TEOLOGIA SISTEMATICA 5 “JESUS CRISTO”

INTRODUÇÃO

O ensino clássico é a correção dos ensinos errados. Toda Igreja tem por obrigação ensinar e reensinar, numa obra constante, os seus membros, sobre as doutrinas da Bíblia. A igreja prestas contas à sociedade e teologicamente às outras igrejas, mesmo de denominação diferente, se usamos a mesma Bíblia. A nossa pregação não pode ser algo único, diferente da Teologia Clássica. É desrespeitar o Espírito santo, esquecermos o que ele ensinou a outros do passado.

1- A PESSOA DE CRISTO

UNIÃO HIPOSTÁTICA DE DEUS

A Teologia se impôs uma enorme dificuldade, ao tentar explicar o ensino da humanidade e divindade de Cristo. Essa discussão durou séculos e ainda hoje, muitos não o compreenderam. Para muitas faculdades de Teologia, essa “União Hipostática de Cristo” (ser humano e divino ao mesmo tempo) é um mistério. Ensino que deveria ser compreendido até por um pastor de ovelhas do tempo de Jesus.

Jesus foi, totalmente humano, enquanto estava nessa terra, e Jesus foi também, totalmente divino. O problema parece estar em afirmar que Jesus sabia desde que nasceu que era Deus. Isso não pode ser possível, ao lermos a Bíblia. Só na metade do seu ministério terreno é que Jesus começou a afirmar a sua divindade. A solução da discussão é compreender que Jesus nasceu nessa terra sem ter a lembrança do Céu. Conforme ele ia fazendo a obra e principalmente progredindo em oração, é que o Espírito santo ia revelando a ele, enquanto humano, a sua divindade. Jesus era um humano que descobriu que era Deus. Usando um termo ruim, mas compreensível, poderíamos chamar a isso de amnésia. Ele não tinha lembranças do tempo que era divino.

A declaração clássica de Cristo diz que: Cristo é verdadeiramente Deus, Cristo é verdadeiramente humano, Cristo é uma só pessoa. Há nele duas naturezas distintas: Divina e humana. Claramente distintas e substancialmente diferentes, mas não divididas, inseparáveis e inconfundíveis. Seu ministério terreno começou quando ele tinha 30 anos de idade. Durou três páscoas. Jesus morreu na cruz e ressuscitou três dias depois. Após a ressurreição ainda andou 40 dias com os discípulos dando as ultimas instruções.

CRISTO E A TRINDADE

É compreendido que Jesus é a segunda pessoa da Trindade, subordinado de alguma maneira ao Pai, assim como através dele é que o Espírito Santo veio ao mundo. Alguns enxergam uma subordinação: O Espírito subordinado a Cristo e Cristo subordinado ao Pai. É meio duvidoso afirmar isso. O mais correto é compreender que enquanto Cristo estava no ministério terreno, como humano dependia de Deus para ter revelações, assim como para fazer a obra. E sobre a vinda do Espírito Santo é compreensível que deveria haver antes da descida do Espírito a obra da Expiação. Cristo morreu na cruz numa obra dupla: substitutiva, morrendo no lugar do pecador e participativa, o pecador morrendo nele. (2 Cor 5.14)

NOMES ATRIBUIDOS A CRISTO

Logos – Esse termo já demonstra o ministério de Cristo: Ele deveria ser o verbo em ação: pregando e ensinando. Jesus é o profeta que fala da parte de Deus. Todos os profetas se encontram em Jesus. A perfeição do dom profético está em Jesus.

Messias – (ungido) Jesus era o ungido para realizar uma missão que envolve redenção, julgamento e representar o próprio Deus.

Senhor – (kyrios, que é Javé ou Jeová) Isso indica que Jesus é o próprio Deus.

Filho do homem – Que era como Jesus dizia de si. Isso implica identificação com a humanidade culpada.

Filho de Deus – João aponta Jesus como filho único, legítimo de Deus. O primogênito.

NASCIMENTO VIRGINAL

Adão foi acusado de ter passado o pecado como herança a toda a humanidade, não Eva. Deus tinha falado para Adão não comer do fruto proibido, ele deveria ter ensinado isso para Eva. Adão é o cabeça federativo da humanidade, ou seja, ele representa toda a humanidade. Jesus nascer de Maria, possibilitaria o pecado não passar da mulher para ele. (Lc 1.35). Então ter nascido sem pecado possibilitaria Jesus salvar a humanidade. (Mt 1.21)

IMPECABILIDADE DE CRISTO

Seria possível Jesus pecar? Sua tentação foi genuína? As tentações de Cristo foram reais, embora fossem insuficientes para vencê-lo. A busca constante do Espírito Santo tornou o pecado em Jesus, impossível. O pecado não faz parte da natureza humana básica, mas sim da corrompida. Adão e Eva antes da queda e Jesus foram os únicos seres humanos puros. (João 8:46.)

2- A OBRA DE CRISTO

Lemos sobre o ministério de Jesus nos chamados Evangelhos: Os quatro primeiros livros do Novo Testamento: Mateus, Marcos, Lucas e João. Porém a explicação do ministério de Jesus se faz posteriormente em todos os livros que vem depois dos Evangelhos. As Cartas Gerais de Paulo; As Cartas Pastorais de Paulo; As Cartas Evangélicas ou Cristãs e Apocalipse. Mas principalmente compreendemos o ministério de Cristo e o próprio Cristo na fala de Paulo.

Jesus exerceu os cargos de profeta (falava da parte de Deus), sacerdote (poderia consagrar os irmãos, pois foi tentado como eles e venceu), e rei (Jesus mostrou que o crente pode reinar através da fé, vida consagrada e oração).

