é o nosso descanso, ou devemos descansar nele, quer dizer , confiar nele, que ele está abençoando e dirigindo a nossa vida. O dia de sábado foi abolido em Cristo. Agora, quando estivermos “cansados” da vida, poderemos descansar em Deus, ou buscá-lo e cultuá-lo, não só no sábado, mas na terça, na quarta, na segunda, em qualquer dia, ou hora em que estiver cansado. Há momentos que estamos tão cansados, que buscamos o descanso em Jesus já na segunda de manhã, lembrando que no domingo fomos ao culto e o culto foi tremendo, mas ainda assim, na segunda cedo, já estou precisando de uma outra dose de Jesus. E o busco, o seu descanso, a sua presença, as sete da manha, mas as nove eu preciso buscar de novo, e as nove e dez e as nove e quarenta e as dez e as dez e meia e ao meio-dia e o dia todo, em oração e jejum, até que o descanso venha, a graça venha, a unção venha, a paz de Cristo venha, no meu problema.

Na oração do Pai-Nosso, o pão nosso de cada dia é a porção dobrada de sexta-feira. Ao pedir o pão nosso, invocamos o sábado do Senhor, o descanso do Senhor. E muitas são as vezes que preciso do sábado do Senhor, imediatamente depois que aquele culto de fogo acaba, pois preciso ir para casa e ir paa casa é um desafio, muitas vezes. Quantas vezes vim ao culto e sabia que quando fosse embora não havia jantar, ou havia uma situação ruim para que eu resolvesse e eu não tive nenhuma revelação no culto, sobre como fazer isso. Tem vezes que a gente sai da presença de Deus, já precisando do sábado para levar apra casa, para a vida. Hoje, em Cristo, podemos ter sábado, descanso, todo dia, toda hora.

O pão nosso de cada dia, nos dá hoje, é dizer, Senhor, manifesta o sábado que é Cristo agora em minha vida, pois estou precisando agora. A vida está um deserto e não sei o que fazer.

A ROCHA FERIDA (17) – Deus leva o povo até um lugar chamado Refidim e lá não havia água de novo. O povo murmura de novo. Moisés orou e Deus o levou até uma rocha no Monte Horebe. A Moisés foi dito para bater na rocha com o cajado e água saiu da rocha.

BATALHA COM OS AMALEQUITAS (17) – Israel então foi levado pelo Senhor até Refidim e ali os amalequitas entraram em guerra com eles. Moisés então subiu a um alto monte e enquanto ficava com as mãos levantadas o povo vencia a guerra, quando as suas mãos eram abaixadas, Israel começava a perder. É claramente uma posição de suplica, de oração, na Bíblia, ficar com a mão levantada para o alto. É como se fosse dito: Enquanto você ora eu te abençoo, parou de orar eu não te abençoo.

JETRO, O SOGRO DE MOISÉS (18) – O sogro de Moisés veio então ver a obra que Deus estava realizando através de Moisés e notou que Moisés ficava da manhã até a noite, sozinho, julgando os casos do povo. Jetro indicou para Moisés levantar homens sábios, anciãos, para dividir a tarefa, chegando a Moisés só os casos muito difíceis.

III - TEXTO DE DIFÍCIL INTERPRETAÇÃO

Acredito que essas passagens sejam as mais difíceis de interpretar de Êxodo. E o motivo é até fácil de compreender. As pessoas vendo um texto, acabam desmembrando-o e assim estudam aquele texto, sem fazer o link, a ligação com o todo. Por isso é bom estudar a Bíblia toda, de forma panorâmica: da janelinha do avião, de cima, de longe.

Ao estudar essas passagens separadamente, na verdade perdemos o sentido do que Deus quer ensinar através da Bíblia. As passagens falam praticamente a mesma coisa. Observe:

Deus levou o povo até Pi-Hairote, um local sem escapatória. Foi Deus quem os levou até ali. A situação não tem pra onde correr. Eles oraram a Deus e Deus mostrou como sair, fugindo pelo meio do mar. Ai o povo andou três dias e acabou a água para os seus mais ou menos de 2 a 3 milhões de pessoas. Deus os leva até um local onde as águas são impróprias para o consumo, eles reclamam de novo e Deus cura as águas, com uma planta jogada nela. Mas se tivessem andado mais um pouco havia um Oásis na esquina. Continuando a andar, 15 dias depois de atravessarem o mar, acabou a comida. Eles reclamaram e Moisés orou e veio Maná do Céu, que era uma espécie de pão. Deus os colocou para andar e agora ficaram com fome novamente e reclamaram novamente e novamente Moisés orou e Deus revelou que Moisés iria bater com seu cajado na rocha e sairia água dali. Imediatamente depois disso, Deus os levou até a um lugar onde os amalequitas entraram em guerra contra Israel. E enquanto Moisés orava, o povo obtia vitória, quando parava de orar o povo ia perdendo a guerra.

A PEGADINHA DE DEUS

Parece até uma pegadinha de Deus, para com o seu povo, que acabou de tirar da escravidão do Egito. A poucos dias atrás eles eram escravos no Egito, sem chance alguma de um futuro promissor. Retirados pela mão forte de Deus, agora no deserto a gente nota a duvida, a reclamação a murmuração, a vontade de voltar para trás. A ingratidão é o que resume Israel no deserto.

