Abandono no Exterior

Eu sempre vi com enorme simpatia uma nação chamada Israel, pela conduta de seu governo quando um de seus cidadãos cai em infortúnio ou é vítima de agressão em um país estranho, já vi casos daquela nação empenhar seu serviço secreto o respeitadíssimo MOSSAD para desvendar com ou sem a colaboração do país do agressor, o que realmente aconteceu. “Isto lembra, talvez numa alusão chula, ao ditado” Gato escaldado... ”porque Israel não é senão o símbolo maior de todo o sofrimento na segunda guerra mundial, seu povo foi massacrado, e resignado aprendeu que a força vem da alma de quem soma experiências, na alegria ou na tristeza e estes aprenderam da pior forma que um ser humano pode aprender, na própria carne, na dor de ser uma nação sem pátria, esquecida e abandonada por todo o mundo, nas latrinas e câmaras de gás dos campos de concentração, e talvez esteja aí o valor inestimável que dão aos seus cidadãos, onde cada um vê no outro concidadão, um irmão de fé, sob a estrela de Davi, seu baluarte em todas as batalhas.
Isto posto, não acho necessário mencionar que o Brasil não poderia assemelhar-se ao país dos judeus, não teve um histórico de batalhas em sua caminhada, a participação apesar de significativa na segunda guerra não obteve as marcas deixadas na história daquele povo, cresceu e desenvolveu-se longe da belicosidade de vizinhos que fizeram-se inimigos desde tempos imemoriais.
Se por um lado há sempre um motivo para a defesa de seus cidadãos em Israel e em alguns outros países, no Brasil a frieza de seus governantes, causa idiossincrasia, não preciso nominar casos, bem os sabem todos quantos são, digo apenas que não sofrem
atentados aos direitos humanos os brasileiros só em países estrangeiros, como sofreu Jean Charles, morto em Londres, num assassinato exibido ao mundo ou da jovem Jeniffer Viturino, que supostamente tenha se suicidado ao atirar-se do alto de um edifício em Portugal, quando todos os indícios apontam para homicídio, é revoltante pensar que a ingerência do Brasil é zero, para defender seus cidadãos, que lá os donos do país fazem tudo para culpar os estrangeiros, como se animais fossem a invadir suas invernadas.
Não adianta bradar ao mundo que se defende os direitos humanos no Brasil e fora dele, quando atos seriam bem mais aproveitáveis que palavras, mas o que esperar de um país que tem governantes, que aconselham seus cidadãos a saírem por seus meios próprios de uma área castigada por terremoto, tsunami e desastre radiativo? Como foi o caso do Japão e da guerra civil , no caso da Líbia?
Ou que permite que um estrangeiro venha dentro do Brasil pegar sem nenhuma resistência um brasileiro que daqui não queria sair, como foi o caso do menino Sean, apesar de ser filho do americano.
Não é de se admirar, pois se viu o juiz brasileiro aos brados, interrogar os pilotos responsáveis por ter derrubado com seu jato legacy o avião da TAM, eles lá nos EUA e o juiz, coitado aqui no Brasil. Este juiz deve saber que estes pilotos deveriam ficar detidos no Brasil até o final das investigações, e não agora tentar culpá-los. Seu país, os EUA, jamais deixarão um de seus cidadãos serem julgados no Brasil, nunca.
Há presos brasileiros, no México, Argentina, EUA, França, Espanha, Paraguai e em diversos países asiáticos e árabes esquecidos, verdadeiros “Expressos da meia noite”, onde os prisioneiros esquecem que tem pátria, enojam-se do governo que tem, e em pouco tempo resignam-se em ter para consigo a idéia de que o país colorido, do
samba, do futebol, das pessoas bonitas, o seu país é também um país feito covarde por seus governantes.
A voz ativa que o Brasil, pede na ONU, é de se pensar se estaria mesmo a sua altura, um país que não decide nem os seus destinos e de seus cidadãos, que não se impõem como nação respeitada. Acho prudente esquecer estes pedidos contraditórios.
E para finalizar acho que De Gaulle, foi extremamente feliz ao dizer que o Brasil “Não é um país sério...” e que Giorgio Napolitano, presidente italiano, disse sobre a proteção de Lula para o criminoso Césare Battisti, condenado na Itália por terrorismo: “...É um motivo de amargura e desilusão para o povo italiano...”, referindo-se ao matador que fugiu da Itália para o Brasil, e que recebeu do governo brasileiro proteção como nenhum brasileiro recebeu de seu próprio governo quando o destino os colocou em dificuldade no exterior.

Malgaxe
 
Malgaxe
Enviado por Malgaxe em 12/04/2011
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