COMO LER E PREGAR EFÉSIOS 6 Novos Relacionamentos promovidos pelo Espírito Santo

COMO MANUSEAR DINAMITE E ESPERAR QUE NÃO EXPLODA

Estamos acabando a nossa série “Como ler e pregar Efésios” e quero deixar ainda uma ultima mensagem sobre pregação. No livro “A Arte e o Oficio da Pregação”, Haddon Robinson, um dos autores do livro, escreveu o artigo: “Como podemos manusear dinamite sem esperar que exploda?”

Recentemente ouvi um testemunho, que algumas irmãs de uma igreja, saíram do seu país e foram evangelizar em outro e enquanto evangelizavam numa praia da Europa, oraram por uma pessoa doente que foi curada instantaneamente na frente delas. As irmãs desmaiaram de susto, elas não esperavam o milagre.

Num bairro onde morei, havia um bêbado oficial do bairro, e um dia fizeram o apelo para ele e ele aceitou a Jesus e se converteu. Todo mundo estranhou a conversão dele, pois ninguém esperava, nem quem fez o apelo.

Eu estava no culto, quando numa Ceia, um irmão foi na frente de todos e disse que estava traindo a esposa e pediu perdão a ela. Ninguém sabia disso e pelo jeito nem a esposa.

A Bíblia conta a história que Jesus mandou 72 discípulos irem de cidade em cidade pregando, ensinando e curando os enfermos. Eles ficaram admirados, pois os doentes eram curados, as pessoas aceitavam a Jesus e até os demônios saiam das pessoas. “8 Quando entrarem numa cidade e forem bem recebidos, comam o que servirem a vocês, 9 curem os doentes que nela houver. E digam ao povo: ‘O Reino de Deus está próximo de vocês!” Lucas 10.8-9 “17 Os setenta e dois voltaram muito alegres, dizendo: “Senhor, até os demônios obedecem a nós por causa do teu nome.” Lucas 10.17

Nós lidamos com a dinamite de Deus. A Palavra é a dinamite e a gente a manuseia e espera que ela não exploda. Dinamite foi feita exclusivamente para explodir. A gente prega, profetiza e devemos acreditar que a Palavra proferida por Deus que sai do seu Trono, não vai voltar para Deus vazia, ela vai fazer algo, ela vai realizar e quando o fizer volta com a resposta. Nós pregadores e professores bíblicos, lidamos com a dinamite de Deus.

MARIDOS E ESPOSAS

“21 Sejam submissos uns aos outros no temor a Cristo.

22Mulheres, sejam submissas a seus maridos, como ao Senhor.

23 De fato, o marido é a cabeça da esposa, assim como Cristo, salvador do Corpo, é a cabeça da Igreja.

24 E assim como a Igreja está submissa a Cristo, assim também as mulheres sejam submissas em tudo aos maridos.

25Maridos, amem suas mulheres, como Cristo amou a Igreja e se entregou

por ela;

26 assim, ele a purificou com o banho de água e a santificou pela Palavra,

27 para apresentar a si mesmo uma Igreja gloriosa, sem mancha nem ruga ou qualquer outro defeito, mas santa e imaculada.

28 Portanto, os maridos devem amar suas mulheres como a seus próprios corpos. Quem ama sua mulher, está amando a si mesmo.

29 Ninguém odeia a sua própria carne; pelo contrário, a nutre e dela cuida, como Cristo faz com a Igreja,

30 porque somos membros do corpo dele.

31 Por isso, o homem deixará seu pai e sua mãe e se unirá à sua mulher, e os dois serão uma só carne.

32 Esse mistério é grande: eu me refiro a Cristo e à Igreja. 33 Portanto, cada um de vocês ame a sua mulher como a si mesmo, e a mulher respeite o seu marido.”

Efésios 5.21-33

Para alguns esses são versículos muitos complicados para o casamento, ou especialmente para a mulher. Existe um misto de incompreensão com desobediência a Deus aqui, gerado pelas palavras de Paulo. Por quê, dizem muitas mulheres que devemos ser submissas a nossos maridos, obedecê-los e eles poderem mandar em nós mulheres? Se tivessem lido o versículo 5.21, leriam que todos, TODOS, devemos ser submissos uns aos outros. A palavra submisso da a ideia de alguém um nível acima, alguém superior a nós. Devemos considerar todos, como nossos superiores, ou alguém um pouco mais especial do que nós, sendo que nós também em Cristo somos especiais e são os outros que nos devem tratar como superiores.

