SDM - Sexo, Drogas e Música

O título pode até remeter a sadomasochismo. Mas não tem nada a ver. Poderia referir-se de fato à relação entre as duas condutas (Sade e Masoch). Na medida em que, de certa forma, uma implica na outra. Só que não se tratam de dois elementos, e sim três: sexo, drogas e música. Explico:

O consumo de drogas anda tão disseminado, sistematizado e enraizado, sobretudo entre os jovens, que nos parece ridícula, anacrônica, antinatural e ineficaz qualquer tentativa de proibição, conduta repressiva ou condenação ao seu uso. Face aos seus afazeres profissionais e/ou domésticos, hoje os mais velhos podem passar anos sem perceber que seus filhos e netos já vinham usando maconha ou cocaína, desde os quinze anos, até entrarem para o banco ou passarem no concurso para promotor. Há alguns anos foi publicado um livro de grande sucesso – “Eu, Christiane F., 13 anos, drogada e prostituída” – em que esse aspecto era focalizado. Mãe e filha conviviam sob o mesmo teto sem que a primeira pudesse desconfiar que sua filha já vinha se drogando há algum tempo.

Não se pretende aqui fazer a defesa ou apologia do consumo de drogas. Mas questionar a sua simples proibição ou, antes, a forma como ela é feita. De que adianta o delegado prender um garoto de 13 anos, porque fumava maconha com uns amigos antes da pelada das 5 da tarde – e depois ter de libertá-lo em função da idade –, se esse mesmo delegado estará presente no dia seguinte na festa de uma socialite, ou na casa de um desses senadores da República ou de um desses altos funcionários de um conglomerado bancário internacional, etc., onde encontrará um empregado servindo cocaína em bandeja de prata com os apropriados canudinhos? Sob os olhares intrigantes e inocentes da favelada que eventualmente integra a equipe do buffet? Será que ele iria prender também todos os figurões de classe média alta que ali se encontrassem?

É possível que seja muito mais útil um programa de esclarecimento e disseminação de informações sobre todos os males que os diferentes tipos de droga podem provocar aos seus usuários. Um programa capaz de dotar o indivíduo dos recursos necessários à realização da sua autodefesa. Nesse programa estando incluída a abordagem relativa ao uso moderado da droga, até que ela possa se tornar facultativa ou desnecessária à vida da pessoa. Isto é, sabendo usar..., não vai fazer mal. A exemplo dos que bebem socialmente. Sabemos que o álcool é também uma droga com capacidade de, a médio ou longo prazo, trazer os mesmos problemas que todas as outras drogas trazem à saúde das pessoas, inclusive a morte, assim como tornar inviável a nossa vida profissional e afetiva. E nem por isso deixamos de fazer uso (desde que moderado) do nosso whiskey, da nossa caipirinha e muito menos da nossa cerveja. Que assim seja!

Trata-se de questão que encontra paralelo na conduta sexual. É cada vez maior o número de adeptos ao homossexualismo. Aparentemente com acentuada superioridade entre os homens que preferem relacionar-se com outros homens. Nesse caso, contudo, a sociedade percebe claramente, à exceção da Igreja, cada vez mais equivocada e reincidente em seus descaminhos (apesar de os leigos sermos nós), a sociedade percebe que a tolerância, a convivência e até o favorecimento são condutas muito mais aceitáveis que a simples discriminação ou rejeição/repressão dos tempos antigos, nos moldes medievais das ações praticadas pelos deploráveis skin-heads ou dos agrupamentos faschista-porcochauvinistas que ainda existem por aí.

Como ignorarmos produções intelectuais de alto nível, seja na medicina, na advocacia, nas atividades artísticas em geral e em outras áreas só porque seus autores são declaradamente homossexuais? Quer dizer que se Cazuza não tivesse sido o expressivo poeta, cantor e compositor que foi não deveria ser lembrado? E que se Vinícius por acaso tivesse tido alguma inclinação homossexual deveríamos esquecer de seus belíssimos poemas?

Quanto à música, torna-se cada vez mais claro que tudo deve acabar em samba, rock an’ roll, rumba, hip-hop, etc., ou nas belas sonatas, opus não sei que número ou composições da eterna música clássica dos grandes mestres, alguns com reconhecida tendência homossexual. Com a palavra “O Lago dos Cisnes”.

Nota: sobre o livro referido no texto (“Eu, Christiane F., 13 anos, drogada e prostituída”), recomendo o acesso ao site www.bompraler.blogspot.com onde há excelentes referências à obra sob a data de “segunda-feira, 14 de janeiro de 2008”.

Aluizio Rezende
Enviado por Aluizio Rezende em 04/07/2010
Reeditado em 05/07/2010
Código do texto: T2357194
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