O EVANGELHO DE JESUS O Reino de Deus

Assim como "o evangelho", ou a palavra que deveria pregar, de Jeremias é o Livro de Jeremias e o evangelho de Ezequiel é o Livro de Ezequiel, o evangelho de Cristo é o Reino de Deus. Evangelho significa a mensagem de boas novas.

Jesus pregava exclusivamente o Reino de Deus. A única fala de Jesus, que poderíamos classificar como outra, é a de João Batista: "Arrependei-vos, porque é chegado o reino dos céus." Mateus 4:17 João iniciou seu ministério pregando arrependimento e Jesus, assim que iniciou o seu ministério, após vir da tentação no deserto, pregou o arrependimento, que é o mínimo necessário para iniciar a caminhada cristã. Ainda assim, em seguida Jesus fala: "Porque é chegado o Reino dos Céus".

Conforme detectou D. A. Carson, Mateus foi o único que disse O Reino dos Céus, os outros evangelhos diziam o Reino de Deus. Ele trocou Deus por Céus, pois o nome de Deus era considerado (e ainda é) tão sublime, que ele Mateus preferiu colocar algo similar. Mas Reino de Deus ou dos Céus é a mesma coisa.

D. A. Carson no livro O Sermão do Monte, nos fala que devemos observar quatro fatos sobre o Reino:

Primeiramente, a ideia de “reino”, tanto no Antigo Testamento quanto no Novo, é sobretudo dinâmica, e não geográfica. Não se trata tanto de um reino com fronteiras geográficas; a ideia principal aqui é a de “domínio e autoridade do rei” ou soberania. Nas Escrituras, o significado espacial de reino é secundário e derivado.

Em segundo lugar, embora o reino de Deus possa se referir à totalidade da soberania de Deus, não é isso que está em vista no Sermão do Monte. De fato, no sentido universal, o reino de Deus — sua soberania — é eterno e abrange tudo. Não há nada nem ninguém que esteja fora dele. Nele, tudo subsiste:

"Ele é a imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação, pois nele foram criadas todas as coisas nos céus e na terra, as visíveis e as invisíveis, sejam tronos ou soberanias, poderes ou autoridades; todas as coisas foram criadas por ele e para ele. Ele é antes de todas as coisas, e nele tudo subsiste." Colossenses 1:15-17

A partir do momento da ressurreição e exaltação de Jesus, toda essa divina soberania passou a ser mediada por Cristo. O próprio Jesus ensinou: “Toda a autoridade me foi dada no céu e na terra” (Mt 28.18). É a essa autoridade universal que Paulo se refere quando diz que é necessário que Cristo reine até que Deus tenha posto todos os seus inimigos debaixo de seus pés (1Co 15.25). Alguns se referem a esse “reino” como o reino mediador de Deus, porque a autoridade de Deus, sua soberania, é mediada por Cristo.

Contudo, não pode ser esse o reino de Deus a que o Novo Testamento se refere com maior frequência. No Sermão do Monte, não são todos os que entram no reino do céu, mas só os que são pobres em espírito (5.3), obedientes (7.21) e justos, os justificados por Deus (5.20). Do mesmo modo, no Evangelho de João, apenas quem é nascido do alto pode ver o reino de Deus ou entrar nele (Jo 3.3,5). Como o reino universal, por definição, deve incluir todas as pessoas, quer gostem dele, quer não, percebemos que o reino a que essas passagens se referem não pode ser universal. Existem condições a ser satisfeitas para que a entrada seja permitida. O reino pregado por Jesus, é uma parte do reino universal.