Todos quem? Paulo está se referindo aos novos relacionamentos das pessoas novas criaturas, que é a nova sociedade de Deus: a igreja. Ele falou do casamento, da relação dos pais e dos filhos, dos servos, ou patrões e seus empregados ou escravos e da nossa devida obediência aos governantes do país. Todos devemos nos considerar um nível abaixo, no casamento no trato, no emprego. O marido seja submisso a sua esposa, o pai submisso à filha, o patrão submisso ao empregado, o dono de escravos que seja submisso ao escravo e vice-versa.

Paulo faz uma comparação da nossa submissão no casamento com Cristo e a igreja. Que a mulher seja submissa ao marido, que representa Cristo, pois quem é o maior? Cristo ou a igreja que ele fundou? É óbvio que o fundador é maior do que a igreja fundada. Paulo é maior do que todas as igrejas que fundou. No caso de Cristo ser maior que a igreja, todo mundo entende isso, mas na comparação de que o homem deve ser honrado e a mulher ser submissa a ele, isso causa revolta, mas não deveria, pois o que ocorre aqui é total falta de compreensão do que a Bíblia diz. Sejam todos submissos uns aos outros.

Marido e mulher são um casal de parceiros. Na teoria poderíamos sonhar em dizer que o homem manda na esposa, mas na prática sabemos que não é assim. Um manda no outro, ou seria melhor dizer que um deve ser submisso ao outro. Não vejo dificuldade em entender o assunto.

Outra coisa nesses versículos que devem nos chamar atenção é que é mandado ao marido amar a sua esposa. Assim como a mulher tem dificuldades em entender o que seja submissão, o homem tem dificuldades em entender o que seja amar a esposa. O Espírito Santo que inspirou a Bíblia não erra e tocou nas feridas, tanto do homem, quanto da mulher. O marido tem dificuldades de amar, enquanto que a mulher tem dificuldades de ser submissa.

PAIS E FILHOS

"1 Filhos, obedeçam a seus pais no Senhor, pois isso é justo.

2 ‘‘Honre seu pai e sua mãe’’ é o primeiro mandamento, e vem acompanhado de uma promessa:

3 ‘‘para que você seja feliz e tenha vida longa sobre a terra.’’

4 Pais, não deem aos filhos motivo de revolta contra vocês; criem os filhos, educando-os e corrigindo-os como quer o Senhor."

Efésios 6.1-4

Na nova sociedade, os novos relacionamentos vêm muitas vezes na contramão do que já está posto. Os ensinamentos de Paulo sobre o relacionamento de pais e filhos hoje, mais de vinte séculos depois, nos parecem extremamente justos e razoáveis, porém pode não ter caído tão bem assim nos ouvidos das pessoas daquela época.

De qualquer maneira sabemos que todo relacionamento foi corrompido pelo pecado e precisa de cura das mágoas. Muitos pais, infelizmente fizeram coisas muito ruins com os filhos, assim como muitos filhos fizeram coisas ruins com os pais. Existe mágoa de ambos os lados, mas o ensino de Paulo é claro. Porém, aqui temos um novo conflito de interesses, onde deturpam o que a Bíblia falou e dizem o que querem.

Filhos obedeçam a seus pais, não cai muito bem para muita gente. Obedecer aos pais dá a impressão que o pai, ou a mãe manda e o filho deve obedecer cegamente, o que não é verdade. Aqui está sendo dado o ensinamento para pais, mães e filhos cristãos do primeiro século, uma igreja nascida a pouco, onde todos eram cheios do Espírito; transbordantes do Espírito. Dar um conselho de Deus a gente cheia do Espírito, nos parece muito fácil, mas isso pode enganar a alguns. A quem era cheio do Espírito, alguns tinham visto e conversado pessoalmente com Cristo, mas ainda assim vem a ordem de Paulo: Filhos obedeçam seus pais, é por que a coisa não era fácil, sem estar no Espírito Santo. Muitos dizem, por que devo obedecer meu pai que é um bêbado, ou minha mãe que deixa a casa toda suja? Veja, se obedecer pais cristãos já era difícil, imagina o qual difícil é obedecer a pais não cristãos. Penso eu que a sua obediência pode ganhar seus pais para Cristo, sendo esse um excelente motivo para obedecer.

Mas a palavra obedecer aqui é precedida de outra, ela está debaixo de outra, que é ser submissos uns aos outros. Obedecer aqui não é obedecer cegamente, como alguns podem imaginar, mas ser submisso, que é ter o outro como superior a si mesmo, ou dito de outra forma, dar honra ao outro, respeitar o outro e não agir de maneira alguma numa obediência cega.

