FAMÍLIA

Quando nasci, ainda bebê fui levado à pia batismal. Minha irmã mais velha que eu já tinha um ano. E assim fomos nascendo os sete filhos daquele casal católico formado por meu pai e minha mãe. Ao nascer a sétima filha, estávamos todos batizados na religião católica. E éramos considerados na nossa terra natal.

O tempo foi passando e aqui estou eu, ainda católico. Revezes da minha vida me mantiveram um tempo longe da minha religião de origem. Como já contei aqui.

Nos tornamos adultos, todos nós nos casamos. Vivemos os problemas de nossos casamentos, tivemos filhos, e todos nós ás vezes nos reuníamos.

Foi um tempo muito bom, do qual eu tenho muita saudade. Mas a história não para, e eu não sei se o comando da história familiar é do tempo ou dos acontecimentos. Acho que se divide entre os dois. E soberano sobre o tempo e os fatos está Deus. Ao qual eu amo e temo.

Quero agora fazer um ligeiro registro. Dos acontecimentos que me levam a pensar em finitude aqui na terra. Veio a morte e nos levou quatro membros de nossa família mãe.

Ceifou-nos por doença três irmãos e minha mãe. Sei, eles ajudaram a construir a nossa história familiar, e tiveram eles próprios suas histórias familiares. Mas uma coisa em mim os mantém vivos, a minha memória deles.

Os meus sobrinhos cumprem a sua missão na Terra. Estudam, trabalham, vivem. Alguns deles namoraram, noivaram e, por fim, se casaram. Podemos não ser a família exemplar da nossa sociedade. Mas estou aqui falando da coerência religiosa dos membros de minha família. Somos todos católicos ainda.

Eu sei, o catolicismo não é a única religião adimitida no nosso país. Inclusive a nossa Carta Magna nos dá a tolerância como um sinal bom de que os brasileiros convivem bem com suas religiões e as outras também. Mas, chego aqui onde quero, uma irmã minha se tornou Batista. Isto não é um desabafo, é só um relato. E convivemos nós os sete irmãos muito bem. Não consideramos essa irmã que Batista uma ovelha desgarrada. E nem podíamos considerar assim.

Se chegamos até aqui na nossa história familiar, perdendo quatro membros nossos, é porque temos uma coisa. No seio da nossa família. A boa e sã convivência, e acredito que convivência sadia só pode existir entre seres humanos que acreditam que Deus nos criou à sua semelhança. Com nossos defeitos, com nossas imperfeições, por que só Deus é perfeito, nós fomos feitos só a sua semelhança.

Aristides Dornas Júnior
Enviado por Aristides Dornas Júnior em 09/05/2023
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