TEOLOGIA SISTEMÁTICA 2 A DOUTRINA DE DEUS

INTRODUÇÃO

A Teologia Sistemática dividiu a Bíblia em alguns grandes temas e tenta estudar todos os textos que falam desses temas. A Doutrina de Deus está espalhada pela Bíblia e a primeira vista, estudar Deus, pode ser um trabalho impossível. Precisamos, então, de um método para isso. Poderá nos ajudar dividir a doutrina em grandes áreas, de forma que a gente não se esqueça facilmente e ao lembrar de Deus a gente lembre desses pontos.

SUMÁRIO

1. A Bíblia e Deus

2. A existência de Deus

3. A natureza de Deus

4. Os atributos de Deus

5. A Trindade

I - A BÍBLIA E DEUS

Na Teologia Cristã existe uma forte ligação entre a Bíblia e a natureza de Deus. Existem vários argumentos para provar a existência de Deus, mas a Bíblia não tenta provar a existência de Deus, ela pressupõe, já a partir do primeiro versículo da Bíblia a existência de Deus é pressuposta e declarada. Além disso o Deus pressuposto não é qualquer Deus, é o criador de todas as coisas. Portanto ele é distinto da criação (santo, separado), e é soberano sobre a criação.

Como criador do universo, Deus é também o primeiro interprete da criação. Como criador Deus não interpreta o universo com provas, como se já existisse e foi descoberto, pesquisado e depois interpretado. A interpretação do universo, ou os planos para o universo, vieram antes dele ser cirado. A interpretação do universo é anterior a criação do universo. Então Deus é o grande interprete do universo, ou a grande mente que planejou o universo. A interpretação do universo está relatada na palavra de Deus, a Bíblia. Nela contém a interpretação correta do universo e porque foi criado.

Sobre a pergunta: Qual é a natureza do universo e qual é o seu fim? A respósta é Deus e a distinção do universo e do seu criador. Quem criou o universo? Deus. Por que Deus criou o universo? Continua sendo Deus, mas nós ainda não sabemos por que Deus criou um universo tão grande assim. O homem só descobriu por telescópios 3% do universo, ele nem sabe o que mais tem por ai. Qual é a autoridade para comprovar isso? No fim das contas, a autoridade da Bíblia fica no auto-testemunho, pois não há nenhuma outra autoridade que possa medira Bíblia. A Bíblia é a autoridde final para todo o conhecimento.

Na questãoda autoridade, só há duas possibilidades. Ou o homem vive nadependência de Deus, ou vive na sua própria autonomia. Nesse aspecto ainda, é dito que só existem duas religiões. A primeira é a religião da Bíblia. A segunda é a da autonomia da criatura, mesmo havendo uma mulidão de variações na segunda religião, a base é a mesma. A Bíblia desconhece o Ecumenismo, a reunião numa só, de todas as religiõesdo mundo. Segundo a Bíblia, só o cristianismo é verdadeiro. O judaismo foi apenas uma sombra, para chegar no cristianismo.

A mente humana, caída, influenciada por demõnios criou religões, ideias e filosofias humanas e demoniacas, que só amaldiçoaram o mundo, desde então. A pergunta fundamental é: A interpretação do mundo está localizado no mundo em si (na mente humana) ou em Deus, como revelado em sua Palavra? Apesar ddas diferenças superficiais, todas as filosofias pagãs tem a mesma raiz. A negação em alguma instância do Deus dos cristãos. Se for provado que o Deus dos cristãos existe, então todos devem segui-lo, mas a negação de Deus, isenta o mundo de obedecê-lo. Todo mundo, já se encontrou com Deus em algum momento da vida, mas muitos resolveram negá-lo, pois se não, deveriam segui-lo e deixar suas práticas.

Mas o mundo em si é admitido pelo incrédulo como sendo um resultado de processos controlados pelo acaso e sem interpretação prévia. Mas num universo assim, nenhum fato seria relacionado com outro. Não existiria interpretação alguma que fosse objetiva (comprovada por muitos) e compreensiva. De fato, toda interpretação seria apenas a opinião subjetiva (de apenas uma pessoa) do intérprete.

II – A EXISTÊNCIA DE DEUS

Em parte alguma as Escrituras tratam de provar a existência de Deus mediante provas. Reconhece-se como fato auto-evidente e como crença natural do homem. As Escrituras em parte alguma propõem uma série de provas da existência de Deus como preliminar à fé; declaram o fato de Deus e chamam o homem a aventurar-se na fé.

Onde acharemos evidências da existência de Deus? Na criação, na natureza humana e na história humana. Dessas três esferas deduzimos as cinco evidências da existência de Deus:

1) O universo deve ter uma Primeira Causa ou um Criador. (Argumento cosmológico, da palavra grega "cosmos", que significa "mundo".)

