TEOLOGIA SISTEMÁTICA 1 - A PALAVRA DE DEUS

HOMILÉTICA - A PREGAÇÃO COM O ESPÍRITO SANTO

Há dois tipos de pregação. (1) Aquelas que as pessoas dizem: Que boa e inteligente pregação. (2) e aquelas que as pessoas se levantam e dizem: Vamos trabalhar, vamos orar, vamos fazer.

Existem pregações que tem toda a técnica, mas não foi energizada pelo Espírito Santo.

Como ter pregação com poder?

Ore, jejue, adore, acostume a ter o seu devocional, o seu particular com Deus. Peça a Palavra em oração. Ouça o Espírito, seja sensível ao que o Espírito Santo quer fazer. Anote. Ore pelos seus ouvintes. Visualize os seus ouvintes. Busque a Deus por eles.

Mesmo com toda ajuda do Espírito Santo na pregação, ele não vai pregar no nosso lugar. Temos que nos preparar. Entender qual é a mensagem, o que Deus quer que nós falemos, qual ideia Deus quer revelar. Estar cheio do Espírito Santo não retira a nossa obrigação de ler e estudar a bíblia, de preparar o sermão, de orar até entender qual é a mensagem.

AS DIVISÕES DA TEOLOGIA CRISTÃ

Teologia vem das palavras gregas “theos” e “logos”. Theos significa Deus e logos significa palavra. Então Teologia é estudo da Palavra de Deus. Teologia é o estudo da Bíblia. Teologia é o estudo sobre Deus, ou o estudo sobre as questões de Deus.

Segundo Norman Geisler, filósofo, a teologia cristã se divide em três: Teologia Sistemática, Teologia Histórica e Teologia Bíblica.

TEOLOGIA SISTEMÁTICA

A Teologia Sistemática remonta à ideia de sistema, organização. O teólogo sistemático dividiu a Bíblia em grandes temas principais:

1- A Palavra

2- Deus

3- O homem

4- Os anjos

5- Cristo

6- O Espírito sAnto

7- A Igreja

8- As ultimas coisas

TEOLOGIA HISTÓRICA

A Teologia Histórica, dentro do cristianismo, estuda os pensadores teológicos e as ideias que eles desenvolveram durante o longo pensamento teológico da história, como, por exemplo, a Escolástica e Patrística. É basicamente o estudo das doutrinas e do impacto da Bíblia na história da humanidade. Ela trata também sobre o papel da igreja e os ensinamentos cristãos.

TEOLOGIA BÍBLICA

A Teologia Bíblica utiliza da exegese bíblica que é a análise e interpretação do texto bíblico.

Diferente da Teologia Sistemática, que classifica a doutrina bíblica de acordo com tópicos específicos, a Teologia Bíblica estuda o desenrolar da revelação de Deus à medida que avança através da história, mostrada no texto bíblico. A Teologia Bíblica mostra a progressão dos assuntos bíblicos. Como a Páscoa que virou a Ceia. Os Dez Mandamentos que em Jesus viraram dois. (Mateus 22.35-39)

I - A PALAVRA DE DEUS

Existe uma boa discussão se devemos começar a estudar Teologis Sistemática com o estudo da Palavra de Deus, ou com Deus. As Teologias mais antigas começavam com Deus, buscando uma maior pureza espiritual. Não acredito haver prejuízo começar pelo estudo da Palavra de Deus.

REVELAÇÃO GERAL E REVELAÇÃO ESPECIAL

Se Deus existe, como é possível conhecê-lo? Existem duas possibilidades: (1) Deus é conhecido a partir do seu próprio pensamento, pela observação do mundo e da natureza. Isso é chamado de Revelação Geral, ou Universal. (2) Deus pode ser conhecido através de uma revelação sobrenatural, ou Revelação Especial porque Deus se revelou através de eventos, pessoas e a Bíblia, durante a história.

A PALAVRA COMO REVELAÇÃO ESPECIAL

A Revelação Especial é necessária, pois a Revelação Geral não é suficiente para proporcionar todo o conhecimento de Deus necessário para nós nos relacionarmos com ele.

