ÊXODO – LIÇÃO 6 – A LEI E O TABERNÁCULO

INTRODUÇÃO

Somente a leitura da Bíblia não nos dá o conhecimento desejado. Mas isso também não é desculpa para não ler a Bíblia. No meu pensamento, quem não leu a Bíblia inteira nenhuma vez nem deveria pregar. A Bíblia é a ferramenta do pregador. Porém compreender a Bíblia requer dedicação e estudos sérios. Em nossas lições tentamos mostrar os pontos principais dos livros bíblicos, sem nos atermos a detalhes. Acredito que esteja faltando na Igreja contemporânea compreender os pontos principais. Por isso não é necessário, agora, explicar, cada versículo, cada frase, cada capítulo. Como podemos ver no sumário de nossa ultima lição de Êxodo, podemos falar de forma geral da Lei e do Tabernáculo.

SUMÁRIO

A ENTREGA DA LEI- ÊXODO 19-24

A. A Lei Moral, Êxodo 19-20

B. A Lei Civil, Êxodo 21-24

O TABERNÁCULO- ÊXODO 25-40

A. O Plano para o Tabernáculo, Êxodo 25-31

B. A Aliança quebrada pela 1° vez Êxodo 32-34

C. O Tabernáculo construído e montado, Êxodo 35-40

HOMILÉTICA

O que deve ser o grande diferencial em nossas lições é que tentamos ensinar para pregar. Não é aprender por aprender, é aprender com a meta de replicar o assunto, passar adiante, evangelizar, ensinar a Igreja.

A Homilética é considera da a arte da pregação e envolve tudo referente à pregação. Envolve o pregador, sua preparação, suas roupas, como se portar no púlpito e no culto, como preparar o sermão, o que dizer, o que não dizer, o que pode fazer, o que é proibido. Hoje queremos pensar o que seja Identidade da Igreja.

IDENTIDADE DA IGREJA

Observamos que todas as chamadas Igrejas grandes, tem seus pregadores principais. Não vemos Igrejas grandes -salvo grandes eventos nacionais, como a Marcha para Jesus- entregarem o púlpito a alguém de outra Igreja. Enquanto que as Igrejas Pentecostais entregam seus púlpitos para outros pregadores semanalmente.

Essa prática é falha e ruim. Aqui estamos aprendendo a palavra, estudando, ensinando, corrigindo os erros dos pregadores em nossas aulas e dizendo como fazer melhor. Estamos aprofundando o conhecimento da Igreja. Não devemos chamar pregadores que não estão aprendendo como nós. O esforço todo é perdido, se aprendermos como pregar melhor e entregamos o púlpito a outros. Assim como deixar pregar quem é daqui, mas não vem aprender. Um pastor já disse que ensinamos na Escola Dominical, mas se os pregadores (que são o alvo principal, pois são eles que vão ensinar a palavra), não vêem, então esses não estão alinhados com as metas da Igreja.

Se quisermos identidade, devemos entender qual é o foco da nossa Igreja. É a Palavra? É a cura? É o Evangelismo? Quando as pessoas pensam em nossa Igreja, qual imagem vem na mente deles? Isso se chama Identidade. Mas se toda semana tiver um pregador diferente, que não é dos nossos, ficamos sem identidade e seremos só mais um. Outro diferencial das Igrejas grandes é que eles têm seu seminário próprio. Eles ensinam o povo deles como fazer Igreja. E a Igreja deles. A Adventista ensina os adventistas. A Renascer ensina o seu povo. A paz e Vida ensinar seus membros. A Igreja Batista tem o Seminário Batista. Até a Igreja da Graça agora tem seu seminário.

I - A LEI MORAL, A LEI CERIMONIAL E A LEI CIVIL

O jusnaturalismo, ou o direito natural, é a corrente de pensamento jurídico-filosófica que pressupõe a existência de uma norma de conduta universal válida e imutável. O estudante de advocacia, precisa estudar essa linha de pensamento pois ela prevaleceu durante toda a Idade Média.

