AS QUATRO FASES DA CURA DA ALMA - SEGUNDO PRINCIPIO: CONFISSÃO

Quando falamos em cura da alma, notamos que as pessoas vão buscar resultados em psicólogos, nos escritos de Freud, em auto-ajuda, até mesmo em remédios. Temos visto psicólogos falando sobre cura da alma em nossas igrejas, sendo até que existe uma idéia que diz ser bom, que os obreiros estudem psicologia para compreenderem melhor a igreja e os irmãos, assim como seus traumas. Essa idéia, aparentemente boa, é falha, pois estamos nos esquecendo de um ensino bíblico muito potente: “Mas quem é espiritual discerne todas as coisas.” (1 Coríntios 2:15) Ler o contexto todo de 1 Cor 2 dará uma luz melhor ao assunto, que poderíamos resumir como : A Palavra que é espiritual, discerne bem todas as coisas.” Não precisamos de psicologia para compreender a Bíblia, precisamos da Bíblia, para compreender o mundo. Precisamos de Teologia, para compreender o ser-humano.

São quatro os passos teológicos para a Cura da Alma: Humildade (que já falamos anteriormente), Confissão (agora), Arrependimento e Planejamento para Arrependimento.

Recordando, o primeiro passo na cura da alma é Humildade. A Cruz é o lugar onde declaramos a morte do Eu. Quando falamos em doentes da alma, quase sempre, os problemas estão relacionados com projeções, pensamentos, idéias que não se concretizaram e causaram traumas. Existem casos muito graves que fogem disso, mas a receita é a mesma, a Cruz. Existem casos de percas de alguém, abusos e traumas graves causados por outros, mas, repito, a cura é a mesma: A Cruz. Na grande maioria absoluta, os traumas e mágoas são causados por nossa vontade de defender o nosso nome, nome na qual Deus prioriza em atacar, pois o nome eu deve ficar acima de todo nome é o Dele. Mas Deus não faz isso por que é tirano, mas por que quer criar em nós humildade e humildade vem através de humilhação. A cruz é a morte do Eu, do Ego.

Numa igreja Batista eu preguei certa vez sobre A Cruz de Cristo. O ensino começa no domingo anterior e vai ocorrendo durante a semana toda, todos os dias Jesus fez algo enquanto se dirigia à Cruz. No sábado temos uma pausa, pois Jesus foi crucificado e morto na sexta-feira e como o sábado é o sábado do Senhor, então voltamos à atividade no domingo de manhã, com a ressurreição.

A primeira etapa no plano de Deus de salvação é a Cruz, a morte do Eu. Muita gente trava aqui e se revolta com essa morte, com a humilhação, com o seu nome sendo rebaixado, com situações limite. Mas depois da Cruz vem a ressurreição. Queremos e desejamos a ressurreição, o ser nova-criatura, o ser nova-pessoa. Mas a ressurreição só vem depois da Cruz, não antes. Invertemos a cronologia da doutrina. Aliá, para ser mais correto, antes da ressurreição, ao mesmo tempo que nos deparamos com a Cruz, vem as quatro fases da Cura da Alma. Defronte a Cruz vem a humilhação, a confissão, arrependimento e planejamento de arrependimento (como vou concretizar o meu arrependimento, para não voltar a cair).

NOSSAS TREVAS INTERIORES

Existem passos no processo de cura a da alma e um deles é trabalhar nossas trevas. “Portanto, não julguem nada antes da hora devida; esperem até que o Senhor venha. Ele trará à luz o que está oculto nas trevas e manifestará as intenções dos corações. Nessa ocasião, cada um receberá de Deus a sua aprovação.” (1 Coríntios 4:5)

Esse é um versículo terrível. Ficaríamos mais acomodados se ele nem existisse. Podemos aprender com o erro dos outros, ou podemos aprender com os nossos erros. Trevas todo mundo tem. A velha natureza, alojada, fincada, alicerçada (que é a base da coluna num prédio), dentro da nossa alma, do nosso ser, fazendo agora parte ativa do nosso ser, tem trevas atiçadas pelo Inferno. Alguns homens colocaram todas as suas trevas para fora, outros a reprimiram. Mas todo ser-humano tem capacidades enormes de maldade. Qualquer um, não se iluda. Até você, até eu.