PREGAÇÃO E ENSINO

Depois que batizou nas águas, dando inicio ao seu ministério terreno, com 30 anos de idade, Jesus foi levado pelo Espírito ao deserto, onde lá foi tentado por 40 dias. Depois que voltou, pregou e ensinou sobre o Reino de Deus. Sua pregação e ensino era com autoridade e manifestação de poder. Jesus foi o maior pregador de todos os tempos, assim como o melhor professor de todos. Jesus usava com sabedoria de todos os recursos possíveis para fazer de sua mensagem compreensível.

ORAÇÃO E SANTIDADE

No ministério terreno de Jesus, destaca-se o tempo que ele usava para orar, chegando a ficar a noite toda orando, como no dia que teve que escolher os 12 discípulos. (Lucas 6.12-13) Efésios 1 nos ensina que através da oração vem a nós, através da intimidade com o Espírito Santo, a sabedoria e a revelação. Quanto mais orarmos, mais sabedoria e revelação do Espírito teremos, assim como seremos cada vez mais iluminados, ou seja, teremos mais do Espírito no nosso espírito e teremos mais certeza do nosso chamado., assim como também teremos compreensão do poder de Deus em nós e através de nós.

MANIFESTAÇÃO DE PODER, EXPULSÃO DE DEMÔNIOS, CURAS MILAGROSAS

As pregações de Jesus eram caracterizadas por algumas características que precisamos resgatar hoje em dia. Jesus demonstrava ter muito conhecimento do Antigo Testamento, mas não apenas da letra da Lei, mas do Espírito da Lei, que significa o entendimento da Lei, por quê Deus fez a Lei. Mas havia uma progressão na sua mensagem, que era o Reino de Deus. Jesus demonstrou que o Reino já estava sendo dito no Antigo Testamento, mas pra isso ele fez uma releitura de todo o Antigo Testamento, assim como de Deus, que chamou de Pai.

Desde o inicio do seu ministério Jesus pregava com conhecimento, autoridade e demonstração de poder. (Mateus 4.23-24) Uma novidade do Novo Testamento foi o aparecimento de tanta gente endemoninhada , que Jesus chamou de doentes que precisavam serem curados. Vimos em Jesus que qualquer doença pode ser curada, como epilepsia, um fluxo de sangue anormal, ou até mesmo mortos poderiam ressuscitar através da oração de um cristão consagrado.

Entretanto não devemos tentar a Deus (Dt 6.16). Quase sempre os milagres são de cunho didático. Deus ainda cura hoje em dia, porém só o faz milagrosamente, onde a medicina não alcança. Um fato que a Igreja precisa compreender corretamente é que Deus quer curar e perdoar os pecados de todos. (Tiago 5:14,15)

3- A EXPIAÇÃO

O termo (uma palavra que traz um conceito), significa a purificação dos crimes ou faltas cometidas. A expiação é o meio usado para o cumprimento da pena. A palavra expiação encontra-se poucas vezes na Bíblia, mas o conceito da expiação constitui o assunto principal do Antigo e do Novo Testamento. Palavras mais conhecidas como reconciliação, sangue, remissão de pecados e perdão estão diretamente relacionadas com esse tema.

A justiça exigia uma pena pelo pecado. A pena era a morte, a separação de Deus. A obra expiatória de Cristo era para resolver o homem com Deus. A expiação, ou a morte de Cristo na cruz, no lugar do homem pecador, era uma obra satisfatória a Deus. Prestamos conta, satisfação ao juiz dos homens. A expiação é uma reconciliação de partes separadas entre si, a restauração de um relacionamento rompido.

No site “solascriptura-tt.org”, lemos que aquele que faz a obra expiatória precisava de duas características. Na primeira ele deveria ser idôneo, ou seja, capacitado para fazer a obra. No caso uma obra de libertação do pecado exigia alguém totalmente santo. Mas além de ser capacitado para a obra, ele deveria querer fazer a obra. Não bastava ter as qualificações para fazer a obra, deveria ter a vontade de fazer a obra. Jesus ama os homens, e os vê como crianças que não sabem o que fazem. Jesus não foi entregue para ser crucificado, ele se entregou.

Isso fala sobre nós. A obra ministerial é voluntária, de graça. Mas Paulo nos demonstra que aquele que é dedicado à obra, que viva da obra. (1 Coríntios 9:4-14) Esses versículos não falam só do pastor receber salário, mas que todos que tem a vida exclusiva a obra deve viver da obra, ou seja da Igreja. Um exemplo eram as viúvas cristãs (1 Corintios), que não tendo um sustento, deveriam serem sustentadas pela Igreja. Não necessariamente a Igreja deve sustentar seus membros, mas podemos exercer nosso trabalho secular exclusivamente aos membros da Igreja. Alguns escrevem livros crentes, outros vendem camisetas com temas cristãos.

O segundo ponto é que nós que fazemos a obra devemos sermos capacitados para isso. Quem canta tem que aprender a cantar. O musico tem que aprender a manusear seus instrumentos. O pregador tem que aprender a Bíblia. Mas a questão não é só ser capacitado, tem que querer fazer a obra. Ninguém deve ser forçado a trabalhar na Igreja. Devemos ser encorajados a isso. A Igreja não pode dar oportunidade a quem não quer. A pessoa pode estar em pecado, doente, indisposta, ou ela não quer mesmo.

Jesus capacitou-se a vida toda para fazer a obra de reconciliação de Deus com os homens. Mas além de ser capacitado ele desejou salvar e abençoar os homens.

Amém

Fique na paz

BIBLIOGRAFIA

Teologia Sistemática – Franklin Ferreira

Teologia Sistemática – Louis Berkhof

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Enviado por pslarios em 13/01/2021
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