Epidemia de Gripe Suína Pode Ser Prevenida com a Auto-Hemoterapia


    Em épocas de crise, e, em especial a que estamos vivendo neste momento, todos os recursos possíveis para amenizar os efeitos da crise, devem ser buscados e avaliados. 

   A partir de 2004, os brasileiros tomaram conhecimento do procedimento terapêutico bastante antigo e tradicional no meio médico e veterinário, conhecido como auto-hemoterapia, a partir de um vídeo divulgado na Internet, através do You Tube, contendo uma entrevista com o Dr. Luiz Moura, médico residente no Rio de Janeiro.

   Posteriormente o procedimento foi proibido pela ANVISA em 2007, fato que felizmente não impediu que inúmeras pessoas continuassem utilizando o procedimento no tratamento e prevenção de inúmeras doenças, tais como, acne, artrite, asma brônquica, amidalite, gota, gripe e até mesmo diversas doenças auto-imunes. Após a proibição, os pacientes que vinham utilizando a auto-hemoterapia se mobilizaram em sua defesa e elaboraram um abaixo-assinado dirigido ao Presidente da República, solicitando a liberação da prática alegando que se trata de um procedimento terapêutico comprovadamente sem nenhum risco para o paciente e extremamente eficaz na prevenção das doenças de um modo geral, já que se trata de uma vacina inespecífica, capaz de fortalecer o sistema imunológico contra diversas enfermidades, inclusive a gripe, provocada por diferentes modalidades de vírus.

   Como o mundo vive um clima de pânico em virtude do risco da gripe suína surgida no México em abril/2009, se transformar numa pandemia mundial semelhante à gripe espanhola de 1918, que, segundo algumas estimativas chegou a 50 milhões de mortes ou à gripe asiática de 1968, consideramos nosso dever reestudar a questão da utilização da auto-hemoterapia no Brasil. A gripe espanhola chegou ao Brasil em outubro de 1918 e permaneceu durante algumas semanas, até o final de novembro, mas foi o suficiente para matar pelo menos 35 mil pessoas, a maioria no Rio de Janeiro e em São Paulo. Segundo os estudiosos e médicos especialistas no mundo inteiro, uma nova pandemia de gripe ocorre mais ou menos a cada 40 anos e a última registrada foi em 1968, a gripe de Hong Kong ou asiática, quando estima-se que morreram cerca de 4 milhões de pessoas no mundo. Portanto 1918 + 50 = 1968 + 40 = 2008. A gripe chegou atrasada, mas já chegou. Não por acaso a Organização Mundial da Saúde (OMS) com o apoio de especialistas de todo o mundo vem alertando desde o final da década de 90 sobre a ameaça de uma pandemia de gripe neste novo século. Acredita-se que, apesar dos atuais recursos na área médica e da melhor condição de saúde da população mundial, a facilidade de transporte e a imensa massa de pessoas que se locomove para cada canto do mundo diariamente serão capazes de disseminar o vírus por todos os continentes em apenas 4 dias.

   Levando em consideração que a aplicação preventiva da injeção do próprio sangue do paciente, retirado da veia e aplicado no músculo tem a propriedade de fortalecer o sistema retículo-endotelial (sistema imunológico), já que estimula o organismo a aumentar o índice de macrófagos no sangue de 5% para 22% em 8 horas após a aplicação, mantendo este nível durante 5 dias, consideramos extremamente útil, diante de epidemia de gripe suína, a aplicação da vacina, não somente para brasileiros que vão viajar para o México, como também para mexicanos ainda não atingidos pela gripe, que já atingiu o índice de letalidade de 6%, demonstrando que se trata realmente de uma epidemia de grande gravidade.

   Caso a epidemia se espalhe por outros países, o que parece ser uma fatalidade, já que o trânsito diário de pessoas oriundas do México continua e a doença tem um período médio de incubação de 3 a 7 dias, basta um passageiro contaminado pelo vírus, entrar num país, para criar condições para a transmissão do vírus a terceiros e assim sucessivamente. Como somente está prevista uma vacina específica para esta cepa da gripe suína para daqui a 6 meses, até lá a epidemia já terá produzido uma calamidade de grandes proporções.

   Por outro lado sabemos também que o vírus influenza, o causador da gripe, em virtude de sua constante mutabilidade, requer a produção de novos medicamentos. Até mesmo a vacina, importante novidade surgida em meados da década de 90, pode vir a ter eficácia reduzida em função da característica da doença de se apresentar a cada inverno com um novo aspecto.

   Como se trata de uma emergência, consideramos prudente a aplicação da injeção do sangue retirado da veia do próprio paciente (5 ml.), com um intervalo de 5 dias, para manter o organismo com o índice de macrófagos no sangue em torno de 22%, especialmente se a epidemia realmente se instalar e permanecer durante muito tempo.

   Evidentemente não podemos descuidar também da alimentação, que deve ser de boa qualidade, incluindo, verduras, legumes e frutas, especialmente as cítricas e as que possuem grande quantidade de vitamina C, tais como, acerola, kiwi, caju, etc. É claro que, no caso de epidemia, devemos também evitar aglomerações, ambientes fechados, cinemas, teatros, etc, utilizar máscaras de proteção cirúrgica, além de óculos de proteção para os olhos, que também podem absorver o vírus.

   E como não existem contra-indicações para o procedimento da auto-hemoterapia, consideramos uma questão humanitária, diante da atual emergência provocada pela gripe suína no México, a revisão da atitude da ANVISA proibindo a utilização da auto-hemoterapia. Principalmente porque se trata de um procedimento de baixo custo que pode ser aplicado pelo pessoal de enfermagem ou até mesmo nas farmácias do país, especialmente nas cidades onde surgirem casos de gripe suína. Esperamos que o bom senso volte a inundar os nossos corações ...

                                                                Prof. Douglas Carrara
                                                       Antropólogo