Temos uma ideia do que esse reino significa quando comparamos dois versículos de Marcos: 9.45 e 9.47. O primeiro diz: “Se o seu pé o fizer pecar, corte-o. É melhor você entrar na vida aleijado, do que, tendo os dois pés, ser lançado no inferno”. O segundo diz: “Se o seu olho o fizer pecar, arranque-o. É melhor você entrar no reino de Deus com um olho só do que, tendo os dois olhos, ser lançado no inferno”. Entrar no reino de Deus, portanto, é entrar na vida. Esse é o vocabulário típico do Evangelho de João. Contudo, é encontrado no próprio Sermão do Monte. Esses três capítulos de Mateus tratam da entrada no reino (Mt 5.3,10; 7.21), que equivale a entrar na vida (7.13,14; cf. 19.14,16). Portanto, o reino do céu, nesse sentido restrito, é o exercício da soberania de Deus que tem ligação direta com seus propósitos salvíficos. Todos os que estão no reino têm a vida; todos os que não estão no reino não têm a vida.

Em outras palavras, tudo é reinado de Deus, ou o Reino de Deus, mas estar espiritualmente no Reino, só os que tem vida, os que estão reconectados com o Espírito de Deus. Nesse sentido, milhões de pessoas moram no Reino, mas não pertencem ao Reino. Só os salvos são do Reino, só os reconectados com o Espírito, pois na Queda (Gênesis 3) o pecado fez separação do homem com Deus. O Espírito de Deus que era um com o homem, antes da Queda, se separou desse, ou antes, foi o homem que decidiu se separar do Espírito de Deus. A obra de Cristo é nos reconectar com o Espírito novamente.

Em terceiro lugar, a expressão “reino de Deus”, sempre está no sentido salvação e aplica-se tanto ao presente quanto ao futuro. Tomados em conjunto, os livros do Novo Testamento enfatizam que o reino de Deus já chegou; uma pessoa pode entrar no reino e receber a vida agora, vida “com plenitude” (Jo 10.10). O próprio Jesus argumenta que, se ele expulsa demônios pelo Espírito de Deus (e ele realmente faz isso), então o reino de Deus chegou (Mt 12.28).

A questão do Reino é o já, mas ainda não. Já vivemos as sombras, ou primeiras nuanças, primeiros brilhos, do Reino, mas ele não foi oficialmente integrado ainda. Os livros do Novo Testamento insistem em que o reino será herdado somente no futuro, quando Cristo voltar. Embora já seja vivida agora, a vida eterna só será consumada naquele dia, em conjunto com uma renovação do universo de tal proporção que só pode ser descrita adequadamente como “novos céus e nova terra” (Is 65.17; 66.22; 2Pe 3.13; Ap 21.1; cf. Rm 8.21ss.).

Jesus conta algumas parábolas com o objetivo específico de eliminar da mente de seus seguidores quaisquer conceitos errados que os levassem a crer que a chegada plena do reino ocorreria sem demora nenhuma. Ele queria que eles pensassem o contrário: a chegada do reino em sua plenitude podia ainda demorar muito. Por exemplo, em uma parábola do Evangelho de Lucas (Lc 19.11ss.), Jesus fala de um homem de nobre nascimento que vai para um país distante e depois retorna. Esse homem só recebe total autoridade sobre um reino após sua volta. Jesus é esse nobre, e a consumação do reino aguarda seu retorno.

É interessante esse ponto que nos traz D. A. Carson, sobre a demora da instauração do Reino, pois desde a Igreja Primitiva, tiveram a ideia de que Cristo iria voltar imediatamente, mesmo ele dando a entender que não. Desde que eu entrei na igreja, a trinta anos, estão esperando a Volta de Cristo para ontem. Sobre a Volta, a Bíblia da a entender que a igreja vai passar pela Tribulação, então Cristo só vai voltar alguns anos depois de iniciada a Tribulação; mais propriamente no final dos sete anos - isso se a Tribulação tiver sete anos.

Toda a humanidade vive no sistema/plano deste mundo, mas no momento da vinda de Cristo até o fim do mundo, os herdeiros do reino (e somente eles) vivem também no sistema/plano do reino.

Em quarto lugar, apesar de serem sinônimos, entrar na vida e entrar no reino não são a mesma coisa.

Eu falo sobre oração – o assunto é similar -, que podemos orar, sem orar. Podemos ficar bastante tempo orando e ainda assim não orar a oração que nos coloca diante de Deus. Até quando a gente ora? Até o fogo cair, até o Espírito aparecer, dure isso quanto tempo for necessário.

