A REVOLUÇÃO DOS VALORES

Muitos conhecem pessoas que sempre tiveram orgulho de fazer aquilo que seus pais e mestres orientavam. Ir prá escola, não chegar atrasado, não colar, estudar, praticar esportes etc. Zelar por sua imagem e construir uma postura ilibada. Trabalhar em prol dos outros e de si mesmo, assim como praticar a solidariedade e o altruísmo.

O tempo passou e essas pessoas continuam operando naqueles velhos (será?) valores. Porém, é fácil perceber uma profunda mágoa nelas. Parece que há um sentimento misto de enganação e ódio. Enganação porque elas, ao perceberem as ações humanas no cotidiano, são invadidas por algo traiçoeiro... As pessoas pouco se importam com os seus valores, pouco se interessam pelo caminho certo. Para as modernas pessoas, o caminho mais curto e lucrativo é aquele que leva aos prazeres rápidos e descartáveis. Caráter é coisa de careta, inflexível e pouco inteligente. Modernos riem dos valores antigos. Há valores antigos?

O ódio aparece quando precisam materialmente de algo. Dinheiro pra tratar de doenças (delas ou na família), desfrutar de uma aposentadoria digna, ajudar os filhos e parentes etc. É um ódio contido, pois onde reside o seu objeto? É difuso, ensombreado e aniquilador. A quem culpar? Como culpar?

Só uma pessoa parece ter a culpa: você próprio. Essa conclusão gera mais rancor e desequilíbrio orgânico e mental. As pessoas vão morrendo mais rapidamente, com mais doenças, mais conflitos.

Os idosos avançam e o contingente de necessitados aumenta. As pessoas, com o passar do tempo, vão entendendo que o planeta não é só dos ricos nem dos maus políticos, gestores, autoridades e patrões. Há uma revolução em curso. As informações trafegam velozmente e as pessoas passaram a conhecer os meandros das negociatas e esquemas que envolvem o dinheiro público e o ludibriar da boa-fé dos cidadãos.

Inimaginável pensar que Egito, Líbia e Tunísia fariam o que fizeram e estão realizando. Há uma inquietação no ar. Lógico que sempre houve e haverá exploração do homem pelo homem, Hobbes já afirmava isso. No entanto, o que mudou foi a forma de perceber o mundo. O conhecimento, antes restrito aos integrantes da Igreja, da nobreza e aos cientistas/pesquisadores, passou – paulatinamente – a ser absorvido, como informação e aplicação, para uma camada enorme de habitantes da Terra.

Há uma grande Revolução no ar. Nem sei como ela se chamará. Talvez tecnológica, informacional, telemática ou qualquer um desses neologismos da nova era.

Atentem para a ebulição social do oriente médio e para a transformação da Ásia. Agora, o mundo de lá, o Oriente, evidencia-se. O que surgirá? Quais serão os benefícios societários? A que preço social?

Futurologia nada resolve para os comuns, somente para gênios como Júlio Verne, Leonardo da Vinci e outros visionários de mente e espíritos avançados.

Não entrem em desespero pelo apego aos velhos valores. O que há são valores, nem velhos nem novos. Eles sobreviverão e transformarão o mundo mais uma vez. Mais meditação, relaxamento, oração e trabalho. Menos consumismo, poder e esperteza. O planeta tem a sua própria velocidade e freqüência... Não tem como artificializá-las.

Com os humanos as alterações são possíveis, mas acaba-se por destruir a própria essência do homem, o que leva às desconstruções do tecido social e endereça ao caos político e natural.

Deixem a humanidade ser humana... Ainda.

Afonso Fariasjr – PhD

Professor e Administrador

AFFARI SOJUN
Enviado por AFFARI SOJUN em 02/03/2011
Reeditado em 04/03/2011
Código do texto: T2825283
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2011. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.