CASTRAÇÃO EM PSICANÁLISE, O QUE É?

 

Em psicanálise, o que seria a castração? Como todos vocês sabem, castração significa a retirada do órgão sexual masculino; emasculação. Castrar é o mesmo que capar, é tirar o órgão sexual do cidadão. Como esse termo penetrou na psicanálise?  Ele entrou na psicanálise, porque Freud, descobriu a partir da escuta de diversos pacientes, que geralmente, ali, por volta, dos três, a cinco anos, de idade, os meninos, desenvolvem o medo de serem castrado. O medo de perderem o próprio pênis. E, isso, acontece, porque eles olham para o corpo feminino, e percebem que as mulheres não têm pênis, e não conseguem entender muito bem por quê; e, também, porque eles sofrem uma ameaça de castração. Geralmente isso acontece em muitas famílias, quando o menino está lá por volta dos seus três, a cinco anos, descobrindo o próprio corpo, percebendo que tocar no próprio pênis proporciona prazer, e, passa a brincar com o mesmo, fazendo com que muitos pais e mães, ao virem a criança brincando com o pênis, digam para ela não fazer aquilo, porque se fizer, irão cortar-lhe o pênis. Em outras palavras, eles irão castrá-la. Então isso leva, de acordo com Freud; conforme as observações que o Freud fez, que isso leva os meninos a sentirem medo de serem castrado. Foi isso que o Fred chamou de complexo de castração. Mas o termo castração tem um significado mais amplo na psicanálise. Considerando a importância do pênis para os homens, considerando a importância do órgão sexual masculino para os homens. O que o termo castração, com o passar do tempo, passou a designar na psicanálise?  Passou a designar, a perda de coisas que são muito importantes. Nós passamos no decorrer do tempo na psicanálise, e na história da psicanálise, a falar que todos nós somos convocados pela vida a fazermos castrações, a renunciarmos as coisas que são muito importantes para nós, em troca de muitas outras coisas que também, são   importantes. É nesse sentido, por exemplo, que a senhora Françoise Dolto, uma psicanalista Lacaniana, vai falar de castrações simbolêmica. A vida nos convoca, por exemplo, a renunciar, a abdicar, dos seios das nossas mães. Isso mesmo! No início da vida, os seios das nossas mães são coisas importantíssimas para nós. Tão importantes, que a gente se confunde com eles. A gente acha que eles fazem parte de nós mesmos. Que nós, e eles, somos uma coisa só. O seio materno é o nosso primeiro objeto de satisfação. Ele é muito importante; mas, nós temos que prescindir dele. Nós não podemos ficar mamando para o resto da vida, e isso acontece porque a gente precisa se afastar da mãe para ganhar autonomia, independência, para usar a boca para falar; ou seja, usar a boca para fazer outras coisas. É nesse sentido, por exemplo, que a Françoise Dolto, fala de castração simbolêmica.