Silencio

Inicio com um trecho do artigo O Senhor me chamou até aqui!, que revela o seguinte: “Fui como São Francisco de Assis: chamado..., chamado... e chamado, mas me aprisionei para ter certeza, e volta e meia assim faço, silencio!”

O que vem a ser silenciar? Pelo contexto da frase acima, percebemos em conjunto que o silencio tem uma forte relação com o aprisionar. Aprisionar nos revela o sentido de se retirar de qualquer ambiente social e por um determinado tempo para sermos revelados a nós mesmos, ou seja, nos colocarmos em deserto.

O deserto está disponível para qualquer um de nós, assim como os chamados que Cristo nos convida, Ele se revela através do Evangelho, de um pequeno trecho bíblico, o deserto também. O deserto não é quente, nem repleto de areia, menos ainda sem água, ao contrário, ele nos permite levar apenas o necessário, o básico e essencial, nós mesmos, acompanhados do silêncio. Afinal, silenciar é necessário. Silenciar surge como o modo mais sublime de Cristo se revelar para nós. Jesus subia na montanha para rezar, para ficar em deserto, para contemplar.

Do mesmo modo, nos colocamos como convidados, prontos para caminhar nos três aspectos: espiritual, físico e mental. “A oração espontânea foi meu consolo ao longo do caminho; nunca deixou de me alegrar, ainda que em graus diversos. Não me atrapalhou em lugar algum e em nenhum momento. ”

O silenciar se manifestou através de uma oração espontânea, assim como sentimentos, expressões, iniciativas e atitudes espontâneas. Tão pouco fizemos, e muito nos foi revelado.

O deserto nos permite ouvir, ver o que antes já era profundo, contemplar, orar, partilhar, aprofundar, jejuar, nos alimentar. Tenhamos conosco Cristo Crucificado. Tenhamos como companhia Nossa Senhora, São Francisco, Santa Clara, nossos amigos e familiares, tenhamos conosco o EU, afinal, quando comungamos, quando nos pomos em deserto, em oração, DeuS está conosco!

Rezemos com o CORAÇÃO, tendo como consequência o silêncio. Tenhamos em mente, em mãos, aquele trecho bíblico inicial e nos permitamos repeti-lo por muitas vezes, inserindo-o em nossa rotina, pois o deserto pode surpreendemente abrir nossos olhos e nos mostrar onde estamos inseridos.

“É assim que vou agora, rezando sem parar a oração de Jesus que me é mais doce e querida do que tudo no mundo. [..] Se alguém me ofende, eu só penso na oração de Jesus tão benfazeja; imediatamente desaparecem a raiva ou o sofrimento e me esqueço de tudo. ”

Dias de Deserto. Dias de Paz e Bem!