Foi Deus quem os levou até o caminho de Pi-Hairote, onde havia mar na frente, deserto de um lado, montanhas do outro e Faraó, o Diabo, atrás, querendo matá-los. Foi Deus quem os levou caminho de deserto de três dias sem água. Foi Deus quem os levou caminho de deserto de 15 dias, onde acabou a comida. Foi Deus quem os levou até uma nova situação de sede, seguida de uma situação de guerra.

Deus os leva de uma situação impossível até outra, sem parar. Deus os prova sem dó, nem piedade. A pergunta é por quê? E a resposta é, para ver o que havia no coração deles. Deus queria que eles tirassem o veneno de dentro do coração e aprendessem a andar com Deus 100%, em total e absoluta confiança.

A LOGÍSTICA DE DEUS

Um dia estava assistindo a Bispa Sonia, da Renascer, recebendo cartas e ela recebeu uma carta de uma irmã, que disse que Deus lhe deu um apartamento na Cohab, mas lhe faltava água, luz elétrica, comida, móveis e emprego. Faltava tudo e a irmã achava que Deus lhe tinha trazido até aquele lugar para a matar. A Bispa Sonia então responde a irmã muito brava e me ensinou uma lição. Será que Deus iria gastar tempo com uma logística tão aprimorada, dar uma casa para a irmã, para matar de fome e sede. Será que não era melhor Deus não ter perdido tempo, tanto esforço, tanta logística, para dar um apartamento para a irmã, matando-a no caminho, antes, no passado?

E é interessante que Deus mexe com fatores muito importantes para nós. Comida e bebida falam de subsistência. Deus permitiu que eles ficassem numa situação onde o básico acabou. Deus os forçava a aprender. A ideia não era fazê-los reclamar, mas buscar a Deus. Paulo e Silas, no Novo Testamento, certa vez foram presos e ficaram no cárcere mais baixo, mais fundo, onde não havia ar, água, alimento, conforto algum e nem luz. Eles estavam no escuro presos pelos braços e pernas e ainda assim, no momento mais escuro, próximo a meia-noite, Paulo e Silas cantavam hinos e os presos os ouviam adorar a Deus. Os hinos os transportavam para além das cadeias. Apesar de tanto sofrimento, a adoração deles, num momento de tanta provação, fez surgir um milagre inusitado, um terremoto vindo do fundo da terra abriu todas as cadeias e todos os presos foram soltos. O terremoto só abriu os cadeados e as portas? Que terremoto foi esse?

MATURIDADE

Todas essas passagens falam que Deus quer dar maturidade ao seu povo e confiança cega nele: Deus. Deus forçou a reclamação deles, levando-os até o Mar Vermelho, que Deus iria abrir daqui a pouquinho. Deus os levou a andar com sede, até onde, na esquina, haviam setenta palmeias, ou sombra fresca e 12 fontes de água. Deus os levou a caminhar até que acabou a comida e nesse momento mandou o Maná. Deus os levou a ter sede de novo, o que nos fala da prova que volta e talvez doa mais do que da primeira vez, nos dando a impressão que falhamos da primeira vez e provavelmente vamos falhar de novo. E para completar, se já não bastasse a fome, a sede e o cansaço, Deus permitiu uma guerra.

A lição é clara: Ou aprende a andar com Deus nos termos de Deus, ou vai morrer no deserto. Muitos irmãos que conhecemos em todos esses anos servindo a Deus, se desviaram e deixaram os caminhos do Senhor, por não aguentarem a prova. A prova do deserto queria expor o coração deles e ensiná-los a orar. Pois em todas as situações aqui narradas, houve um padrão: reclamação e a oração que mostrava como seria a solução.

ISRAEL PERDEU A OPORTUNIDADE DE FICAR COM A BOCA FECHADA

Acredito que mesmo se não tivessem reclamado, Deus iria abrir o Mar Vermelho de qualquer jeito. Se tivessem andado, talvez, mais um dia, encontrassem o Oásis com as 12 fontes, sem reclamação. Quando acabou a comida, talvez, se não tivessem reclamado, Deus mandaria o Maná do mesmo jeito, mas dessa vez, sem reclamação. Na questão da Rocha Ferida, quando reclamaram já estavam no local da benção. Pra completar veio a guerra, que os queria ensinar a orar.

Reclamação e oração. Reclamação e oração. E se tivessem ficado só na oração, talvez com adoração? Não sabemos o que Deus poderia ter feito. Mas podemos aprender com os erros de Israel e mudar a nossa postura, diante da provação. A provação não veio para nos destruir, mas a confiar mais em Deus. A provação veio para nos treinar. A provação nos leva a um outro nível de vida com Deus. E se todo crente tem provas, é por que Deus quer abençoar a todos os crentes, fazendo de nos uma nação forte, que ele possa usar, para levar o Evangelho às nações.

Amém

Fique na paz.

BIBLIOGRAFIA

BÍBLIA SAGRADA EDIÇÃO PASTORAL

ATRAVÉS DA BÍBLIA LIVRO POR LIVRO – MYER PERLMAN

pslarios
Enviado por pslarios em 01/12/2020
Código do texto: T7124851
Classificação de conteúdo: seguro