Orgulho e egoísmo

Publicado no Jornal do Commercio

Caminhos da Fé 19.05.2024 e 09.06.2024

Allan Kardec prescreve o remédio contra esse mal terrível: “Para que os homens vivam na Terra como irmãos, não basta se lhes deem lições de moral, importa destruir as causas de antagonismo, atacar a raiz do mal: o orgulho e o egoísmo”.

Ao nos debruçarmos nos tempos passados, verificaremos que as dissensões do ser humano repousam nas chagas do orgulho e do egoísmo.

Aqueles que se enclausuram em si mesmos somente enxergam o espelho que está à sua frente. Não se apercebem que não estamos sozinhos no âmbito físico nem tampouco, na esfera espiritual.

Vivemos em sociedade, mas ainda, não alcançamos plenamente que precisamos uns dos outros para o aprendizado que nos faz progredir. No Livro dos Espíritos, Q-785, encontramos: “Qual o maior obstáculo ao progresso? R – “O orgulho e o egoísmo. Refiro-me ao progresso moral, pois o intelectual avança sempre(...)”.

Essa ausência do contexto social mantém o indivíduo inerte sendo ele o principal prejudicado, pois tem uma existência “sem objetivos e sem rumos”. O vazio interior, apesar de parecer repleto, toma-lhe o precioso tempo, que perdido, fatalmente passará pelo arrependimento da oportunidade desperdiçada. Os talentos que Deus lhe deu para serem desenvolvidos foram esquecidos...

O próprio Jesus veio para “servir” e como exemplo maior que temos, não podemos deixar de segui-lo pelos ensinamentos e sabedoria que nos legou. Ao permanecermos na indiferença, negando-nos a conviver com solidariedade, estaremos espelhando o desinteresse para o sofrimento de tantos carentes de ajuda.

Por certo, quem assim procede desconhece ou negligencia que somos espíritos e pertencemos à família de Deus. Essa imaturidade espiritual trará graves consequências. Sabemos que cada um de nós tem seu tempo, mas busquemos a consciência desses deveres e antecipemos esse tempo. Não nos esqueçamos de que a celeridade existe na Transição Planetária, já tão anunciada. Não podemos desleixar o cumprimento das nossas obrigações diante de Deus.

A frustração e o arrependimento espreitam a todos que ignoram essa realidade. Os desígnios de Deus não operam segundo a nossa vontade. As Leis Divinas são imutáveis e seguem seu curso atingindo a tudo e todos. Despertemos para os novos tempos, que não são de agora! O nosso amanhã estará sempre dependendo do nosso hoje, daquilo que semeamos...Na erraticidade será estampada essa realidade!

No Livro Depois da Morte, pg. 275/276, de Léon Denis, encontramos:” A ignorância, o egoísmo, os defeitos de todo tipo reinam ainda na erraticidade e a matéria aí exerce sempre sua influência. O bem e o mal acotovelam-se. É, de alguma forma, o vestíbulo dos Espaços luminosos, dos mundos melhores. Todos por ali passam, todos permanecem, mas para elevarem-se mais alto”.

Quem cultiva esses sentimentos inferiores negam a Lei de Deus, que através de Jesus, nos deixou a lição do amor e da caridade. Essas virtudes não podem coexistir com as mazelas inquietantes do nosso Espírito enfermo. Extirpando-as abrir-se-ão os caminhos de Luz para alcançarmos a necessária redenção.

Na sábia frase “Quem não vive pra servir não serve para viver”, Mahatma Gandhi define muito bem o perfil de quem se nutre do orgulho e do egoísmo.

Ainda de Léon Denis, no Livro O Progresso, pg. 13, temos: “A vida isolada é a vida egoísta, a vida selvagem; a vida em comum é a vida moral, que faz nascer o direito e o dever, a única para a qual o homem foi criado, na qual este pode desenvolver suas faculdades, descobrir as leis de justiça que regem as sociedades e os mundos.

No seguir da vida iremos entender o que mais precisamos nas existências sucessivas: o crescimento espiritual, pela ajuda ao próximo como missão que nos é destinada para o caminho da felicidade. Viver em plenitude é compartilhar experiências e desfrutar do aprendizado que nos eleva o Espírito, ainda embrionário nos caminhos a percorrer.

Assim, como bem disse Allan Kardec: “Fora da caridade não há salvação”, implica no sentimento do amor e na ação da caridade. Então, a inércia e a omissão da prática desses deveres levar-nos-ão ao desapontamento além-túmulo. (A caridade em qualquer dimensão jamais estará afastada do amor e da prática do bem).

LUIZ GUIMARAES
Enviado por LUIZ GUIMARAES em 19/05/2024
Reeditado em 09/06/2024
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