MERCADO DE TRABALHO - UNIÃO DE PROFISSIONAIS DA ÁREA TECNOLÓGICA

Profissionais da área tecnológica unidos para o fortalecimento da categoria e a construção de um País moderno e autossustentável

“É preciso que haja união de todos os profissionais da área tecnológica”, aponta Wilson Wanderlei Vieira. A afirmação do presidente do SINTEC-SP – Sindicato dos Técnicos Industriais de Nível Médio do Estado de São Paulo é mais do que justificável; afinal, tal qual uma certeza matemática a união faz a força. A três anos da realização da Copa do Mundo e a cinco dos Jogos Olímpicos, eventos que requerem muitos investimentos em infraestrutura dentro e fora das praças de esporte, a falta de mão-de-obra qualificada na área tecnológica chega a ser quase um problema crônico. Assim, empresas de pequeno, médio e grande porte têm tomado a dianteira e estabelecido parcerias com instituições de ensino públicas e privadas com o propósito de oferecer a seus funcionários cursos de aprendizagem e capacitação profissional.

Uma das preocupações dos envolvidos, principalmente de representantes sindicais e entidades de classes, é o que pode se chamar de “internacionalização da força de trabalho”. Ou seja: diante da eminente carência de profissionais especializados para suprir a demanda de trabalho interna, é bem provável que num futuro próximo muitas corporações sejam obrigadas a recorrer à mão-de-obra estrangeira. Se há bem pouco tempo esse quadro não passava de um paradoxo, hoje em dia a possibilidade é bem mais real do que possa parecer. “Espero que não cheguemos a esse ponto, mas se acontecer é importante que os profissionais estrangeiros não sejam tratados de maneira diferenciada”, adverte o presidente do SINTEC-SP, enaltecendo que os direitos e deveres devem ser inerentes a todos, sem qualquer privilégio. De acordo com o CONFEA – Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia, existe uma pressão para flexibilizar as leis de admissão de profissionais no mercado nacional. “São reivindicações que vêm principalmente da Espanha e de Portugal. Muitas empresas desejam aproveitar o bom momento, e gostariam de trazer profissionais locais para cá”, revela Marcos Túlio de Melo, presidente da entidade.

Uma das alternativas propostas por José Tadeu da Silva é “plantar” hoje para “colher” amanhã. Como? Segundo ele, o próprio CREA-SP – Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia do Estado de São Paulo tem desenvolvido um programa de estímulo aos recém-formados – o CREA-SP Jovem, que objetiva levá-los ao exterior para que sejam submetidos a treinamentos e capacitações profissionais de acordo com as necessidades das empresas. “Eles ficariam lá por um ou dois anos e retornariam para nos ajudar a atender nossa demanda interna”, explica o engenheiro.

Wilson Wanderlei Vieira

Presidente do SINTEC-SP defende e enaltece a importância da união dos profissionais da área tecnológica

O problema da carência de qualificação profissional para a área tecnológica parece longe de ser sanado; contudo, cabe a cada parte envolvida contribuir da melhor maneira possível – sindicatos, federações, confederações, governos, além dos próprios profissionais. É essa união de esforços que apregoa Wilson Wanderlei Vieira. Afinal, a construção de uma nação moderna e autossustentável depende da participação de todos os setores que compõem a sociedade. Para o SINTEC-SP, a integração e força conjunta também se fazem preponderantes para levar adiante a bandeira que traduz, em poucas mas significativas palavras, o lema da entidade: “Juntos, Somos mais Fortes!”.

O que a união dos profissionais da área tecnológica representa para o desenvolvimento do País?

Em primeiro lugar, eu quero salientar que as divergências entre os profissionais da área tecnológica quanto à preocupação sobre o mercado de trabalho tem diminuído a cada dia. É preciso que todos compreendam que não somos concorrentes, mas partes que se completam. Com muito trabalho e união, cada profissional poderá melhorar a atuação em sua área específica e, com isso, os resultados em equipe serão mais satisfatórios. E naturalmente que isso também acarretará em benefícios e melhorias salariais a todos. Resumindo: nossa união no trabalho só tem a contribuir para o desenvolvimento do nosso Brasil.

Em sua opinião, que medidas efetivas devem ser tomadas para suprir, em curto prazo, a falta de mão-de-obra especializada na área tecnológica?

Entendo que seja inevitável a entrada de profissionais estrangeiros para amenizar essa carência, mas nós temos que defender nossos empregos. Os profissionais que, eventualmente, vierem para cá também devem passar pelo processo de reconhecimento do diploma nos órgãos competentes. Devemos, ainda, intensificar nossas ações junto ao governo para que haja um substancial aumento nos cursos voltados para a área tecnológica; ou seja, para técnicos, tecnólogos, engenheiros, arquitetos, enfim... Também não podemos deixar de mencionar os agrônomos; afinal, devido à dimensão territorial e clima apropriado, o Brasil tem condições de produzir alimentos para o mundo inteiro.

Qual é o papel que os sindicatos, como o SINTEC-SP, devem desempenhar para melhorar esse quadro?

Nada melhor do que responder a essa pergunta citando o nosso lema: “Juntos, Somos mais Fortes!”. Os sindicatos e as entidades de classes devem continuar defendendo os interesses de suas respectivas categorias e profissionais filiados. E, como eu disse antes, devemos cobrar uma participação mais efetiva dos responsáveis, principalmente no que diz respeito à educação profissionalizante. Hoje, os cursos técnicos não conseguem dar conta da quantidade de vagas que vêm sendo criada; entretanto, com seriedade e um pouco mais de força de vontade dos órgãos competentes, nós podemos reverter essa situação e atender essa demanda num menor tempo possível.

Fonte: SINTEC-SP em Revista - Edição 150

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José Donizetti Morbidelli
Enviado por José Donizetti Morbidelli em 20/05/2011
Reeditado em 20/05/2011
Código do texto: T2982563
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