Para compreender, a Justiça, o Direito, precisa observar vários fatos da Teologia. Ao todo, são contados 613 mandamentos no Antigo Testamento. Os teólogos dividem esses mandamentos em três categorias diferentes:

(1) lei moral – revela a essência de Deus, a natureza boa santa e justa de Deus;

(2) lei cerimonial – diz respeito aos rituais da Antiga Aliança, e tinha o objetivo de apontar para o Cristo, o Cordeiro de Deus;

(3) Lei civil ou judicial – tinha o objetivo de regulamentar de forma específica a vida em sociedade do povo de Israel quando foi dada (mais ou menos 3.400 anos atrás).

Destas três, a única que é eterna, nunca passa, é a lei moral. Por isso, segundo entendem os cristãos, ela fornece um padrão universal de justiça a ser seguido em todos os tempos. E vale destacar que a lei moral do Antigo Testamento é desenvolvida no Novo Testamento, na perspectiva da “lei do amor”, “lei da liberdade”, “lei evangélica”.

1- A LEI MORAL

O Plano de Deus mostra ao homem o caminho que deve seguir para praticar o bem e alcançar seu fim último: a plena reconciliação e a salvação. O Antigo Testamento de Deus dá a seu Povo, por meio de Moisés, os Dez Mandamentos, que são o resumo da Lei moral. No Novo Testamento Jesus Cristo nos dá a Lei evangélica, que é a perfeição da Lei divina natural e revelada.

Como a lei moral pode ser classificada? - A lei moral pode ser classificada em lei natural, lei moral antiga ou lei de Moisés, e lei moral nova ou lei evangélica. Essa é a lei impressa no coração dos homens. Dizer que Deus é justo é dizer que Deus é o padrão da justiça. E se somos imagem e semelhança de Deus, então temos um padrão, por empréstimo, de justiça, dentro de nós, que é chamado de “nosso coração”: “Amados, se o nosso coração não nos condenar, temos confiança diante de Deus e recebemos dele tudo o que pedimos, porque obedecemos aos seus mandamentos e fazemos o que lhe agrada.” 1 João 3:21,22

Que passos seguiu a lei moral? - A lei moral seguiu três passos: (1) foi escrita a lei natural no coração dos homens; (2) foi revelada por Deus nos Dez Mandamentos; e (3) Jesus Cristo confirmou e aperfeiçoou a lei divina e revelada por meio dos ensinamentos do Evangelho e na revelação do Espírito Santo.

Qual é a diferença entre a lei cerimonial, a lei moral e a lei judicial no Antigo Testamento? - A lei de Deus dada a Moisés é um conjunto abrangente de diretrizes para assegurar que o comportamento dos israelitas refletiria sua posição como povo escolhido de Deus. Ela abrange o comportamento moral, sua posição como um exemplo piedoso para outras nações e procedimentos sistemáticos para reconhecer a santidade de Deus e a pecaminosidade da humanidade. Em uma tentativa de entender melhor o propósito dessas leis, judeus e cristãos as categorizam. Isso levou à distinção entre a lei moral, a lei cerimonial e a lei judicial.

Lei Moral - As leis morais referem-se à justiça e ao julgamento e muitas vezes são traduzidas como "ordenanças". Baseia-se na natureza santa de Deus. Como tal, as ordenanças são sagradas, justas e imutáveis. Seu propósito é promover o bem-estar daqueles que obedecem. O valor das leis é considerado óbvio pela razão e pelo bom senso. A lei moral abrange regulamentos sobre justiça, respeito e conduta sexual e inclui os Dez Mandamentos. Também inclui penalidades por não obedecer às ordenanças. A lei moral não aponta as pessoas para Cristo; apenas ilumina o estado caído de toda a humanidade.

Protestantes modernos estão divididos sobre a aplicabilidade da Lei de Moisés na era da igreja. Alguns acreditam que a afirmação de Jesus de que a lei permanecerá em vigor até que a terra passe (Mateus 5:18) significa que os crentes ainda estão ligados a ela. Outros, no entanto, entendem que Jesus cumpriu este requisito (Mateus 5:17) e que estamos, ao contrário, sob a lei de Cristo (Gálatas 6:2), que se trata de "amar a Deus e amar o próximo" (Mateus 22:36-40). Embora muitas das leis morais do Antigo Testamento dêem excelentes exemplos de como amar a Deus e ao próximo e de que a liberdade da lei não é licença para o pecado (Romanos 6:15), não estamos especificamente vinculados à Lei de Moisés.