Segundo João Calvino, “o testemunho do Espírito é superior a todos os argumentos. Deus na Sua Palavra é a única testemunha adequada a respeito de Si mesmo, e, de maneira semelhante, Sua Palavra não será verdadeiramente crida nos corações dos homens até que tenha sido selada pelo testemunho do Seu Espírito.

A PALAVRA DE DEUS

A solução do problema da Revelação Especial ,pressupõe que Deus é um ser pessoal e se relaciona pessoalmente com sua Criação.

A base que Deus lançou para a edificação da sua igreja, a Bíblia, é suficiente e não precisa ser aumentada por novas revelações. Concluímos, conforme Ap 22:18, que nada deve ser acrescentado à Bíblia.

Se, por um lado, a revelação especial está fechada, por outro lado, Deus continua a falar mediante as Escrituras e a iluminação do Espírito Santo. O Espírito Santo testifica com o nosso espírito, confirmando a salvação do crente e a verdade do ensino da Bíblia. (Romanos 8.16)

O Reino de Deus só se conhece quando se entra nele, e o caminho é através do Espírito santo. O homem natural tenta descobrir Deus de forma racional e não consegue e se perturba por que outros conseguiram. O mundo não nos compreende e nem daria para compreender mesmo.

INTERPRETAÇÕES DA DOUTRINA DA INSPIRAÇÃO DA BÍBLIA

AUTORIDADE LIMITADA

Embora existam diferenças importantes entre as várias negações da inerrância da Bíblia, todas elas partilham a atitude de que a mente humana tem o direito de julgar a Bíblia e determinar o que nela é verdadeiro e o que não é. Aliás, há distinções importantes entre estas negações, porque alguns dizem que, mesmo que a Bíblia tenha erros, ainda assim Deus fala através dela.

Catolicismo Romano: A doutrina tradicional da Igreja Católica é a doutrina da inerrância da Bíblia. Não obstante, ao colocar a tradição da Igreja em um nível igual ao da Bíblia e, além disso, usar um método alegórico para interpretar a Bíblia, a Igreja Católica solapa a autoridade da Bíblia por meio de negar a sua suficiência.

Liberalismo : A partir da cosmovisão do naturalismo, os liberais negam que a Bíblia

seja inspirada num sentido especial. Ela pode até ser inspirada como as obras de Shakespeare ou qualquer outra literatura, mas não sobrenaturalmente.

Neo-ortodoxia : Karl Barth aceitou os resultados da Alta Crítica e não confiou na veracidade da Bíblia. Mesmo acreditando que a Bíblia tenha erros, ele ainda quis ter uma teologia bíblica, ao contrário dos liberais. Ele ensinou que a Bíblia errante tem a capacidade de revelar Deus num encontro pessoal com o leitor.

Inerrância “Limitada”: Existem alguns teólogos evangélicos, que apóiam a noção de inerrância “limitada”. A palavra inerrância promove uma noção estática e morta de revelação. Ela dá a noção de uma verdade fixada, que nunca pode ser modificado e assim não pode ser adaptada às exigências e problemas de hoje. Esses teólogos preferem localizar autoridade bíblica em seu ensino sobre questões de fé e vida cristã, deixando aberta a possibilidade de que ela inclua erros de fato acerca de questões históricas ou fatos de ciência.

Como já notamos, a história da Criação em sete dias parece ter algumas falhas, como a Terra ser construída antes do Universo. Não podemos nos esquecer que a Bíblia é um livro espiritual e as interpretações devem ser no geral espirituais. A Bíblia não tem obrigação de ser cientifica.

AUTORIDADE PLENA

Fundamentalismo: Alguns fundamentalistas acreditam que a Bíblia foi ditada palavra por palavra, diretamente de Deus ao homem sem nenhuma dependência da tradição oral, da pesquisa, ou do testemunho de primeira mão. Deus falou e os autores apenas escreveram.

Como pregadores não podemos aceitar isso, pois o pregador sabe que Deus inspira a mensagem, mas não dita palavra por palavra. E se não foi ditada palavra por palavra, onde era o homem escrevendo, ele poderia ter errado.

Um exemplo claro de erros que Deus não queria, mas está na Bíblia, são a maioria dos Salmos que pedem a destruição do inimigo, do outro, que não concordava com suas ideias, o não convertido, os povos gentios, que deveriam morrer todos.

