APOCALIPSE LIÇÃO 2 “A VOLTA DE CRISTO”

INTRODUÇÃO DE APOCALIPSE

Ap. 1.1 -A mensagem de Apocalipse veio em hora oportuna, pois a perseguição aos cristãos estava cada dia mais acirrada. João escreveu o que foi revelado a ele e que deveria repassar para a igreja, e os eventos que deveriam ocorrer em breve. Apocalipse retrata a vitória de Cristo sobre as forças do mal e a instauração de uma nova era, não propriamente um novo mundo e um novo universo, mas um mundo e universo reformados, sem pecado. Houve um desvio enorme a respeito do livro, que deveria servir de ânimo aos desanimados e perseguidos, mas que virou palco de debates acalorados e defesas opostas, que não eram o foco, como a divisão da igreja, onde uma parte crê na volta invisível de Jesus, iminente, para parte da igreja e outra divisão que diz que a volta será no fim do livro. O propósito do livro não era a volta de Cristo, mas a revelação das coisas que em breve aconteceriam no mundo e que deveriam servir de esperança aos crentes perseguidos. A leitura de Apocalipse não se faz interpretando a história humana, mas a Bíblia.

Ap. 1.4 – A mensagem deveria ser enviada às sete igrejas da Ásia. (1:4,11) que estavam passando por um período de dura perseguição (1:9). Como em qualquer carta, nós a entenderemos melhor vendo a mensagem através dos olhos de seus destinatários originais. Em certo sentido, estamos lendo a carta de alguém. Por que foi revelado a essas igrejas e não a todas as igrejas, só pode ser entendido por que João viveu uma grande parte do final da vida, nessa região, o que nos mostra, de novo, que o escritor bíblico influencia o seu livro, portanto para entender um livro, devemos estudar o seu autor também. As igrejas não distavam mais do que 100 km umas da outras, num círculo. Chamamos de igreja nessa época, cada comunidade de cada cidade, descritas aqui.

Ap 1.3-6 – Talvez passe desapercebido por nós, mas a escrita de Apocalipse é epistolar, uma carta, profética e oral, ou seja, o livro foi feito para ser lido. Isso se explica e fica claro, ao lermos as repetições nas cartas para a igreja. (verso 3) Esse é o único livro da Bíblia que existe uma benção para aquele que ler, ouvir e guardar o que aqui está escrito. Ou seja, devemos prestar atenção o que Apocalipse diz, talvez mais do que nos outros livros, porque o que aqui está escrito vai acontecer em breve. (4) João escreve as sete igrejas da Ásia. Graça (toda a obra de salvação é graça) e paz (que é a reconciliação com Deus, através da obra de Cristo). Vemos aqui a descrição de Deus no passado, no presente e no futuro: que era, que é e que há de vir. Os sete espíritos são a igreja, diante do trono (Ap. 4; Isaías 11.2) (5) Jesus é descrito como o soberano dos reis da terra. Mas apesar do título, o livro nos mostra que os líderes mundiais não o aceitaram assim. (6) Estamos vivendo no reinado (dons, ministérios, palavra, revelação, milagres, bênçãos) e somos sacerdotes desse reino, para servir a Deus.

