O dilema da pena de morte no mundo.

A expressão “Pena de morte” é, de fato, uma chamada carente de interpretações que a sustentem na sua forma implícita de um conteúdo de mensagens invisíveis. As aves, com toda sua plenitude de liberdade e cores, dependem de suas penas para se completarem; A pena registrou a história da humanidade através do seu simples metal; A pena da bigorna que afiou espadas e formatou o ferro através de golpes superaquecidos; A pena como castigo, condenação, punição, ou como lástima e sentimentos de piedade. É, portanto, um poço formado por signos lingüísticos, de onde se tiram uma complexa análise acerca de seu conteúdo subjetivo e crítico em todo o mundo.

Há países em diferentes regiões do planeta que implantaram a expressão, seguida de uma ação imediata, dentro de um contexto constitucional ou religioso, que tratam de julgar os ditos crimes humanos, praticados em quaisquer circunstâncias. Há outros, talvez dotados de pequena parcela de discrição, que realizam seus julgamentos com certo equilíbrio científico .

Na verdade, tanto estes últimos como os citados anteriormente, fogem a uma maior responsabilidade, ou antes, fogem de um significado mais lógico que também emana do mesmo poço: O significado da não verdade sobre o significado do tema.

A lei do “olho por olho, dente por dente”, traduzida em “ fazer justiça com as próprias mãos”, não segue um método universal perfeito para ser realizada. E realizar seria a verdadeira solução?

Há alguns anos, um homem foi condenado à prisão perpétua nos Estados Unidos, depois de ter assassinado uma senhora que bateu em sua cara, por ele ter urinado em seu portão. Sabe-se, porém, que o comportamento agressivo do indivíduo foi devido a uma enorme carga de acetilcolina lançada no cérebro e não retirada pela substância colinesterase, envenenada por um organo fosfato de pesticida. Ele matou no escuro de sua perturbação e foi condenado à pena de morte contínua, que é a prisão perpétua.

Por outro lado, existem os monstros sociais, incorporados nos estupradores, pistoleiros, drogados, com perturbação mental, má índole, condição social ou maldição da alma.

Por perturbação mental o homem mata, por causa de uma personalidade desgraçada dos tempos de outrora, ocasionada pela sociedade, o homem mata, por uma agressividade inerente ao ser humano, desde os tempos tribais, o homem mata. Deve, por isto, o homem pagar com sua própria vida? A expressão “ pena de morte”, regida da mensagem Universal que se quer transmitir acha que sim. Que ele deve pagar com sua própria vida.

A alavanca que guilhotinava ou mesmo o botão que liga a cadeira elétrica é acionado por um indivíduo, que também é um assassino não contemplado na lei.

Se alguém, na tentativa de preservar sua vida, consegue eliminar em legítima defesa um assaltante, não deixará, mais tarde, de constatar: “ Ele era um homo sapiens, aquele capaz de adquirir cultura, aprender novos hábitos, mudar comportamentos, elevar-se espiritualmente e ser verdadeiramente humano. “ Estaria esta pessoa, na ânsia de preservar aquilo que considera acima de qualquer suspeita, que é a sua própria vida, assassinando qualquer oportunidade desse ladrão de se tornar um homem verdadeiro? E hoje, assassinando este homem, falso artificialmente, não seria este alguém também um assassino? E tendo matado para não morrer, devia este alguém ser condenado?

Vemos a grande arbitrariedade que surge entre as interpretações da mensagem adquirida na expressão pena de morte, e calculamos que todos nós somos um pouco assassinos e inocentes ao mesmo tempo.

O Brasil sempre discutiu a sua interpretação desta expressão, e logo, pressionado por escolhas ilógicas de países politicamente, economicamente e socialmente ditos superiores, pode optar por esta lei. Mesmo porque, sua atuação no campo da educação não é capaz de formar mentes questionadoras, salvos os que buscam desvendar o mundo com suas próprias mãos. E perguntando à estes que buscam desvendar o mundo com suas próprias mãos, talvez ouçamos a seguinte resposta: ... Não temos condições políticas, culturais, históricas, comportamentais, éticas, científicas ou mesmo espirituais, de tomarmos alguma decisão em apoiar ou não a pena de morte, contra certos crimes cometidos pelos seres humanos contra seres humanos...

Mesmo porque, o País não sustenta a ideia de recuperação das personalidades desgraçadas, dando-lhes estímulos psicológicos positivos, trabalho e oportunidade de reconstrução interior. E também, e principalmente, pessoas do poder nos matam a cada dia e se matam entre si, pela implantação dessa lei, valendo-se da comunicação sedutora, relacionada ao bem estar, para galgarem mais prestígio e poder, que por si só, nunca são condenados.

Lutemos então, através da pouca expressão que nos resta, para alcançar a escolha mais sábia da percepção humana, e rezemos ou oremos junto ao Divino, que são as inspirações mais humanas dos humanos, que jamais precisemos matar ou morrer; Que jamais tenhamos de ver nosso irmão ser morto por um indivíduo que não comporta o mínimo de diferença em relação a ele, porque são fisicamente iguais, porque são psicologicamente cercados pelas mesmas ciladas humanas. E porque conseguem ver juntos, a harmonia que existe nas coisas do mundo, e sabem, e participam deste mistério a cada dia, através das gerações e da história do homem. E quanto à sua própria alma? Esta guarda segredos que nenhuma lei deste mundo pode julgar ou estabelecer métrica. “ Aquele que não tem pecado que atire a primeira pedra” ( Jesus Cristo ). E muitos querem atirar não uma, mas várias pedras que fatalmente, levarão alguém à morte, pela pena de apedrejamento!

Antonio Marques de O Santos
Enviado por Antonio Marques de O Santos em 13/01/2011
Reeditado em 28/11/2013
Código do texto: T2726149
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