SÃO PAULO FORA DE CONTROLE

Antes de mais nada aqui deixo claro que amo a a minha cidade e esta é a razão pela qual escrevo.

Não é de hoje que o problema social de Sampa e da grande São Paulo nos grita aos olhos.

Eles são muitos, desde a superpopulação da megalópole com o seu impressionante crescimento desordenado, bem como todos os problemas infraestruturais que dele advêm.

Violência urbana, trânsito, poluição são os mais antigos e já nos tornaram lugares comuns, e decerto não somos a única cidade deste mundo a enfrentá-los.

Mas algo é mais assustador ainda: o contingente de pessoas que se tornaram habitantes das ruas nos últimos anos, com toda a sorte de desgraças que do fato brotam é dum volume incalculável.

Nesta semana, uma reportagem muito bem feita pela "telinha", nos mostrou a séria problemática da droga que permeia a realidade das pessoas que vagueiam nas ruas, realidade que se alastra de forma epidêmica em meio aos olhos do poder público e das demais autoridades.

É claro que tal problema é mais velho que andar para frente, e não é de hoje que visualizamos em vários pontos conhecidos da cidade o problema das drogas, e em especial do craque, a pior delas.

As "cracolãndias" se disseminaram pela cidade...à luz do dia, aos olhos de qualquer um de nós, e a cada dia ganham novos endereços.

Eu mesma já perdi a antena do meu carro para os cachimbos do craque, em pleno centro da cidade, mais precisamente na avenida Tiradentes, e tal fato já ocorreu há um bom tempo atrás.

Porém agora, próximo ao mais novo endereço dos estúdios da Rede Globo de Televisão, ali próximo ao nosso postal da ponte estaiada, de fato, a coisa está muito feia, e logicamente chamou a atenção dos repórteres que passam por ali.

Num endereço como aquele, em meio a um "bum imobiliário" de primeiro mundo, decerto que tal situação incomode a muitos e penso que foi assim que ganhou os holofotes da tela hegemônica, porque repito,o problema é muito, muito antigo, e não está apenas restrito àquela área.

E para tal, perdeu-se totalmente o controle, não é difícil se chegar à triste conclusão, e julgo quase impossível se combater o problema depois que se deu tamanho espaço para que entre nós se instalasse.

Talvez rever a legislação da drogadição seja um bom começo, posto que entendo que quem recebe droga à luz do dia aos olhos duma sociedade tão omissa também faz um tipo de receptação de produto ilícito, embora sejam considerados doentes drogaditos e necessitem de muita ajuda. Enfim, difícil a situação e a reversão da tal mazela que vemos todos os dias.

Porém, nítido parece que o ESTADO não tem pernas para socorrer a todos e conter a progressão da "doença social".

De fato, muito triste a nossa situação de megalópole, uma Sampa totalmente fora do controle para esse e para tantos outros problemas sociais que se avolumam com os anos e com os governos que se sucedem.

Fica difícil acreditar que melhoramos no IDH com tanta doença social espalhada pelas avenidas da vida da maior cidade do país, cidade que teoricamente teria todos os recursos para controlar e sanar os seus problemas. O que se pensar do restante do país?

Só acredita em melhora quem se nega a enxergar, porque por aqui só um grande milagre para conter toda a resultante do nosso desenfreado crescimento, a sombra da negligência de quem deveria ao menos cuidar.