A VINDA DE CRISTO

Ap 1.7 – “Jesus vem do céu e todo olho o verá.” Apesar de estarem descritos em Apocalipse, tantos eventos importantes ainda a acontecer, quase sempre ao se estudar o livro, ele foi restringido a discussões sobre a volta de Cristo. A maior autoridade da volta de Cristo, na Bíblia deve ser o livro onde ele volta, ou seja, o próprio Apocalipse. Não lemos nem aqui e nem na Bíblia, algumas idéias que são ensinadas como doutrinas bíblicas, sem o ser, pois não estão na Bíblia. Criaram o mito de uma volta de Cristo invisível, em duas partes, primeiro para a igreja fiel, imediatamente antes de começar a Tribulação e depois para os que restarem, em Ap. 19. Ensinos que não tem respaldo bíblico algum. A Bíblia não ensina isso. A partir da vontade de a igreja não passar pela Tribulação, se criou a idéia que o Espírito Santo será retirado da terra, uma leitura estranha das cartas para a igreja (Ap. 3-4), dizendo que elas são dispensações na história. Dizem ainda que não haverá pregação da palavra em Apocalipse, o que bate de frente com o próprio livro, que mostra sim, evangelismo. A questão aqui é: Ou você acredita na Bíblia e interpreta a Bíblia, ou você para ouvir o que dizem, sem ler e estudar a Bíblia. (Mt 24.30) Ou você crê na bíblia, ou não crê. Ou você opta por ler e estudar a Bíblia, fazendo dela o seu livro texto, ou então você caiu da fé.

O versículo chave que usam para dizer que Jesus vai vir de forma invisível é Mateus 24:27: "Porque, assim como o relâmpago sai do oriente e se mostra até ao ocidente, assim será também a vinda do Filho do homem" Eu não consigo enxergar aqui, uma volta invisível, mas antes uma volta rápida. Um relâmpago é invisível? E se quem convence é o Espírito Santo, como é que ele vai ser retirado? (João 16.8)

A vinda de Cristo será um momento onde ele irá julgar as nações e os demônios, assim como salvar e abençoar, dando galardões aos seus servos que serão transformados (glorificados) no momento da sua vinda. Vinda que segundo Apocalipse será no cap. 19. Se não compreendermos corretamente, estudando a Bíblia, e o que ela diz sobre a volta de Cristo, sem interferências de outros que estão ensinando o que a Bíblia não diz, todo o nosso estudo de Apocalipse estará comprometido. Vamos, ao tentar defender a idéia de uma volta em duas partes, invisível, com dispensações, sem o Espírito Santo, sem evangelismo, fazer do livro um Frankestein, que no fim dirá o que não disse. Podemos criar um monstro que mais vai confundir, do que explicar. Ao estudar Apocalipse deixe de lado todas as suas suposições do que não está na Bíblia. Nunca force a Bíblia a dizer o que não disse, mesmo que tenhamos que ir contra metade do mundo que afirma errado, que haverá uma vinda invisível. Outro fato ligado a isso é afirmar que Israel, ou os judeus, na época da vinda de Cristo serão uma raça diferente, ou que haverá no fim dos tempos a igreja e Israel. Isso não pode ser, pois um Israel, sem Deus e sem a cruz, é impensável nas Escrituras.

Sendo assim, rejeitamos firmemente essas ideias apócrifas e heréticas, que tentam dizer que a Igreja não vai passar pela Tribulação. Essas idéias são muito perigosas, pois criam crentes despreparados para um tempo que vai ocorrer, queira a gente, ou não. Uma série de livros perigosíssimos, forma lançados a um tempo atrás, virando best seller: “Deixados para trás”. Dizem eles, cada vez mais deturpando os seus próprios ensinos, que os que não forem levados na primeira leva para o céu, com Cristo, é porque perderam a salvação. Dizem ( o que praticamente é ensinar ) que muitos deixados para trás vão se matar, ou podem se matar, esses perderam a salvação, pois não haverá evangelismo na Tribulação.

Muitos que advogam uma vinda instantânea, iminente, a qualquer minuto, de forma invisível, para a igreja fiel, no momento imediatamente anterior ao inicio da Tribulação, pois dizem que a igreja nem verá o anticristo, batendo de frente, de novo e distorcendo o texto bíblico, não vivem como gente que espera de verdade a Jesus. Alguns que advogam a vinda imediata de Jesus estão em franco pecado declarado e afirmam, não sei como, que esperam a Jesus a qualquer minuto. Se fosse eu, no ensino deles, oraria para Jesus demorar mais um pouco, e não para vir já.