Quando olhamos sério para dentro de nós, descobrimos maldades em nós que gostaríamos que nunca viesse à tona, que ninguém nunca descobrisse, que ninguém nunca ouvisse os nosso pensamentos. Temos desejos maldosos, assassinos, cobiçosos, terríveis. Muitos aprendem com o erro dos outros e reprimem seus maus desejos, outros tem que errar. Mas o versículo acima citado nos fala de pessoas que Deus permite que os seus maus desejos, os seus piores desejos venham à tona. Olhamos abismados para aquela pessoa cometendo atos que nunca imaginaríamos ela cometer. Mas ela é um ser-humano, nos esquecemos às vezes e ela, assim como todos, têm dentro de si a velha natureza pecadora e inflamada pelo Inferno. Se há uma coisa que aprendi, é que onde há pecado, há demônio.

Se queremos falar de Cura da Alma, precisamos olhar bem no fundo de nós mesmos e olhar o monstro nos olhos. Existe uma outra pessoa dentro de nós, que gostaríamos que não fosse nós, mas é. Essa outra pessoa é a maldade absoluta que podemos cometer, a carne em toda a sua inteireza, em toda a sua força demoníaca, revoltosa contra Deus. Muitos não olham para dentro de si, pois dá medo olhar para dentro de cada um de nós. É mais fácil dizer que o outro é pecador e não nós. Eu dou o dizimo, eu vou para a igreja, o outro dá o dizimo mais ou menos, ou falta de vez em quando no culto. Acusar é sempre o caminho mais fácil. É extremamente difícil reconhecer, mas precisamos dizer e compreender: Eu tenho trevas, eu sou isso ai. Eu tenho um ser maligno dentro de mim, que sou eu. Esse ser se chama velha natureza, a carne, o velho homem, o velho Adão. Ele é terreno, influenciado por demônios, revoltado contra Deus, não ouve Deus e não o obedece. A carne nunca será reformada. A carne nunca se converterá. A única solução da carne, da velha natureza dentro de nós é a morte. A morte do Eu e isso se faz na Cruz.

Mas 1 Coríntios 4.5 é terrível, pois ha alguns Deus traz à luz, pra fora, todo mundo vê, o que estava oculto nas trevas e manifesta as intenções do coração. Mas não é a qualquer um que Deus permite isso, mas principalmente aos que se acham superiores a outros. Eu sou mais santo, eu sou o bom, Não sei o que seria do mundo sem a minha pessoa. Esses que assim pensam estão na lista dos que Deus pode deixar manifestar as suas trevas para que todos vejam. Temos visto com mais freqüência isso acontecer com pessoas que entram na igreja e manifestam pecados que não tinham anteriormente. Esses pecados sempre existiram dentro da pessoa, só que ela não sabia disso. Ela se iludiu pensando que era melhor que outros. Ai, gente assim, que se acha a ultima bolachinha do pacote, Deus permite que suas trevas venham á tona.

Uma visão terrível de Apocalipse é quando vem surgindo o Anticristo do mar. Ele vem vindo do mar, aos poucos (Apocalipse 13), primeiro vemos os chifres (o seu poder), depois o seu corpo de leopardo com pés de urso e boca de leão. Assim é com os que se acham superiores, vai surgindo de dentro de nós, das nossas trevas o monstro, o bicho que mora dentro de nós. Ficamos abismados com o que vamos apresentando ao mundo. E a surpresa maior é saber que isso ai, sou eu.

Para que essas trevas não surjam em nós, é melhor não nos acharmos melhor do que ninguém, pois não somos mesmo.

EXPONDO AS TREVAS

“Portanto, não julguem nada antes da hora devida; esperem até que o Senhor venha. Ele trará à luz o que está oculto nas trevas e manifestará as intenções dos corações. Nessa ocasião, cada um receberá de Deus a sua aprovação. Não participem das obras infrutíferas das trevas; antes, exponham-nas à luz.” (Efésios 5:11)

Como diz o pastor Josué Gonçalves, a maior pedra na nossa libertação é o orgulho, a defesa da honra, que beira a idolatria, a defesa de defender o indefensável, o nosso amor à nossa reputação. Sem transpor essa resistência inicial, nos colocamos no caminho oposto da libertação.

“Não participem das obras infrutíferas das trevas; antes, exponham-nas à luz.” (Efésios 5:11) Esse é um versículo importantíssimo. Ele fala de Confissão.

