Aviso aos Navegantes

O livre arbítrio permite a todos escolher e selecionar seus hábitos, costumes e vícios do modo que melhor lhes aprouver e isso não está em discussão. O que nos motiva a escrever sobre o livre arbítrio, prende-se ao vício de fumar que cultivamos ao longo de quarenta longos anos. Na nossa adolescência, o hábito, antes de se tornar uma dependência química, era tido como atrativo para a conquista masculina – pobre concepção! Enquanto a nicotina e o alcatrão marcavam presença na vida da nova presa – novo viciado. Para nós outros que escrevemos o presente artigo, ex-fumante e recém libertado, cumpre-nos, com alegria, alertar a tantos e quantos persistem em manter o vício de fumar. O alerta funda-se em dois acontecimentos fatídicos que por pouco não nos tiraram a vida ou nos deixaram inválidos. Foram dois AVCs – o primeiro, em 2009, de natureza isquêmica e o segundo, no mês passado, do tipo embólico, ambos, conseqüências dos malefícios deixados pelo cigarro. Em 2009, quando do primeiro AVC, fomos alertados por nosso cardiologista (Dr.Itamar) e pelo neurologista (Dr. Nazareno) sobre o agravamento dos riscos à saúde, caso continuássemos fumando. As advertências médicas não foram levadas a sério e como conseqüência, encontramo-nos impossibilitados de executar o que, no passado, projetamos para o futuro (hoje) além de termos de enfrentar o desconforto e o risco de uma angioplastia a fim de tentar corrigir o que foi destruído numa das artérias vertebrais.

Para aqueles que ainda insistem em continuar fumando, dedicamos o presente artigo, com a pretensa certeza de que de alguma forma estamos, com este relato, contribuindo para a redução do tabagismo em nossa cidade. Se o prezado leitor é um fumante e tem como meta, parar de fumar, o problema deixa de ser individual e passa a ser coletivo, ou seja, o problema passa a ser nosso. Entretanto, se parar de fumar, não é sua meta, o problema deixa de ser nosso e passa a ser somente seu, sendo também seu, o risco de ancorar o barco de sua vida, no indesejável porto da invalidez, na melhor das hipóteses ou, por fim, esperar a morte chegar.

Rui Azevedo - Professor

Publicado no jornal Diário do Povo/local

Rui Azevedo
Enviado por Rui Azevedo em 11/02/2011
Código do texto: T2786298