TEOLOGIA SISTEMATICA 9 “A SALVAÇÃO”

PRIMEIRA PARTE – INTRODUÇÃO À SALVAÇÃO

SOTERIOLOGIA – O termo (ideia, pensamento) soteriologia, deriva-se de duas palavras gregas: “soteria” e “logos”. A primeira significa “salvação” e a última palavra, “estudo” ou “doutrina”. Então “soteriologia” é o “estudo da salvação”.

SALVOS DA IRA DIVINA - O cristão deve saber exatamente do que é salvo e por quê. Deus é santo, o que significa que ele está num nível acima da sua criação, inacessível a nós. As maiores perguntas de todos os tempos são: Quem é Deus? De onde veio Deus? Porque Deus fez a Criação: os anjos, o homem, os animais? Porquê Deus criou um Universo tão grande? O que é o Universo?

Deus exige dos que o buscam, santidade. Antes do pecado, a santidade era algo incompreensível, entendida apenas como adoração e obediência. Como os anjos foram criados um a um, não havendo leis de procriação para os anjos, então não há salvação para os anjos pecadores. Porém o homem foi feito diferente, obedecendo as leis do Universo material. E como Deus instruiu a Adão a não comer do fruto da arvore do bem e do mal, que estava no meio do Jardim, o pecado só passou à humanidade quando ele comeu e não Eva.

Deus previu tudo o que teria lugar na queda do homem e, então, Ele planejou exatamente a salvação necessária, antes mesmo da fundação da terra. Antes do primeiro pecado cometido no universo, antes da terrível crise provocada pelo homem rebelde, que fora feito à imagem de Deus, o Senhor planejou e proveu um meio de fuga das armadilhas e condenação do pecado.

O plano da salvação tinha que ser tão simples que qualquer pessoa em qualquer lugar do mundo, de qualquer época, deveria compreender, o suficiente para poder experimentar. Ao mesmo tempo, é tão profundo que nenhuma imperfeição foi descoberta nele. O ponto principal do plano da salvação se concentra no cargo e função de um mediador – alguém que pudesse colocar-se entre um Deus ofendido e uma criatura pecadora e sem esperança, o homem.

A penalidade pelos pecados humanos era a morte (Ez 18.4). Pecado é fazer diferente do proposto por Deus. Pecado é fazer outro reino e abolir o Reino de Deus. O Pecado exige a morte de Deus, para ser efetivado. Todo pecador é um inimigo do Reino de Deus. Não há argumentos com o pecado. Sendo assim o pecado exige a morte do pecador. Mas o pecado passado a nós por herança de Adão, é como um vírus mortal, em nosso DNA espiritual, em nossa alma. Desde que o nosso espírito humano morreu, perdemos o contato com Deus, com o Espírito Santo. Nos tornamos pessoas movidas pela alma, pelo raciocínio humano e pelas emoções humanas. Se Deus for matar o homem por causa do pecado, todos devemos morrer, todos temos o vírus, a doença do pecado em nós. Sendo assim Deus quer nos dar vida, ao nosso espírito morto, através da reconexão com o Espírito Santo, que vai dominar, sujeitar a nossa alma corrompida. A verdadeira Batalha Espiritual é na mente, por isso a ideia de renovar a mente, de Romanos 12.2.

CINCO ASPECTOS DA CRUZ DE JESUS

A morte de Cristo, como ela é revelada em cinco palavras diferentes:

1 – SUBSTITUIÇÃO - Cristo morreu no nosso lugar.

2 – EXPIAÇÃO - Quando os anciãos impunham as mãos, no animal a ser sacrificado, os pecados de Israel eram transferidos para o animal e ele era imolado como seu substituto. A expiação fornecia a cobertura da culpa do verdadeiro criminoso e a tornava invisível aos olhos de Deus, que olha hoje para o sangue de Cristo derramado na Cruz.

3 – PROPICIAÇÃO - Essa palavra significa adequadamente afastar a ira mediante um sacrifício. Ela indica então a ideia de apaziguar, trazer paz, entre o homem e Deus, tirando a inimizade e fazendo o homem amigo e não inimigo. Cristo é a nossa paz.

4 – RECONCILIAÇÃO - Temos a ideia então de duas pessoas que estavam brigadas, separadas e se reconciliaram, fizeram as pazes e voltam a andarem juntos. No casamento a ideia de reconciliação é a que que os casais reconciliados voltaram a ter intimidade, e tornando os dois ambos uma só carne.

5 – REDENÇÃO - Significa duas coisas (1) Libertação do cativeiro (sequestro) do pecado, da escravidão ou da morte, (2) pelo pagamento de um preço, chamado de resgate, pagamento. Éramos pessoas sequestradas, aprisionadas no pecado por Satanás, Jesus nos libertou na Cruz, pagando o preço, que foi morrer no nosso lugar.

