Holanda considera autorizar "suicídio assistido" também para pessoas saudáveis.

Para o escritor francês Albert Camus, o suicídio era o único problema filosófico verdadeiramente sério. Para ele, a pergunta fundamental da vida só poderia ser essa: viver vale ou não à pena? Para a lei da maioria dos países, no entanto, essa pergunta sequer existe: viver é uma obrigação legal. A Holanda, contudo, vem revendo essa noção, e estudando a hipótese de que essa decisão fique inteiramente na mão de quem pode responde-la – que cada pessoa tenha total poder de decisão sobre a própria vida, inclusive para encerra-la.

O país já oferece a Lei da Eutanásia desde 2002, que permite que pacientes terminais e desenganados, vítimas de males insuportáveis e que tenham previamente realizado a autorização de forma voluntária tenham sua vida interrompida por um conselho médico. A nova lei estudada pelo governo visa permitir que pessoas saudáveis possam também tomar a decisão de dar cabo à própria vida, seja por qual for o motivo, dentro da lei e com assistência médica limpa e objetiva. O conselho médico holandês é contrário à proposta.

A proposta não indica se haveria uma idade mínima para que o paciente pudesse se enquadrar na tal lei, e exigiria que a pessoa passasse por um extenso processo de conversa e avaliação por assistentes até que o fármaco letal pudesse enfim ser receitado. Como contra-exigência a lei traria a criação de uma nova secretaria dedicada exclusivamente a esse tipo de ajuda, formada por médicos, psicólogos, enfermeiros e especialistas.

No Brasil, tanto a eutanásia – na qual um profissional de saúde encerra a vida de um paciente em sofrimento irreversível – quanto o suicídio assistido – pelo qual um medicamento é fornecido ao paciente para que ele próprio encerre a própria vida – são proibidos por lei.

Arcanjjus Negrus
Enviado por Arcanjjus Negrus em 19/10/2016
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