II- LEI CERIMONIAL

As leis cerimoniais são chamadas de hukkim ou chuqqah em hebraico, que literalmente significa "costume da nação"; as palavras costumam ser traduzidas como "estatutos". Essas leis parecem concentrar a atenção do adepto em Deus, o iniciado nos costumes, o seguidor. Elas incluem instruções sobre como “recuperar” uma posição justa diante de Deus (por exemplo, sacrifícios e outras cerimônias sobre "impureza"), lembranças da obra de Deus em Israel (por exemplo, festas e festivais), regulamentos específicos destinados a distinguir os israelitas de seus vizinhos pagãos (por exemplo, restrições dietéticas e de roupas), e sinais que apontam para a vinda do Messias (por exemplo, o sábado (Hebreus 4), a circuncisão, a Páscoa e a redenção do primogênito).

A lei cerimonial não nos parece ser fixa. Com a vinda do Novo Testamento, entre outras, Jesus mudou o sacerdócio, ele é o sumo-sacerdote eterno (Hebreus), ele aprimorou e resumiu os Dez Mandamentos. A Bíblia desde o inicio nos apresenta uma progressão.

Os cristãos não estão vinculados pela lei cerimonial do Antigo Israel. Como a igreja não é a nação de Israel, os festivais memoriais, como a Festa das Semanas e a Páscoa, não se aplicam a nós. Gálatas 3:23-25 explica que, desde que Jesus veio, os cristãos não são obrigados a sacrificar ou circuncidar.

O SÁBADO- Ainda há debate nas igrejas protestantes sobre a aplicabilidade do sábado. Alguns dizem que a sua inclusão nos Dez Mandamentos lhe dá o peso da lei moral. Outros citam Colossenses 2:16-17 e Romanos 14:5 para explicar que Jesus cumpriu o sábado e se tornou nosso descanso sabático. O nosso sábado é Cristo. O sétimo dia de descanso de Gênesis era sombra do que viria significar. O nosso sábado, ou obedecer a Cristo e cultuar a Deus é agora todo dia e não apenas um dia da semana.

III- A LEI CIVIL

As leis civis do Antigo Testamento, foram especificamente dadas para a cultura e o lugar dos israelitas. Isso inclui tudo, do assassinato até a restituição de um homem ferido por um boi e a responsabilidade do homem que cavou um buraco para resgatar o jumento preso do vizinho (Êxodo 21:12-36). Os judeus antigos não viam diferenças entre a moralidade ordenada por Deus e suas responsabilidades culturais. Paulo nos indica no nosso trabalho secular, que devemos fazê-lo como se fosse para Deus. (Efésios 6.7-8)

A divisão da lei judaica em diferentes categorias é uma construção humana projetada para entender melhor a natureza de Deus e definir quais leis os cristãos da era da igreja ainda precisam seguir. Muitos acreditam que a lei cerimonial não é aplicável, mas estamos vinculados aos Dez Mandamentos. Toda a lei é útil para instrução (2 Timóteo 3:16), e nada na Bíblia indica que Deus pretendia uma distinção de categorias. Os cristãos não estão debaixo da lei (Romanos 10:4). Jesus cumpriu a lei, abolindo assim a diferença entre judeus e gentios "para que dos dois criasse, em si mesmo, um novo homem, fazendo a paz, e reconciliasse ambos em um só corpo com Deus, por intermédio da cruz." (Efésios 2:15-16).

IV- FATOS SOBRE ÊXODO 19-40

SANTIFIQUEM-SE EM TRÊS DIAS (Ex 19.10-11) - Dá para santificar em três dias? Santificar, se converter, colocar a casa em ordem, o dizimo, a família, o ministério? Não dá. Então o que quer isso dizer? Que o homem por mais que faça, ainda dá o mínimo a Deus. O nosso retorno é o mínimo para Deus poder nos abençoar. Alguém pode dizer: Senhor, já estou orando por algo fazem 3 dias. E a resposta pode ser: Mas essa é a sua obrigação. Você não está fazendo nada de mais.

OS DEZ MANDAMENTOS (Ex 20) – Resumo: 1- Um só Deus 2- Não ter ídolos 3- Não tomar o nome de Deus em vão (Desrespeito com as coisas de Deus. Na Bíblia o nome representa a pessoa)- 4- Um dia de descanso 5- Honrar pai e mãe (honrar a família – leia Efésios 6.4 o que os pais não podem fazer) 6- não matar 7 – Não cometer adultério 8- não roubar 9- não dar falso testemunho (não mentir) 10- Não cobiçar.

