DOS FUNDAMENTALISMOS SEM FUNDAMENTOS:

Hoje, dois de maio de dois mil e onze, os Estados Unidos da América do Norte, através da surpreendente fala do seu Presidente Obama via rede televisiva, anunciaram ao mundo a execução do terrorista Osama Bin Laden, o homem mais procurado do mundo, mentor do horripilante atentado terrorista do "Onze de Setembro", aquele que em dois mil e um derrubou as torres gêmeas do World Trade Center.

Ato que se nossos olhos não vissem, nem o coração mais gélido do mundo acreditaria que pudesse ser arquitetado e realizado.

O Presidente Obama conclui ao mundo que a execução de Osama foi um ato de Justiça.

É certo que ninguém discute e repudiamos em uníssono o caráter demoníaco dos atentados terroristas, em especial o do "Onze de Setembro" aonde faleceram mais de três mil civis inocentes, porém, também é fato que o episódio de assassinato do líder da Al Qaeda abre um precedente de violência assustador para o mundo todo.

Ou não?

Fico aqui a pensar o quanto um líder duma Nação tem de responsabilidade para nortear questões sócio-políticas tão delicadas quanto esta do terrorismo internacional, aliás, que agora se apresenta não apenas aos limites do " Oriente Médio versus Estados Unidos Da América", como também ao mundo que se diz globalizado.

Triste é perceber que, quase que por inércia, também globalizamos as causas políticas prioritárias das Nações que detêm o poder de mando e de controle deste mundo.

Neste mesmo mundo aonde não há como se confundir com a paisagem política.

Há vários tipos de fundamentalismos e não há como negar que todos eles ferem a capacidade de discernimento do Seres Humanos nos colocando numa escala de seres primitivos e perigosos. Mesmo aos que se julgam tão diferenciados na História.

O fundamentalismo genérico nunca é fundamentado em valores reais, apenas nas fantasiosas crenças ideológicas que colocam em risco toda a Humanidade.

Assim sendo, é mais que óbvio que a execução de Bin Laden acirrará os ânimos políticos entre ocidente e oriente e a fatura ao mundo logo logo nos será apresentada. Quem viver verá.

Quantos inocentes pagarão o alto preço da tal justiça Americana?

Em pleno século vinte e um parece que voltamos à antiguidade aonde prevalecia a lei de Talião..."olho por olho, dente por dente" ( código de Hamurabi, em 1780 a.C., no reino da Babilônia).

A guerra Santa sempre pontuou a História da Humanidade e parece que apesar do progresso e do enorme avanço da ciência moderna nós, "seres humanos", muito pouco evoluímos na nossa tão pobre essência.

Nossos deuses e nossos ídolos ainda sedimentam as montanhas que nos separam dos tantos iguais Homens e de Deus.

Tudo, absolutamente tudo... é mera vaidade, o mortífero veneno que nos corrói.

Foi-se apenas um homem, porém sua essência mais enraivecida...continua a nos assombrar.