DE DIABÉTICO PARA DIABÉTICO: QUAL A RAZÃO DE TRATAMENTOS E MEDICAMENTOS DIFERENTES PARA TRATAMENTO DE DIABÉTICOS TIPO 2?

O título desta mensagem, tirado da dúvida de um membro de um grupo de diabéticos do qual faço parte no Facebook, aborda uma questão fundamental no tratamento da diabetes: se todos somos diabéticos tipo 2, por que os remédios prescritos podem variar tanto de uma pessoa para outra? A resposta a essa pergunta envolve uma compreensão mais aprofundada da natureza complexa e multifacetada da diabetes tipo 2, bem como das individualidades de cada paciente.

Entendendo a Diabetes Tipo 2

A diabetes tipo 2 é uma condição crônica que afeta a maneira como o corpo metaboliza a glicose, um tipo de açúcar que é a principal fonte de energia do corpo. Diferentemente da diabetes tipo 1, em que há uma produção insuficiente de insulina devido à destruição autoimune das células beta do pâncreas, na diabetes tipo 2, o corpo ainda produz insulina. No entanto, as células tornam-se resistentes à ação da insulina, ou o pâncreas é incapaz de produzir insulina suficiente para manter os níveis normais de glicose no sangue.

Por Que os Tratamentos Variam?

1. Resistência à Insulina e Função Beta-pancreática: A severidade da resistência à insulina e a capacidade do pâncreas de produzir insulina variam significativamente entre os indivíduos. Alguns podem precisar de medicamentos que aumentam a sensibilidade das células à insulina, enquanto outros podem precisar de medicamentos que estimulam o pâncreas a produzir mais insulina.

2. Presença de Comorbidades (outras doenças): Muitos diabéticos tipo 2 têm outras condições de saúde, como hipertensão arterial, colesterol alto ou obesidade. Essas condições podem exigir tratamentos específicos que influenciam a escolha dos medicamentos para diabetes.

3. Efeitos Colaterais e Tolerabilidade: Cada paciente pode reagir de maneira diferente aos medicamentos, tanto em termos de eficácia quanto de efeitos colaterais. A escolha do medicamento leva em consideração essas diferenças individuais para garantir o melhor resultado possível com o mínimo de desconforto.

4. Estágio da Doença: A progressão da diabetes tipo 2 pode variar, e o tratamento pode precisar ser ajustado ao longo do tempo. Inicialmente, alguns pacientes podem gerenciar sua condição com mudanças no estilo de vida e medicamentos orais, mas eventualmente, alguns podem precisar de injeções de insulina.

5. Preferências do Paciente e Adesão ao Tratamento: Diferenças individuais: Além da resistência à insulina e da capacidade do pâncreas de produzir insulina, outros fatores, como peso, estilo de vida, presença de outras condições de saúde e até mesmo a genética, podem influenciar a maneira como o diabetes tipo 2 se manifesta em cada pessoa.

POR ISSO, POR CAUSA DESSAS DIFERENÇAS, O TRATAMENTO PARA O DIABETES TIPO 2 PRECISA SER PERSONALIZADO, VARIA DE PESSOA PARA PESSOA. ALGUNS PODEM PRECISAR DE MEDICAMENTOS QUE AJUDEM A AUMENTAR A SENSIBILIDADE DAS CÉLULAS À INSULINA, TORNANDO MAIS FÁCIL PARA A INSULINA ABRIR AS "PORTAS" DAS CÉLULAS PARA QUE A GLICOSE POSSA ENTRAR. OUTROS PODEM PRECISAR DE MEDICAMENTOS QUE ESTIMULEM O PÂNCREAS A PRODUZIR MAIS INSULINA. E AINDA HÁ AQUELES QUE PODEM PRECISAR DE UMA COMBINAÇÃO DE MEDICAMENTOS PARA ABORDAR AMBOS OS PROBLEMAS. Estou estudando no presente momento, sobre os efeitos colaterais dos medicamentos que, como a Glicazida, estimulam o pâncreas e produzir insulina. Houve algumas manifestações negativas sobre esse tipo de medicamento, numa outra postagem minha. Ficando pronto, divido aqui.

Em resumo, embora todos tenham diabetes tipo 2, as diferenças na resistência à insulina, na capacidade do pâncreas de produzir insulina e em outros fatores individuais significam que o tratamento precisa ser ajustado para atender às necessidades específicas de cada pessoa. É por isso que o acompanhamento médico regular é essencial para monitorar a condição e ajustar o tratamento conforme necessário, garantindo que cada pessoa receba o cuidado mais adequado para seu caso específico.

Espero que essa explicação tenha ficado clara para todos do grupo. Lembre-se que essas informações não substituem as orientações do seu médico. Se tiver mais dúvidas, não deixe de perguntar a ele.

Adriano Espíndola Cavalheiro, Advogado, escritor, poeta, ativista político e diabético