A RESSURREIÇÃO DE JESUS

Por quem Jesus morreu? Por todos os pecadores arrependidos, que creem nele e o seguem. Porém a questão não é apenas Jesus ter morrido. Se ele tivesse apenas morrido na Cruz, a obra ficaria incompleta. A Igreja fala e compreende muito pouco a Ressurreição de Cristo. A Cruz não é completa sem a Ressurreição. A Cruz é o ato, o sacrifício em prol do homem pecador, mas a Ressurreição é o comprovante espiritual (a nota fiscal de compra), que a salvação se fez e é completa. Uma sem a outra jamais seria suficiente para a salvação dos homens. Na Cruz morre o homem pecador, na Ressurreição nasce o Novo Homem em Cristo. E só dá pra nascer em Cristo, quem morre em Cristo.

DEUS QUER A NOSSA MORTE – Relutamos demais quando os fatos da vida nos acontecem e mexem com as nossas estruturas morais, espirituais e até físicas. Não compreendemos quando perdemos o emprego, a saúde, ou a família, quanto mais queremos ser agradáveis a Deus. O problema é esse mesmo. Quanto mais nos aproximamos de Deus, mais Deus nos vai transformar em homens e mulheres que o agradem. Todas as nossas más qualidades, serão trabalhadas minuciosamente por Deus, para fazer aparecer as boas qualidades Dele em nós. Por isso vemos servos fiéis passando fome, nudez, descalço, doentes, desempregados, abandonados pelas esposas, ou pelos maridos, pelos pais. Deus está criando humildade, santidade, dependência e confiança Nele. O grande trabalho da Cruz é matar o nosso eu corrompido pelo pecado. A nossa alma, as emoções e razões é a meta a ser mudada, trabalhada, morta, para que o Espírito Santo seja forte no nosso espírito. É a alma, a mente racional e as emoções humanas, que precisa morrer em nós, para que o espírito esteja vivo. Nessa vida a alma é dominada, subjugada, quando o espírito está forte no Espírito Santo. Nós somos salvos através da Palavra viva, avivada, de Deus, que ativa o nosso espírito e mortifica a nossa alma. O homem espiritual domina a sua alma. No pecador é a alma que manda.

Vemos muitas pessoas sendo trabalhadas pela Cruz, ou morrendo espiritualmente e queremos tirá-las dessa situação. Deveríamos é orar para Deus matá-la logo e não para Deus a tirar da transformação. A salvação aparece na vida de alguém, num momento de crise, de dor, de desemprego. Se algo ruim fez com que a pessoa saísse da sua situação acomodada e o faz buscar a Deus, devemos louvar a Deus por isso e não orar para ela, não ter suas situações. Quer que alguém seja salvo? Ore para que Deus crie situações tão graves que ela seja obrigada a buscar a Deus.

SEGUNDA PARTE – DOUTRINAS DA SALVAÇÃO

1. ELEIÇÃO – Parece-nos que o mais complicado dessa doutrina seja compreender porque Deus chamou uns para serem salvos e outros não. O que é eleição? É o ato soberano de Deus, pela graça, através do qual Ele escolheu em Cristo Jesus, para salvação, todos aqueles que previu que o aceitariam. É um ato soberano de Deus porque, por ser Deus, Ele não tem de consultar nem pedir a opinião de quem quer que seja e desde que, a Escritura ensina, que a eleição teve lugar “antes da fundação do mundo” (Ef. 1:4) - não havia ninguém a quem Deus pudesse consultar. Todos os homens pecaram e são culpados diante de Deus, portanto, Ele não se achava sob qualquer obrigação de salvar ninguém. A eleição é um Eleição: condições da salvação e conversão ato de Deus, pela graça, em vista da mesma razão. Toda humanidade pecou e não merece coisa alguma além da condenação. O homem pecador não pode fazer nada por si mesmo, a fim de ser considerado digno de salvação. Assim sendo, qualquer oferta de vida eterna deve ser pela graça. A eleição é “em Cristo Jesus”, porque só Ele poderia prover a justiça de que o homem necessitava. Deus não pode escolher o homem em si, de modo que o escolheu em Cristo. A eleição é sempre tida como sendo de acordo com a presciência de Deus:

“E sabemos que todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito. Porque os que dantes conheceu também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos. E aos que predestinou a estes também chamou; e aos que chamou a estes também justificou; e aos que justificou a estes também glorificou. ” Romanos 8:28-30

Devemos distinguir claramente entre a presciência de Deus e a sua predestinação. Não é certo dizer que Deus previu todas as coisas porque arbitrariamente decidiu fazer com que elas ocorressem. Deus não mexeu com a história humana, para que alguns fossem crentes e outros não. A partir do pecado, Deus deixou todos os homens livres, para poderem escolher entre o encontrar, ou não. Os que na sua vida resolveram conhecer a Deus, Deus os encontrou e os ajuda a serem salvos. A Graça Comum é o conhecimento básico para todo homem o conhecer, mas insuficiente para a salvação. A Graça Comum é o homem observando o Universo e reconhecendo que deve haver um Criador, é o homem observando a vida, a natureza e reconhecendo que deve existir mais do que apenas o que vemos.