2) O desígnio evidente no universo aponta para uma Mente Suprema. (Argumento teleológico, de "Teleos", que significa "desígnio ou propósito".)

3) A natureza do homem, com seus impulsos e aspirações, assinala a existência de um Governador pessoal. (Argumento antropológico, da palavra grega "anthropos", que significa "homem".)

4) A história humana dá evidências duma providência que governa sobre tudo. (Argumento histórico.)

5) A crença é universal. (Argumento do consenso comum.)

III – A NATUREZA DE DEUS

OS NOMES DE DEUS

Quem é Deus? A melhor definição é a que se encontra no Catecismo de Westminster: "Deus é Espírito, infinito, eterno e imutável em seu ser, sabedoria, poder, santidade, justiça, bondade e verdade." A definição bíblica pode formular-se pelo estudo dos nomes de Deus. O "nome" de Deus, nas Escrituras, significa mais do que uma combinação de sons; representa seu caráter revelado. Deus revela-se a si mesmo fazendo-se conhecer ou proclamando o seu nome. (Êxo. 6:3; 33:19; 34:5, 6.) Adorar a Deus é invocar seu nome (Gên. 12:8); temê-lo (Deut. 28:58); louvá-lo (2 Sam. 22:50); glorificá-lo (Sal. 86:9); é sacrilégio tomar seu nome em vão. (Êxo. 20:7), ou profaná-lo ou blasfemá-lo (Lev. 18:21; 24:16). Reverenciar a Deus é santificar ou bendizer seu nome (Mat. 6:9). O nome do Senhor defende o seu povo (Sal. 20:1), e por amor do seu nome não os abandonará (1 Sam. 12:22).

Os nomes de Deus mais comuns nas Escrituras são:

1) Elohim (traduzido: Deus) Elohim é o Deus Criador

2) Jeová (“Senhor”) Significa: Eu que me manifestei, me manifesto e me manifestarei ao meu povo.

a. JEOVÁ-RAFA, "o Senhor que cura" (Êxo. 15:26).

b. JEOVÁ-NISSI, "o Senhor nossa bandeira" Êxo. 17:8-15).

c. JEOVÁ-SHALOM, "o Senhor nossa paz" (Jui. 6:24).

d. JEOVÁ-RA'AH, "o Senhor meu pastor" (Sal. 23:1).

e. JEOVÁ-TSIDKENU, "o Senhor nossa justiça" (Jer. 23:6).

f. JEOVÁ-JIREH, "o Senhor que provê" (Gên. 22:14).

g. JEOVÁ-SHAMMAH, "o Senhor está ali", escatologia (Ezeq. 48:35).

3) El (Deus)

a. EL-ELYON (Gên. 14:18-20), o "Deus altíssimo", o Deus que é exaltado sobre tudo o que se chama deus ou deuses.

b. EL-SHADDAI, "o Deus que é suficiente para as necessidades do seu povo" (Êxo. 6:3).

c. EL-OLAM, "o eterno Deus" (Gên. 21:33).

4) Adonai (Senhor ou mestre), da a ideia de dono do escravo e professor (Ex 23.17; Isa 10.16, 33)

5) Pai. Emprega-se no Antigo e no Novo Testamento. Como Criador e Fonte de todas as coisas, todos podemos nos considerar geração de Deus. (Atos 17.28) Porém essa relação não garante a salvação. Somente aqueles que foram vivificados e receberam nova vida pelo seu Espírito são seus filhos no sentido intimo da salvação. (João 1:12, 13.) Entender Pai em Jesus, significa que ele chama Deus de um nome pessoal e familiar, compreensível a todos os povos na face da terra, em qualquer período de tempo. Diferente de Criador que passa a ideia de um Deus distante e impesoal.

IV – OS ATRIBUTOS DE DEUS

Na tentativa de compreender Deus, varios sistemas de classificacao tem sido adotados. Para facilitar aos irmãos guardarem mais fácil, podemos classificar essa área da Doutrina de Deus em duas partes: Os atributos naturais de Deus e os atributos de amor (ou morais).

Muitas teologias sistemáticas do passado tentaram classificar os atributos morais e a natureza de Deus. O Supremo Ser, porém, não se revelou simplesmente para transmitirnos conhecimentos teóricos a respeito de si mesmo. Pelo contrário: a revelação que Ele fez de si mesmo está vinculada a um desafio pessoal, a uma confrontação e a oportunidade de o homem reagir positivamente a essa revelação.

