COMO LER E PREGAR JOÃO CAPÍTULO 2 O TEMPLO

PERDERAM O SENTIDO DO SACRIFÍCIO

Jesus sai de uma das maiores festas familiares, que era o casamento, para uma das maiores festas judaicas, que era a Páscoa. Como era de se esperar de um profeta vindo da parte de Deus, Jesus veio purificar o Templo. Porém era inconcebível imaginarmos que o Filho de Deus pudesse chutar as mesas dos cambistas, fazer um chicote, virar mesas, espalhar moedas e expulsar os comerciantes e os animais do Templo. Ele ainda disse: Tirem essas coisas daqui. Parem de fazer da casa do meu Pai um mercado.” O que Jesus fez podemos denominar de simbolismo profético. Também não nos parece que ele fez um chicote e bateu nos homens, mas para expulsar os animais, o que também não foi um ato considerado violento, quem assim pensa nunca viu como é tocado os animais.

Havia algo perdido na oferta, com esse comércio. O animal a ser sacrificado era o melhor do rebanho e animal criado em casa. Isso significa que o ofertante tinha amor pelo animal a ser sacrificado. O ofertante havia criado o boi ou ovelha e provavelmente o visto nascer, o visto andar e acompanhar toda a sua vida até aquele momento. Não era um animal qualquer desconhecido. Apesar da facilidade de sair de sua cidade que poderia estar a dias de viagem e encontrar no Templo em Jerusalém animais prontos para o sacrifício, era cômodo, mas não era isso que Deus mandou fazer. Havia ali uma espécie de religiosidade, algo mecânico, mas faltava a religião. Eles tinham a letra da Lei, mas não haviam entendido por que a Lei foi escrita. O Templo estava ali, como símbolo da presença de Deus entre os homens, mas eles não compreendiam isso.

Todos nós temos uma tendência muito forte da religiosidade, ou seguir regras, como horários, ou certos tipos de roupa que são praticamente uniformes, seguir horários, festas, gestos e empostação da voz, para nos parecermos mais cristãos do que o somos. José pai de Jesus foi um grande homem, que compreendeu o espírito da Lei e não apenas a letra da Lei. Não sabemos até onde está José, pai de Jesus falando em seus discursos, mas não podemos negar, que em algum lugar ele está. Nós devemos cuidar para não perder o sentido de ir à igreja, ser cristão, dar o dizimo, orar, cantar, pregar ou evangelizar. Seguimos a Cristo por algum motivo. Devemos então resgatar esse motivo.

Esse texto nos fala ainda de duas coisas que não podemos nos esquecer. A primeira é purificação pessoal e a segunda é purificação nacional.

A PURIFICAÇÃO PESSOAL – Nós somos o templo de Deus onde o Espírito Santo habita, portanto como é que Deus nos purifica/santifica?

1 – Purificação pela água. A Bíblia mostra rituais de lavagem com água com simbolismo de purificar, limpar-nos do pecado, do mal.

2 –Pela Palavra de Deus – A pregação da Palavra de Deus nos purifica. Mas é necessário dizer que nem tudo o que ouvimos na igreja podemos considerar pregação. A pregação é a revelação do que Deus quer nos falar a nós, nos orientar. A verdadeira Palavra de Deus não é humana, mas divina, espiritual.

3 – Pela provação – Deus nos purifica quando passamos pelas provas.

4 – Pelo fogo – Existem algumas provações que trazem tanta aflição que são consideradas passar pelo fogo. Estar na presença de Deus se considera que estamos diante do fogo (Isaías 66.15-16).

Mas do quê nós cristãos nos purificamos? Do pecado e suas variantes. O pecado propriamente dito e maus pensamentos e más atitudes, que não precisam ser exatamente pecado, mas não são tão boas assim. Como por exemplo, negar o bem a quem precisa. Eu posso ajudar aquela pessoa, mas não ajudo. Isso não é pecado, mas não é bom também.

A PURIFICAÇÃO NACIONAL – Algumas ocasiões, como nas festividades de Israel e nos jejuns nacionais, havia uma purificação nacional, de toda a nação, de todos que nela viviam. Há uma unção na nossa busca pessoal de purificação e há um outro tipo de unção na busca em conjunto. Falando de modo diferente, na nossa busca de Deus em particular, devocional, há uma unção, uma revelação, uma espécie de milagre e manifestação de Deus, porém numa busca na igreja, há uma outra espécie de cura, de manifestação, de palavra, de poder. A minha purificação devocional é para mim e nem tudo preciso. A busca da purificação na igreja deve abranger mais pessoas e portanto, mais áreas.

AUTORIDADE - Alguns judeus que estavam no Templo e viram Jesus expulsando as pessoas e os animais, lhe perguntaram com que autoridade ele fazia aquilo. A pergunta era pertinente. Jesus mostrou ter uma autoridade pessoal. Ele adentrou no Templo e expulsou aqueles que estavam fazendo o contrário da Lei, além de terem transformado o Templo num comércio, num banco, ou numa feira. A sua autoridade era dada pelo Espírito Santo, pelo próprio Deus. Mas a resposta era um enigma naquele momento para eles. Jesus cheio do Espírito profetizou o que iria acontecer com ele. Ele morreria e ressuscitaria no terceiro dia. Com seu ato Jesus demonstrava a eles que ele era o novo Templo que deveria receber adoração.

A FÉ DEPOSITADA EM ELEMENTOS ERRADOS – Nessa mesma festa de Páscoa, muitas pessoas viram os sinais miraculosos que Jesus estava realizando e creram nele. Mas Jesus não confiava nessa fé baseada em milagres.

Poderíamos dizer que temos dois tipos de igreja vigentes: A igreja milagrosa que crê em milagres, que corre atrás de profecias e é crédula para praticamente qualquer coisa. Essa igreja padece de um perigo muito grande em aceitar qualquer coisa, podendo ser facilmente atacada por Satanás e sofrer sérias conseqüências. A outra é a igreja mais doutrinária, que tem pregações expositivas, mais bíblicas. Essa igreja é ensinada a não se iludir com qualquer coisa.

Jesus identificou que as pessoas estavam fascinadas pelos milagres, mas isso era insuficiente para salvar. Ainda assim, uma fé ruim é melhor do que fé nenhuma.

Amém.

Fique na paz.

pslarios
Enviado por pslarios em 31/01/2022
Código do texto: T7441998
Classificação de conteúdo: seguro