Mas porquê essa doutrina apócrifa é tão atrativa? Uma parte iludida da igreja quer afirmar com ela, que não passará pela Tribulação, e irá imediatamente para o céu. Céu esse que contém elementos que beiram o consumismo e abastança terrenas, como ruas de ouro e cristal, galardões e coroas. Alguns imaginam morar no céu, num apartamento de cobertura, de frente para o Trono e o mar de vidro. (Ap. 4) A vontade da igreja é viver num céu, livre de toda dor. Alguns imaginam ainda que o céu é uma espécie de férias eternas. A solução da vida de muitos não é aprender os ensinos bíblicos e viver uma vida boa aqui na terra, debaixo dos ensinos de Cristo, cheios do Espírito, tentando pagar suas contas, sendo uma boa pessoa, que serve a Deus, tem um ministério na igreja, que luta para matar a carne e gerar frutos do Espírito (Galatas 5).

O céu para muitos é apenas uma fuga da realidade. Fuga essa com bases infundadas, pois se, como dizem, esperam Cristo pra já, por que vivem uma vida de pecado? Esse ensino de uma volta iminente de Cristo deveria converter as pessoas e não é isso que estamos vendo. Se eles esperam de verdade a vinda iminente, deveriam se converter, senão a vinda de Cristo será, não a vinda do céu, mas do inferno. Muita gente não gosta do ensino da volt de Cristo. Aos inimigos da cruz, essa fala é ofensiva.

O QUE A TEOLOGIA SISTEMÁTICA FALA DA SEGUNDA VINDA DE CRISTO

“A segunda Vinda, um Evento Único.

Os dispensacionalistas dos dias atuais distinguem duas vindas futuras de Cristo, embora às vezes procurem preservar a unidade da idéia da segunda vinda falando dela como dois aspectos daquele grande evento. Mas, desde que as duas são, na realidade, apresentadas como dois eventos diferentes, separados por um período de vários anos, cada qual com seu propósito, dificilmente poderão ser consideradas como um evento único. A primeira é a paurosia, ou simplesmente “a vinda”, e resulta no arrebatamento dos santos, às vezes descrito como um arrebatamento secreto. Esta vinda é iminente, isto é, pode ocorrer a qualquer momento, visto que não há eventos preditos que devam preceder sua ocorrência. A opinião dominante é que, nesse tempo, Cristo não descerá à terra, mas permanecerá nas alturas. Os que morrem no Senhor ressuscitarão dos mortos, os santos vivos serão transfigurados, e juntos recolhidos para encontrar-se com o Senhor nos ares. Daí, esta vinda é também denominada “vinda para os Seus santos”, 1 Ts 4.15, 16. Seguir-se-á um intervalo de sete anos, durante o qual o mundo será evangelizado, Mt 24.14, Israel se converterá, Rm 11.26, ocorrerá a grande tribulação, Mt 24.21,22, e o anticristo ou homem do pecado será revelado, 2 Ts 2.8-10.