JESUS RESUMIU OS DEZ MANDAMENTOS - Respondeu Jesus: "Ame o Senhor, o seu Deus de todo o seu coração, de toda a sua alma e de todo o seu entendimento’. Este é o primeiro e maior mandamento. E o segundo é semelhante a ele: ‘Ame o seu próximo como a si mesmo’. Destes dois mandamentos dependem toda a Lei e os Profetas". (Mateus 22:37-40) – José o pai terreno de Jesus ensinou a ele o espírito da Lei (o que deve significar) e não apenas a Lei.

ARÃO E O BEZERRO DE OURO (Ex 32) – É significativo que enquanto Moises está no Monte Sinai, recebendo os Dez Mandamentos, Arão, irmão de Jesus, o sumo-sacerdote, fez como seu primeiro ato um bezerro de ouro. Moisés estava no Monte e Deus parou de falar de mistérios com Moisés, para mandá-lo descer depressa, pois o povo estava pecando. Moisés desce com as duas pedras dos Dez Mandamentos, escritos com o dedo de Deus e vendo a orgia, as danças, o povo seminu, bêbado, adorando ídolos, demônios, ficou irado e joga no chão, quebrando os Dez Mandamentos. O significado é que o povo nem recebeu a Lei e já a estava quebrando. O homem é pecador e a Lei é dada a homens pecadores, imperfeitos, que não conseguem obedecer.

O TABERNÁCULO

O QUE ERA? - O Tabernáculo era a habitação terrestre de Deus entre os homens.

COMO ERA? – Podemos resumir como uma casa de dois cômodos com um quintal retangular cercado.

AS PEÇAS DO TABERNÁCULO – O caminho em direção a Deus. A entrada no pátio deveria sempre estar voltada para o Oriente, significando que Deus não muda. A porta significa Jesus.

(1) A primeira peça ao entrar no pátio é o Altar do Sacrifício, onde o ofertante trazia um animal, do lado de fora do Tabernáculo, colocava sua mão sobre sua cabeça, como se fosse uma transferência de pecado e entregava ao Sacerdote. O animal inocente era morto e colocado no altar. Ao entrar no Tabernáculo o altar tem que estar em ordem (a vida, a adoração, o dizimo, o ministério)

(2) Além do Altar, estava a pia de bronze (julgamento) e nos fala de lavagem, de santidade.

(3) O primeiro cômodo do Tabernáculo chama O Lugar Santo, e tinha do lado direito de quem entra

(4) a mesa com os 12 pães da proposição, ou presença. Representam as 12 tribos que deveriam estar sempre na presença e dependência de Deus.

(5) A lâmpada (Menorá), era um candelabro com sete braços, um central significando Cristo e três de cada lado significando todos os que estão nele. Deveria estar permanentemente aceso. A lâmpada fala da iluminação do Espírito (Efésios 1). No Jardim o homem quando pecou morreu, ou perdeu a presença de Deus. Jesus trouxe a nossa paz, Deus estava em guerra contra o homem. A paz de Jesus, reconectou o homem a Deus, onde o Espírito de Deus é um com o do homem novamente.

(6) Em frente ao Lugar Santíssimo, estava o Altar de Incenso, significando nossas orações, que nunca deve apagar.

(7) No segundo ambiente, ou Lugar Santíssimo, havia a Arca da Aliança, com as tábuas dos Dez mandamentos. Era o objeto mais santo de todos. Significa a presença de Deus.

(8) A tampa da Arca da Aliança chama-se Propiciatório. Nela dois Anjos Querubins estão com suas asas voltadas para dentro, tocando um a asa do outro. De dentro desse vão entra as asas é que Deus falava audivelmente.

A PROGRESSÃO DO TABERNÁCULO EM HEBREUS – Em Hebreus 9.1-5, o autor mudou o altar do incenso colocando no Lugar Santíssimo. Significando que no Novo Testamento, nossas orações agora estão constantemente na presença de Deus.

Amém

Fique na paz.

BIBLIOGRAFIA

Direito sem Juridiques – Introdução ao Jusnaturalismo

https://estiloadoracao.com/tabernaculo-significado/

pslarios
Enviado por pslarios em 08/12/2020
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