O ateu é um negacionista. Ele tenta negar as evidências de algo antes do Big Bang, de uma Criação Especial, de uma certa ordem no Universo, da existência de um outro universo espiritual. Ele luta com a Graça Comum dentro dele que comprova que Deus existe. Já foi dito que se o homem reconhecer que Deus existe, ele tem por obrigação de segui-lo. O que o ateu luta, é com essa ideia de ter de seguir a Deus e parar de pecar. Debaixo dessa capa de negacionismo cego, que não ouve com os olhos da mente o Evangelho, há a desculpa para prosseguir pecando. O ateu não escuta as nossas razões. Professando uma racionalidade, se faz cego e surdo para o Evangelho. Ouve só o que quer ouvir e não escuta quando falamos.

A Graça Especial é a Graça Salvadora. A partir da aceitação de Cristo como seu Senhor, a pessoa passa a ser trabalhada por Deus, através do Espírito Santo, com a supervisão, orientação e oração de Cristo. Tudo então, que Deus faz pelo crente é Graça Especial. Tudo que lhe acontece é para a sua salvação.

CONDIÇÕES DA SALVAÇÃO - Significa o que Deus exige do homem a quem Ele aceita por causa de Cristo e a quem dispensa (dá) as bênçãos do Evangelho da Graça. As Escrituras apresentam o arrependimento e a fé como condições iniciais da salvação e o Batismo nas Águas é mencionado como símbolo exterior da fé interior do convertido, assim como a participação na Ceia, do crente convertido (situação exterior, o que veem em mim), regenerado (situação interior, meu espírito vivo, em contato com o Espírito Santo). Ainda, o verdadeiro salvo é frequentador de uma Igreja e com o tempo Deus o influencia para que mude de aprendiz a obreiro.

2. JUSTIFICAÇÃO - A palavra “justificar” é termo judicial que significa absolver, declarar justo, ou pronunciar sentença de aceitação. A Cruz nos justificou, perante Deus. Somos declarados justos de uma única vez para sempre, ao aceitar a Jesus. Agora é criado no crente condições de ele agradar a Lei de Deus e a Deus.

3. REGENERAÇÃO – É o ato de nascer de novo, ou a reconexão do Espírito Santo com o nosso espírito, dando condições para que a nossa alma seja sujeita, dominada e transformada pela Palavra.

4. ADOÇÃO – De escravos do pecado passamos a ser Filhos de Deus.

5. SANTIFICAÇÃO - Ao aceitar a Jesus, em relação a santidade, duas coisas acontecem. Primeiro somos declarados santos, perante Deus e Segundo vamos sendo ensinados a ser santos.

6. CERTEZA DA SALVAÇÃO - “E não há salvação em nenhum outro; porque abaixo do céu não existe nenhum outro nome, dado entre os homens, pelo qual importa que sejamos salvos” (At. 4:12). É importante que o crente tenha segurança

real de ser salvo, que lhe dá a certeza da vida eterna. Muitos estão cheios de

dúvidas quanto à sua posição diante de Deus. Acham que estão salvos, mas lhes falta confirmação. Outros têm medo de ser positivos demais e estarem errados. Tanto um, como outro passa a ter uma vida cristã vazia.

RAZÕES PARA A FALTA DE SEGURANÇA

a) A busca de segurança através da observância da lei, o que é religiosidade que não salva, e através de suas próprias obras (doação, caridade, falar baixo, jejuar).

b) Não nasceram de novo. Tem um monte de gente que acha que é salvo, mas só é religioso mesmo. Ela, não nasceu de novo. A grande pergunta é como nascer de novo? Pela oração, até que a oração entre no espiritual. Pela transformação da Palavra da Bíblia. Pela revelação do Espírito Santo.

c) Não enfrentaram a questão do pecado em suas vidas.

d) Falta de fé em Deus e na sua Palavra. Melhor seria dizer: Falta do Espírito Santo que traz fé e certeza em Deus.

e) Falta do Espírito Santo.

RAZÕES PAR SEGURANÇA DA SALVAÇÃO

a) Pelo testemunho do Espírito que nos diz a nós que estamos salvos.

b) Pela confiança na Palavra que diz que os seguidores estão salvos.

c) Por sentir um amor inexplicado pelos irmãos, por Deus, pela Igreja.

d) Pelo desejo de obedecer a Deus e seus mandamentos.

e) A sua luta interior com o pecado, desejando a transformação da vida e dos desejos.

f) O ódio ao pecado.

Amém

BIBLIOGRAFIA

DOUTRINA DA SALVAÇÃO, SEMEADOR - Seminário Evangélico para o Aperfeiçoamento de Discípulos e Obreiros do Reino – Niterói 2004 - Comunidade Cristã Jesus para o Mundo

OBSERVAÇÃO

Como temos ensinado a igreja sob muitos aspectos das Doutrinas bíblicas, nesse texto resolvi ser breve naquilo que acredito que a igreja está suprida. Por isso foquei mais em Eleição e Certeza da Salvação.

Fique na paz de Cristo.

pslarios
Enviado por pslarios em 23/07/2021
Código do texto: T7305609
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