CONFISSÃO

A confissão é o processo de expor a Deus e a outra pessoa, nossos pecados, culpas e vergonhas. É nesse momento que a luz dissipa as trevas, que a verdade desfaz a mentira, que a chave do quebrantamento abre as prisões da alma, que os anjos golpeiam os demônios e que a Cruz triunfa sobre as maldições, comunicando os milagres de Deus e purificando toda a atmosfera espiritual.

“Portanto, confessem os seus pecados uns aos outros e orem uns pelos outros para serem curados. A oração de um justo é poderosa e eficaz.” Tiago 5:16

Confessar é expor o pecado luz de Deus. É importante entender que Deus ao julgar Lucifer e os anjos oficialmente os designou a habitarem nas trevas. O fato de ser ou não cristão, ter ou não uma religião, acreditar ou não em Deus, pertencer ou não a uma igreja, na isenta ninguém da fúria do demônio. O ambiente governado por satanás se restringe as trevas. Onde existe áreas de trevas, obscuridade, coisas escondidas, mentiras, cegueira, ignorância, na vida de qualquer pessoa, esse é o seu habitat, a sua esfera de influencia. Opressão, obsessão e até mesmo possessão podem ocorrer. Esse é o seu legado, construir o seu mundo de trevas e as trevas da alma humana e inferniza-la. Portanto fica fácil concluir que muitas entidades demoníacas se alimentam do nosso silencio, da culpa calada, do pecado secreto, da vergonha implícita, da passividade moral, da falta de resolver a questão, da falta de olhar nos olhos as nossas trevas e deixar a Cruz tratá-las.

As mordaças emocionais da timidez espiritual, o domínio exercido por uma fortaleza demoníaca é diretamente proporcional à resistência espiritual para confessar. Determinadas culpas ou vergonhas, quer gostemos ou não, tudo o que esta nas trevas esta sujeito a uma intervenção direta de satanás. Porem, quando a confissão é mais escandalosa que o pecado. Quando decidimos ser ousados espiritualmente em crucificar a nossa reputação, julgando-nos a nós mesmos, então não seremos condenados com o mundo.

A Bíblia garante que vamos experimentar a fidelidade e a justiça de Deus, Reveladas no sacrifício perfeito de Jesus. Humilhação e confissão sincera e honesta, jogando tudo na luz, é o caminho para a libertação radical e debaixo do poder do sangue de Jesus.

A QUEM CONFESSAR

Porém é necessário ser sério com a questão de a quem confessar. Já vimos e ouvimos pessoas confessando no culto e até de testemunho de outros lugares, onde a confissão feita na hora errada e com a pessoa errada, acaba com relacionamentos, com famílias, com empregos.

Em primeiríssimo lugar devemos confessar a Deus as nossas magoas, culpas, jeito de ser, o que incomoda. Confessar na igreja na frente de todo mundo, já se provou contraditório demais, nem todo mundo tem a mesma maturidade que outros. A grosso modo, deveríamos confessar ao pastor, mas ainda assim, fico meio ressabiado com muitos pastores que são claramente imaturos para compreenderem certas coisas.

Me lembro de uma piada do meu irmão, Marcos, onde ele indica no dia 1º e abril, o dia mundial da mentira, que se fale para a família, na hora do almoço em família, que o gay diga que é gay, saindo assim do armário. Dependendo da reação, diga que era mentirinha. 1º de abril.

Tem se que testar algumas pessoas, para saber se elas são maduras o suficiente para terem essa informação privilegiada sobre você. O pastor deveria ser como o padre católico no confessionário. Deveria ouvir e nunca, jamais, expor isso para ninguém. Infelizmente muitos não são assim. Então é melhor não. Falar na igreja na frente de todo mundo, nem sonhar.

Então como ficamos? Fica com o seu amigo. Todos temos alguém, um confessor. Se não temos deveríamos. O amigo, aquele que é verdadeiramente seu amigo, diga a ele o que aconteceu, o que você pensou, exponha para fora a sua maldade e converse com ele. Só de falar com alguém, mas não qualquer um, alguém que o acolha, será o suficiente para expor essas trevas ai e jogá-las fora. Fale, exponha, tire o peso das costas, da alma, da vida.

Confessar é falar. Confesse a um amigo, confesse a Deus. Tire esse peso de você.

Amém

Fique na paz.

pslarios
Enviado por pslarios em 23/03/2021
Reeditado em 23/03/2021
Código do texto: T7214019
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