Depois destes eventos, haverá outra vinda do Senhor com os seus santos, 1 Ts 3.13, chamada “revelação” ou “dia do Senhor”, no qual Ele descerá à terra. Esta vinda não pode ser iminente, porque terá que ser precedida por diversos eventos preditos. Quando desta vinda, Cristo julgará as nações existentes, Mt 25.31-46, e introduzirá o reino milenar. Assim, temos duas vindas distintas do Senhor, separadas por um período de sete anos, das quais, uma é iminente e a outra não, uma é seguida pela glorificação dos santos, e a outra pelo julgamento das nações e pelo estabelecimento do reino. Esta elaboração da doutrina da segunda vinda é muito conveniente para os dispensacionalistas, visto que os habilita a defender a idéia de que a vinda do Senhor é iminente, mas não tem base na Escritura e traz implicações antibíblicas. Em 2 Ts 2.1. 2., 8 as expressões parousia e “dia do Senhor” são empregadas uma pela outra, e de acordo com 2 Ts 1.7-10, a revelação mencionada no versículo 7 não se ajusta sincronicamente à parousia de que fala o versículo 10. Mt 24.19-31 apresenta a vinda do Senhor por ocasião da qual os eleitos serão reunidos como sucedendo imediatamente após a grande tribulação mencionada no contexto, ao passo que, de acordo com a teoria em foco, deverá ocorrer antes da tribulação. E, finalmente, segundo esta teoria, a igreja não passará pela grande tribulação, que é apresentada em Mt 24.4- 26 em sincronia com a grande apostasia, mas a descrição bíblica em Mt 24.22; Lc 21.36; 2 Ts 2.3; 1 Tm 4.1-3; 2 Tm 3.1-5; Ap 7.14 é completamente diferente. Com base na Escritura, deve-se afirmar que a segunda vinda do Senhor será um único evento. Felizmente, alguns premilenistas não concordam com esta doutrina de uma dupla segunda vinda de Cristo, e se referem a ela dizendo que é uma novidade sem fundamento. Diz Frost: “Não é um fato sabido em geral, e, não obstante, é incontestável que a doutrina da ressurreição e do arrebatamento anteriores à tribulação é uma interpretação moderna – sou tentado a dizer, uma invenção moderna”.1 De acordo com o citado autor, ela tem sua origem nos dias de Irving e Darby. Outro premilenista, a saber, Alexander Reese, apresenta um argumento muito forte contra toda esta idéia em sua obra sobre O Impendente Advento de Cristo (The Approaching Advent of Christ).” – Teologia Sistemática – Louis Berkhof.

A APARIÇÃO DE CRISTO

Apocalipse inicia com Jesus aparecendo a João. Na sua mão tinha sete estrelas. Seu semblante resplandecia como o sol. Sua voz troava como muitas águas. Seus pés eram como o bronze refinado no fogo. Olhos flamejantes. Todos esses simbolismos tem explicação.

Aqui aparece Jesus entronizado, o Rei em sua glória. Para quem leu sobre Jesus, homem de dores, agora é o Rei, onde os reinos do mundo são subordinados a ele. As sete estrelas são as sete igrejas na mão de Jesus, ou na sua administração. Seu resplendor refletia sua santidade. Sua voz, como trovão, deve ser mais alta que todas as outras vozes que falam conosco. O bronze é símbolo na bíblia de julgamento. Seus pés como bronze nos falam de evangelismo, ou de salvação, onde devemos todos decidir de que lado estaremos: ou seremos amigos de Cristo, ou seremos seus inimigos. Seu olhar como de fogo, enxerga as profundezas da alma de todos nós.

Cristo tinha entrado no reino da morte e emergiu vitorioso possuindo as chaves da morte e do inferno (Hades). A Bíblia nos ensina que existe um local intermediário, entre a morte e a volta de Cristo. Aqui, numa progressão do ensino, sabemos que Cristo tem a chave desses lugares, ou, ele comanda o acesso a esses lugares. (leia Teologia Sistemática - Ultimas coisas)

Vendo tudo isso e compreendendo o que via, João desmaiou. Ele nunca tinha visto o exaltado Jesus. Aliás, é uma surpresa até para o leitor do Novo Testamento. Muitos, hoje, jamais perceberam a glória do Senhor. Eles ainda imaginam Jesus como um recém-nascido numa manjedoura ou um coitado morrendo na cruz. Mas Cristo está, hoje, exaltado e extraordinariamente poderoso. Ele é o Rei dos reis e Senhor dos senhores.

Amém

Fique na paz

BIBLIOGRAFIA

Teologia sistemática – Louis Berkhof

Comentário Apocalipse – Barclay

Comentário bíblico - Moody

pslarios
Enviado por pslarios em 25/01/2021
Reeditado em 25/01/2021
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