Mas essa passagem é polemica por duas coisas, a primeira é que alguns imaginam que devemos obedecer cegamente aos pais, discordo veementemente disso. Devemos obedecer, ou ser submisso, que é sinônimo de dar honra, de ser humilde, amável, mas não cegamente. Se os pais ensinarem alguma coisa contrária a Deus, como roubar, beber, fumar, ou outra coisa não devemos fazer. Lembre-se: somos cristãos. Os pais são imprescindíveis até quando os filhos são jovens, com mais ou menos seus vinte anos. Os pais devem ensinar os primeiros passos, cuidar da saúde, física e mental, dar educação, ensinar a vida e quando os filhos estiverem prontos, deixarem eles irem embora. A obrigação absoluta de pais cristãos é ensinar Deus aos seus filhos. Um pai que apertou demais o parafuso a ponto de seu filho sair da igreja, sendo adolescente, errou sendo cobrador demais. Nossos filhos são nossa herança e não nossa posse.

Os filhos devem obedecer aos pais, desde que as ordens dos pais sejam boas e justas no Senhor. Como disse essa passagem é polêmica por dois motivos, um é pelo exagero de se pensar que os filhos devem obedecer cegamente e o outro por omissão: não se toca nem na igreja que os pais não devem revoltar os filhos. “Pais, não deem motivo de revolta (dos filhos) contra vocês.” Se o pai, ou a mãe quer ser honrado, respeitado, deve ser um pai, ou mãe, que respeite seu filho como gente. Pais nunca deem motivo de seu filho se revoltar contra você. Ser pai tem limite. Devemos corrigir os filhos, se precisarem, mas educando-os e corrigindo-os no Senhor. Não é de qualquer jeito.

O problema é que, assim como tem muito casado que não tem maturidade para ser casado, tem muitos pais que não tem maturidade para serem pais.

Além disso, falando de maturidade, nós criamos crianças. Nossos filhos são ensinados desde que nascem a serem maduros, mas é bem provável, que nós partiremos dessa vida e nunca, jamais, os vejamos como pessoas maduras. Na maioria do tempo vamos conviver com jovens imaturos, difíceis de lidar, sem experiência, falando e fazendo coisas de pessoas imaturas. Ou seja, a convivência sempre será difícil, mas resta aos pais, que esperamos que sejam maduros, ensinarem seus filhos a o serem um dia.

SENHORES E SERVOS

5 Escravos, obedeçam aos seus senhores nesta vida, com temor e tremor, com simplicidade de coração, como a Cristo.

6 Não sirvam somente quando vigiados ou para que os homens os elogiem, mas sejam como servos de Cristo, que cumprem de todo o coração a vontade de Deus.

7 Sirvam de bom grado, como se servissem ao Senhor, e não a homens.

8 Vocês sabem que cada um, escravo ou livre, receberá do Senhor o bem que tiver feito.

9 Senhores, tratem seus servos do mesmo modo. Deixem de lado as ameaças: vocês sabem que tanto eles como vocês têm o mesmo Senhor, que está no céu e não faz distinção de pessoas.

Efésios 6.5-9

A Bíblia foi escrita para crentes e esperamos que os crentes respeitem essas normas. Hoje é inadmissível a ideia de um escravo. Ninguém pode ser dono de outra pessoa. A palavra escravo deve ser substituída por empregado e a palavra senhor, deve ser substituída por chefe. Então os empregados que trabalhem com simplicidade de coração, não só quando alguém está olhando, ou para ser elogiado pelos homens, mas como servos de Cristo. Nós cristãos devemos éter em mente que trabalhamos para Cristo, servindo a um senhor terreno. Trabalhem de bom grado, ou agradecidos, como se trabalhando para o Senhor. A seu tempo receberemos o bem do Senhor. Do mesmo modo os donos de empresa, ou a chefia deve tratar os empregados sabendo que são empregados do Senhor. Deixem de lado as ameaças, o seu Senhor é o mesmo que o dos empregados. E saiba que Deus não julga como o homem e não faz distinção se a pessoa é dono da empresa ou empregado, ele vai julgar segundo a dedicação da pessoa a Ele, Deus. Ou seja, se você encontrar um crente mais crente que você, seja submisso, de honra a quem merece e tome cuidado, pois Deus pode estar gostando mais dele do que de nós.

Amém.

Fique na paz