Reveillon sem sangue

Reveillon sem sangue.

A população do Rio de Janeiro aumentou mais de 2% ao longo de 2010. Mas o estoque de sangue do HEMORIO caiu quase 50% no mesmo período.

Muitos doadores gostariam de efetuar suas contribuições para a prestativa entidade. A operação não passa de 30 minutos. Mas muitos destes voluntários esbarram num problema crônico: falta de estacionamento ao lado da instituição. Uma área reservada para uns 10 carros por hora seria suficiente. Para evitar a ação dos “espertos”, o estacionamento nesta área custaria R$ 1,00 por uma hora para quem exibisse o protocolo de doação. Para os demais, o valor poderia ser de R$ 10,00 por hora.

Na região da Rua do Riachuelo existem dezenas de edificações centenárias prestes a tombar sobre transeuntes e veículos. Mas estão “tombadas” (abandonadas) pelo poder público e devem permanecer intactas (com os vergalhões enferrujados à mostra) até que uma ventania mais forte provoque um acidente anunciado.

A Prefeitura não tem verba para criar esta área de estacionamento. Falta verba porque altas somas são consumidas para pagar os cachês de artistas nas praias no final do ano. Um montante que passa dos R$ 2 MI.

Fora a verba destinada para os fogos de artifício (os recibos devem ser superfaturados como de praxe) que ao invés de 20 minutos poderiam ser estourados em 5 minutos. Se a intenção é exibir a cidade para o mundo, nada melhor que em paralelo com as localidades que a natureza beneficiou, mostremos serviços de boa qualidade para os nativos e visitantes.

Sem deixar de citar o sacrifício pelo qual o bairro de Copacabana passa nestas ocasiões ao reunir 2 milhões de pessoas. Os moradores ficam proibidos de sair/entrar em casa com seus carros (vai que tem um doente dentro) e precisam recorrer ao Juiz de plantão para exercer seu direito de locomoção.

Sugiro que no próximo ano esta festa seja realizada na área da Maré. Lá com certeza os moradores cobrarão preços mais em conta e saberão organizar o deslocamento dos convidados.

Haroldo P. Barboza – Vila Isabel / RJ

Autor do livro: Brinque e cresça feliz

Haroldo
Enviado por Haroldo em 30/12/2010
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