1- OS ATRIBUTOS NATURAIS DE DEUS

São os atributos não compartilhados com o homem. Só Deus os tem. Os mais relevantes:

a. Onisciência - O conhecimento de Deus é perfeito, ele não precisa meditar, ou pesquisar as coisas, nem aprender gradualmente — seu conhecimento do passado, do presente e do futuro é instantâneo.

b. Onipotência – Apesar de Deus poder fazer tudo o que quiser, ele não agride suas criaturas e nem age fora da sua Lei.

c. Onipresença – Apesar de Deus sustentar todas as coisas por si mesmo, estando Deus em todo o lugar, ainda assim, ele só se faz presente àqueles que o buscam em fé.

d. Eternidade – Deus é o unico ser que já ouviu-se falar que é incriado.

e. Sabedoria – Deus tem a onisciência e a onipotência para ajudar na sua sabedoria. Deus tem poder e conhecimento para realizar todos os seus propósitos, pelos melhores meios possíveis.

f. Imutabilidade: significa que Deus não muda jamais, ou seja, tanto Seu ser como Suas perfeições não sofrem qualquer alteração, e Ele não muda, de forma alguma, os Seus propósitos e promessas (Tg 1:17).

1- OS ATRIBUTOS DE AMOR

Esses são atributos compartilhados com o homem. Todos os atributos de Deus que o homem compartilha são empréstimos. Os atributos são de Deus e não do homem. O dom está em Deus.

Todos os seus atributos compartilhaods só o são por causa que Deus ama a sua criatura e como um pai amoroso, apesar de justo, um pai que julga corretamente seus filhos e não os deixa de provar e de serem tentados, o faz só com a medida que seus filhos possam suportar. Esses são apenas alguns atributos ligados ao seu amor para conosco:

a. Amor – Amar é gostar de forma diferenciada alguém, de forma que você quer conviver para sempre com ela. O amor tem origem em Deus. O amor egoísta, errado, sexual, por coisas ao invés de gente, são deturpações do verdadeiro amor, que visa o bem do outro, antes do seu próprio.

b. Santidade – Separação, consagração. Santidade é evitar fazer e falar coisas que o mundo faz e fala. Santidade tem a ver com consagração, entrega a Deus.

c. Justiça – A medida da nossa justiça é Deus e a sua Palavra. Qual a diferença entre a santidade e a justiça? "A justiça é santidade em ação", esta é uma das respostas. A justiça é a santidade de Deus manifesta no tratar retamente com suas criaturas e exigir que eles se tratem com justiça, uns aos outros.

d. Misericórdia - sentimento de dor e solidariedade com relação a alguém que sofre uma tragédia pessoal ou que caiu em desgraça; dó, compaixão, piedade. Efésios 2.4-5 é mais um texto que nos mostra que estavamos em guerracom Deus e através de Cristo alvcançamos a paz.

e. Bondade – Deus só deseja o bem para suas criaturas.

V - AS OBRAS DA TRINDADE NA BÍBLIA

A Ddoutrina da Trindade é um enigma declarado na Bíblia. Dizemos que a unidade divina é uma unidde composta, onde coabitam dentro do mesmo Deus três pessoas em perfeita harmonia. Quando todos nós nascemos, a Trindade já existia e mesmo que tenhamos sido ensinados desde pequenos num Deus Trino, ainda assim é dificil paa nós perceber como isso é possível. Deus é um enigma, de onde veio, como pode ser incriado? Como pode existir uma Trindade?

É distinto e percebível, o ministério de todos os personagens da Trindade. Deus é Pai, é Filho e é Espírito Santo.

O ministério de Deus - No Antigo Testamento Deus se revela e cria um povo e lhes dá uma religião para que pudessem terem o minimo possível de santidade para que o Filho, Jesus, nasça. O Espírito Santo é externo e dado por medida.

O ministério de Cristo – No Novo Testamento o simbolismo, ou significado de Jesus, na Bíblia, é para nos mostrar como podemos ser homens e mulheres cheios do Espírito e de obras, vivendo na presença de Deus e como deve ser. Jesus é o exemplo do bom cristão.

O ministério do Espírito – O Antigo Testamento veio nos provar como é dificil observar a Lei, se o coração não for mudado. O Espírito Santo traz essa mudança de coração. Num linguajar mais popular, com a Queda no Jardim, o homem foi desconectado de Deus. Jesus no Novo Testamento nos reconectou com Deus, morrendo no nosso lugar e ressuscitando. Com o ministério do Espírito veio a Igreja, onde Deus deu dons de poder e dons ministeriais, capacitando assim a Igreja a ser testemunha e levar o Evangelho a todos os povos. Na vinda do Espírito, a nossa reconecção nos faz parecidos com Deus. Um texto ue muito nos esclarece é Gálatas 5, que mostra a oposição dos frutos da carne, ou velha natureza pecadora e os frutos do Espírito.

BIBLIOGRAFIA

Teologia Sistemática - Franklin Ferreira.

Conhecendo as Doutrinas da Bíblia – Myer Perlman

Teologia Sistemática - Erickson

pslarios
Enviado por pslarios em 20/12/2020
Código do texto: T7140043
Classificação de conteúdo: seguro