O mantra ridículo

 

O MANTRA RIDÍCULO

Miguel Carqueija

 

Quando começou a epidemia de covid surgiu uma estranha ordem, repetida e trombeteada aos quatro ventos pelo mundo afora: “Fique em casa!” Foi principalmente a esquerda quem difundiu esse mantra estúpido, a pretexto de combater a doença.

Os idosos foram especialmente visados: “Se você tem mais de 60 anos, fique em casa!” No entanto quase ninguém mais lembra que o então Ministro da Saúde, Luiz Mandetta – o traíra que saiu do governo dançando – no tempo em que era o centro das atenções e salvador da Pátria, numa de suas coletivas declarou que os velhos não deviam ficar em casa sem sair meses a fio, pois isso fazia mal à saúde: deviam sair sim, passear, entrar em igrejas, ir nos parques, só não se aglomerassem.

Eu fiquei especialmente incomodado lendo relato de pessoa que falava de como chegava à varanda, olhava em volta, tinha vontade de sair na rua mas se continha...

Com essa história de “fique em casa” pessoas caíram em depressão, houve aumento da violência doméstica.

Mas o pior foi a atitude de governadores e prefeitos que despoticamente proibiram as pessoas de trabalhar, sempre a pretexto de combater a covid. Dessa maneira arbitrária até vendedores ambulantes foram proibidos, enquanto uns poucos setores, tidos como essenciais, prosseguiram em atividade, notadamente supermercados, padarias e farmácias. Ora, nesses locais, e mais ainda nos coletivos, o risco de contágio era muito maior que na portinha de um sapateiro, por exemplo, ou no pipoqueiro...

O repórter Sikera Júnior disse ter pego a covid ficando em casa.

Esse despotismo de tiranetes locais, em geral da esquerda, gerou falências às centenas de milhares, desemprego em massa, miséria, fome e até aumento da população de rua. Quando eu falei sobre isso teve gente que, com incrível falta de visão, disse que havia grupos praticando assistência social...

E não duvidem da calamidade que foi tudo isso. O repórter Datena mostrou em diversas ocasiões cenas de cortar o coração: a moça exibindo a geladeira vazia, as crianças que precisavam comer, pessoas que antes trabalhavam agora precisando da caridade pública.

Quanta gente morreu de fato, de fome ou suicídio ou outras causas relacionadas com o mantra idiota e o fechamento do comércio?

E as violências policiais que ocorreram, até contra a Igreja Católica?

Em São Paulo proibiram inclusive os salões de cabeleireiro e barbeiro. No entanto o governador de esquerda João Dória o tempo todo manteve seu cabelo curtinho. Quem cortava o cabelo do janota?

Ora, nesse horror todo quem socorreu o povo e dele se apiedou foi o Presidente Jair Bolsonaro. A ordem do STF, atribuindo aos governadores e prefeitos a direção da crise, a meu ver foi errada, pois quem tinha de conduzir era o Executivo Federal. Como foi esclarecido inclusive pelo insigne Dr. Ives Gandra Martins. Estabelecida essa anarquia, o que restou a Bolsonaro (que não fechou um botequim, como ele mesmo disse) foi distribuir verbas para os estados e socorrer a população com a ajuda emergencial, muito mais substantiva que a bolsa-família do Lula.

E agora vemos que essa ajuda federal aos mais necessitados (e nunca se viu isso antes a esse nível) estendeu-se a taxistas e caminhoneiros por causa da crise dos combustíveis, e a esquerda foi contra. Com possíveis exceções, mas na política foi o que se viu.

E agora, vamos finalizar voltando ao mantra macabro “Fique em casa!”. Na verdade esse mantra foi divulgado pela metade. Leiam como deve ser entendido o mantra que a esquerda veiculou:

“Fique em casa e morra de fome!”

 

Rio de Janeiro, 6 a 8 de outubro de 2022.