Para entender a redenção da humanidade pelo sacrifício de Cristo

 

O grande Papa Bento XVI alertou sobre um problema sério da sociedade moderna: a desinformação religiosa. Eu percebi ao longo da vida que muitos católicos ignoram pontos importantes da doutrina católica. Alguns não sabem sequer o que é a Missa, ou seja, seu real significado: a perpetuação mística do sacrifício de Jesus Cristo na Cruz.

Também existem pessoas que revelam hostilidade à Igreja Católica e com frequência postam na mídia críticas desfavoráveis, mas também despropositadas.

É claro que qualquer pessoa pode discordar da doutrina católica e questiona-la, mas ao menos deve se informar do que está questionando.

Uma crítica que eu tenho deparado é a respeito da doutrina da Redenção por meio da Paixão (palavra que nesse contexto quer dizer sofrimento), Morte e Ressurreição de Jesus Cristo. O argumento pode ser resumido assim:

"Como Jesus morreu para me salvar se eu nem existia naquele tempo e não havia feito nada?"

Vamos procurar entender que Jesus é o Verbo Encarnado, sendo Ele próprio Deus.

Ninguém é obrigado a crer, estou apenas esclarecendo qual é a doutrina.

A Redenção oferecida à Humanidade para perdoar seus pecados (mediante também a aceitação desta Redenção, com o arrependimento) só poderia ser executada por Deus, já que o pecado é ofensa a um Ser Supremo, infinito. Nem a mais santa pessoa humana poderia oferecer reparação.

Mas, por outro lado, Deus não pode sofrer. A solução apresentada é a mais sublime possível: ao adotar a natureza humana por sua encarnação no seio da Virgem Maria, o Verbo Divino passou a ser uma união hipostatica, ou seja, união de naturezas, a divina e a humana. E pela natureza humana, temporariamente vulnerável ao sofrimento.

Deus assim mostrou sua generosidade e seu incompreensível à nossa inteligência, mas plenamente real, amor à raça humana.

Mas, e quanto às pessoas que nem existiam? Ora, Deus não existe no tempo mas na Eternidade; por isso as ações de Cristo são teandricas, intemporais. A mente divina abarca o passado, o presente e o futuro. Assim é que Jesus, sendo superior ao tempo, com seu sacrifício ofereceu redenção a toda a humanidade: passada, presente (as pessoas que viviam naquele tempo) e futura, até o fim do mundo.

Nem duvidemos nós do que pode realizar o Ser Supremo e Existente em Essência. Este Amor que ultrapassa as leis do tempo, não o devemos corresponder?

 

Rio de Janeiro, 12 de abril de 2024.

 

 

imagem da Canção Nova