Por que não ocorrerá uma epidemia letal de gripe suína?

Até pouco tempo, “resfriado” e “gripe” eram sinônimos. O desenvolvimento de métodos de distinção entre os vírus permitiu definir “gripe” como uma doença causada por um certo vírus, e “resfriado” como um conjunto de doenças, similares e mais brandas que a gripe, causadas por diversos outros tipos de vírus. Mais recentemente, foi possível distinguir entre linhagens diferentes de vírus de gripe, entre elas a “temível” gripe suína, uma gripe usual, apesar do alarde de 2009.

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), a taxa de letalidade das gripes é algo em torno de 0,5%, tanto para a gripe suína, quanto para todas as outras.

Essa é a informação mais relevante sobre a H1N1: é apenas uma gripe, NÃO é mais mortal que outras, não deve nos assustar.

Embora, como todos sabem, a gripe seja uma doencinha chata e boba, a epidemia de 2009 chamou a atenção para algo que não percebíamos: gripe também mata. De acordo com os números da OMS, 0,5% das pessoas que pegam gripe, acabam sofrendo complicações e morrendo. À primeira vista, isso parece estranho, como acontece?

Imaginemos um universo de 10.000 pessoas gripadas em uma grande cidade. De acordo com essa estimativa de 0,5% de letalidade, espera-se que algo em torno de 50 dessas pessoas acabem morrendo. Podem ser 47, 53, 55, é esperado, nesse caso, um número próximo de 50 mortes. Ocorreria assim:

Entre as 10.000 pessoas gripadas, alguns, provavelmente, seriam muito idosos e debilitados. Pessoas na faixa dos 90 correm um risco considerável de sucumbir a uma gripe e morrer. Aliás, pessoas idosas acabam falecendo, e cada morte terá sido causada por algo, a gripe é candidata.

Bebês também são criaturinhas frágeis, podem sucumbir a uma gripe. Todas as mães ficam apreensivas quando um bebê adoece, a gripe pode piorar, podem surgir complicações, uma pneumonia...

Existem outras pessoas fragilizadas. Há os que têm problemas pulmonares, ou respiratórios em geral. Fumantes, em especial, os que tossem muito, são suscetíveis a complicações respiratórias. Existem também aqueles que, por qualquer razão, têm uma baixa imunidade.

Assim, dentre as 50 mortes, temidas mas esperadas, no grupo de 10.000 pessoas gripadas, imagina-se que essas pessoas, fragilizadas, serão as vítimas.

A existência desses grupos de pessoas nas comunidades em geral faz prever as mortes por gripe. Não costumávamos prestar atenção a isso. Pessoas saudáveis não costumam ter problemas maiores com a gripe, todos sabemos disso.

O surto de gripe suína, em 2009, matou dessa forma usual, não teve nada de especial, além do alarde dos meios de comunicação. A gripe suína, ao contrário do que alardeiam os meios de comunicação, é só uma gripe, mata apenas aqueles que já estão debilitados.

Nesse instante, abril de 2016, está em curso uma campanha nos meios de comunicação para disseminar o medo entre a população; a agitação e a instabilidade política do momento tendem a fermentar o medo, estamos suscetíveis a isso.

O episódio de 2009, o surto letal de gripe, foi uma farsa para divulgar e vender remédio antiviral. Não tome essa porcaria, mata mais que a gripe.

Em suma: a H1N1 é apenas uma gripe comum, sem nada especial. Gripe continua sendo gripe. Não há motivo para apreensão com gripes.

Mas, atentemos para o que os meios de comunicação estão fazendo; nosso mundo é muito estranho.