A questão do Reino é a mesma coisa. Se tudo subsiste em Cristo, tudo está no Reino, porém nem tudo está no Espírito, ou na área espiritual. Um cristão religioso está no Reino, mas pode não estar conseguindo entrar na Presença de Deus. Uma coisa é ser crente no mundo, outra é estar na Presença de Deus.

Infelizmente, pelo que a gente vê das igrejas por ai, que muitos cristãos e muitas igrejas inteiras, nunca conseguiram entrar nenhuma vez na presença de Deus. É religioso, é igreja, freqüenta o culto, não falta, mas ainda assim, não está conseguindo entrar onde a aventura acontece. Existe uma vida espiritual, onde Deus se manifesta sem parar, onde milagres acontecem e profecias são a fala cotidiana. Existe um lugar onde as visões são a maneira de se olhar, onde as revelações ditam o próximo passo, onde maravilhas sempre são possíveis.

Como disse o pastor Josué Brandão, a oração são chaves espirituais, que a Bíblia mostra, onde o impossível se torna possível. O Espírito Santo nos direciona a orar coisas que vão fazer o impossível acontecer. Mas para alguém entrar nesse lugar, precisa desconstruir o evangelho errado que pode ter aprendido e reaprender no Espírito. O lema da Reforma é a igreja sempre em reforma. O lema cristão deve ser o crente sempre reaprendendo.

Gente religiosa que nunca entrou na Presença do Espírito, pode até ter muita boa vontade, mas só o que vão conseguir é ensinar religiosidade. O religioso só sabe religiosidade. Ser cristão conforme o exigido pela Bíblia é se jogar em oração e jejum e crer nas palavras de Jesus, piamente, obedientemente e segui-la sério. Crer na Palavra da Bíblia, muitas vezes é descrer da palavra do pastor, da igreja, da religiosidade que prega sobre vida financeira, como não faltar no culto, que roupa usar e coisas assim que não levam para o Céu, que é a Presença de Deus.

Esse acesso ao Espírito é dado a todos que o procurem em Espírito e em Verdade. Quer entrar no Espírito? Comece a orar sério, sem parar, um dia, dois, dias e dias, meses e meses, talvez até anos orando, sério, firme e uma hora dessas o espiritual vai se abrir para a sua vida e ai você vai entender o que estou tentando dizer. A maioria dos cristãos vive uma vida pobre, fraca, no Reino, mas fora da Presença do Reino. Tudo é Reino, mas a maioria vive fora daquela parte do Reino onde a aventura acontece.

Leia a Bíblia, pela interpretação da Bíblia, e não pelo que podem ter te ensinado errado. Para ler corretamente a Bíblia precisamos ser desconstruídos e só Deus pode fazer isso, mas se estivermos indo a busca séria do Espírito, então Ele vai nos achar e é Ele quem vai nos ensinar a entrar na Presença, a entrar no Espírito, a entrar no Reino de Deus, na área onde Jesus trafegava diariamente. Jesus respirava o espiritual e nós podemos respirar esse ar também.

Me lembro de um pregador antigo, do começo da minha fé, com uma mensagem antiga, velha, em desuso: Se tem algo que precisamos buscar – dizia ele -, é o Espírito Santo. Precisamos buscar o Espírito dia e noite, sem parar, até encontrá-lo. É ele que vai abrir a porta para entrarmos no Reino, na área espiritual, que Jesus nos convidava a entrar. É Ele que vai nos abrir a porta para a área do Reino que Jesus disse que tem vida, vida espiritual, vida em Jesus, vida no Espírito, vida na Presença de Deus. Esquece tudo, a nossa oração deve ser sempre: Vem Espírito Santo. Na oração do Pai-Nosso, Jesus ensinou a pedirmos: Venha o Teu Reino. Venha o teu Espírito, venha a Tua Presença.

Amém.

Fique na paz.

pslarios
Enviado por pslarios em 10/12/2022
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