Porém apesar dos erros humanos, é claramente visível que existe um autor, ou inspirador, por detrás da Bíblia, além dos homens. A Bíblia é uma coerência só, se imaginarmos que foi escrita por mais de 40 homens, durante séculos.

RESUMO DO SISTEMA SACRIFICIAL

Devemos lembrar que o Antigo Testamento foi escrito para pessoas sem o Espírito Santo, no qual foi lhes dada leis que eles não conseguiriam cumprir. Foi implantado um Sistema Religioso, um Sistema Sacificial, onde um animal inocente era levado ao sacerdote, o ofertante colocava a mão na cabeça da oferta, num sinal de transferência de pecado e entregava ao sacerdote. O que nos diz que a partir de entregue a Deus (ou ao sacerdote) a oferta não poderá jamais ser resgatada. O sacerdote iria sacrificar o animal, como sinal de pedido de perdão pelo pecado.

A grande questão era que a pessoa pecava e pedia perdão, pecava e pedia perdão e isso indefinidamente. O Sistema Sacrificial não transformava o interior da pessoa, que era incapaz de ser perfeitamente agradável a Deus. O Sistema Sacrificial era só religioso. Obedecendo normas e horas e festividades e leis que não salvavam.

Até os profetas pediram a morte dos inimigos, numa clara desavença com o Novo Testamento. O Antigo Testamento tinha o Espírito por medida. Ainda assim só reis, profetas e sacerdotes poderiam ser ungidos, ou ter a presença do Espírito.

Como numa mensagem muito feliz, acertada, do nosso irmão Vinicius, Davi ao escrever o Salmo 23, pede algo ousado, a unção de Deus. Sacerdote ele não poderia ser, pois não era da tribo de Levi. Mas Deus poderia fazê-lo rei profeta, ou rei ou profeta. O importante aqui não era o cargo, mas o pedido do Espírito Santo.

A FORMULAÇÃO TEOLÓGICA DA BÍBLIA

A base de autoridade da Bíblia é a própria Bíblia com o testemunho do Espírito Santo em nós.

1) A Bíblia é um documento basicamente confiável e seguro.

2) Apoiados neste documento confiável, temos evidência suficiente para acreditar

com segurança que Jesus Cristo é o Filho de Deus.

3) Por ser Filho de Deus, Jesus Cristo é uma autoridade infalível.

4) Jesus Cristo ensina que a Bíblia é mais do que geralmente digna de confiança; ela

é a própria Palavra de Deus.

5) A Palavra de Deus, por ter origem em Deus, é absolutamente confiável, desde de

que Deus é absolutamente digno de confiança.

6) Com base na autoridade infalível de Jesus Cristo, a igreja crê que a Bíblia seja

digna de toda confiança, isto é, infalível.

COMO SABER QUE A BÍBLIA TEM OS LIVROS CERTOS?

O Canon, ou a aceitação desses livros que estão nas nossas Bíblias atuais, passaram pela prova do tempo e pela confirmação do Espírito. Foram centenas de anos, até o canôn do Antigo Testamento ser formado.

Não foi senão quase no século V (Concílio de Cartago, ano 397) que o Cânon oficial foi definido.

O canôn do Novo Testamento passou por muitas mãos e muita discussão, sobre quais livros deveriam fazer parte ou não, até o ano de 1455. O primeiro livro impresso do mundo foi a Bíblia de Gutemberg, que notou que a Bíblia não era lida na ordem que ele resolveu colocar, deixando-a mais comercial. Apesar de tanta discussão, o livreiro resolveu mudar, dando uma forma mais estética.

VISÃO DO CATOLICISMO ROMANO:

O cânon é uma coleção infalível de livros infalíveis

Aceitos alguns apócrifos (leitura duvidável): Tobias, Judite, Sabedoria, Eclesiástico, Baruc, 1-2 Macabeus e adições gregas a Ester e Daniel (Daniel 14.23-42)

VISÃO DO PROTESTANTISMO CLÁSSICO:

O cânon é uma coleção falível de livros infalíveis

Não são aceitos nenhum apócrifo.

Amém

Fique na paz.

BIBLIOGRAFIA

Teologia Sistemática - Franklin Ferreira.

https://cursosdeteologiaonline.com/o-que-e-teologia/

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Enviado por pslarios em 09/12/2020
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