Sol da Parquelândia

Padre Geovane Saraiva*

Com o final de cada noite e o despontar da aurora no nosso querido bairro, Parquelândia, Fortaleza/CE, deparamo-nos quase sempre com aquilo que há de mais belo, edificante e sublime: o nascimento do Sol. Além de externar a providencial bondade de Deus, entra em cheio – e com toda a sua luminosidade –, na nossa Igreja de Santo Afonso, sendo possível experimentá-lo, de um modo mais evidente, em clima de oração pela manhã, atualmente por ocasião deste final de anos e início de 2023.

O sol bendito não é uma alegoria, e sim real, convidando-nos como um dom para o despertar de cada manhã. Tenha a certeza, caríssimo irmão, caríssima irmã, sempre e cada vez mais, de que esse despertar é um revelador – ou claro precursor –, a partir deste templo sagrado, do que Deus tem algo a lhe dizer, no sentido de acolher o Sol da verdade, da justiça, da paz e da solidariedade: o Filho de Deus. Ele não carrega consigo a aurora, não nasce e muito menos se põe. Ele consiste em ser um amor inesgotável, a eternidade, que nunca é demais!

Aurora quer significar momento esplêndido, ou hora preciosa, fecunda e cheia de graça, ou encanto, nos sinais de esperança, e destaque ou prenúncio de felicidade. Bacana mesmo é comemorar o dia mais fantástico da vida, da aurora verdadeira, dia em que chega para nós a inigualável esperança em Jesus, que veio habitar entre nós, fez-se pequeno por nós e escolheu viver aqui ao nosso lado!

Num basta ao indiferentismo, ou ao neutralismo, na busca do verdadeiro sol, jamais desperdiçar a oportunidade, a nós concedida, vendo-a como dom e graça, como desafio de transformar o mundo e todas as coisas, sendo o mesmo mundo, com sua realidade contrastante, patrimônio para todos. Fica sempre conosco, Senhor, permanece em nossos corações, no coração de cada irmão e de cada irmã, no coração do mundo. Só assim, o planeta, no seu todo, pode ser fecundo e cheio de graças, voltando a florescer!

Daqui da Parquelândia, na contemplação do eterno Sol, que Deus nos dê a graça de dizer um não à nossa pouca sensibilidade diante da fé, sem jamais perder de vista sua aurora eterna. Supliquemos, pois, à luz da tolerância, do respeito e da valorização das pessoas, e também na compreensão das diferenças, no vasto campo do mundo, no qual estamos inseridos: Ó Senhor, dai-nos a graça do crescimento na sua terna e afável compaixão, no esforço de sermos mais indulgentes, clementes e pacientes. Assim seja!

*Pároco de Santo Afonso, blogueiro, jornalista, escritor, poeta e integrante da Academia Metropolitana de Letras de Fortaleza (AMLEF).

Geovane Saraiva
Enviado por Geovane Saraiva em 30/12/2022
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