INJUSTIÇAS
Elas sempre nos causam um sentimento de revolta.O desespero e a insegurança vêm juntos.
Mas,na maioria dos acontecimentos em que  a  injustiça se faz presente ,se procurarmos bem,a raiz está o medo.
Foi assim nesse triste acontecimento da morte do brasileiro Jean Charles de Menezes,em Londres,há cinco anos passados.
Uma população amedrontada , atingida no coração pelos atentados terroristas no centro da sua Capital   ,aciona uma polícia temerosa,pois,é responsável pela segurança dos seus cidadãos.E falhou, lindamente.
Certa das suas limitações e erros crassos o jeito é procurar culpados.
Os londrinos querem a cabeça de alguém;e querem para ontem.Vamos satisfazê-los.
Assim começa a corrida de ratos pelos locais públicos,uma desordenada caça às bruxas que culminou na maior das injustiças e no crime mais bárbaro:a morte de um inocente,o brasileiro Jean Charles,apenas um trabalhador que saiu do seu pais em busca de uma vida melhor.
Acidentes de percurso, efeitos colaterais,dizem os notórios ceifadores de vidas humanas,os ingleses,os americanos,os sionistas.Todos afeitos à genocídios injustificáveis contra populações que contrariem seus interesses ou contra países que tenham riquezas cobiçadas por eles.
Um jovem brasileiro, terceiromundista e pobre!? Ora, é só um detalhe!
Enquanto o pretenso terrorista descansava em outro pais,rindo dos assassinos de Ian Blair,esse jovem pagava por um crime que não cometeu nem nunca pensou cometer.
E ,retorno ao tema inicial;o que desencadeou tal situação? O medo.
Não fossem os ingleses colonialistas ferrenhos,não tivessem eles,pianinhos,aprovado e participado de outra tremenda injustiça,a invasão do Iraque –sangue por petróleo – talvez os terroristas nunca tivessem aprontado em Londres e esta população pudesse sentar tranqüila no  Hyde Parks  e ler seu jornal preferido.Quem semeia ventos colhe tempestades,diz o adágio popular.
A tempestade chegou e os ventos da desgraça colheram... um brasileiro.
Jean Charles,só!
Miriam de Sales Oliveira
Enviado por Miriam de Sales Oliveira em 22/07/2010
Código do texto: T2392511
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