A QUÍMICA DA "DROGA-ADIÇÃO"

Hoje quero escrever sobre drogas e aqui me veio a ideia de chamá-los para a amplitude do meu tema logo ali na minha epígrafe com flagrante intenção dum subliminar trocadilho.

O termo "DROGADIÇÃO" é um vocábulo técnico que significa uma narcodependência, ou seja, uma dependência por produtos químicos nocivos à saúde. São muitos.

Droga mais adição, portanto, poderíamos num método mnemônico entendê-lo com a adição de algo que vicia num ser ou NUM MEIO...e que, infelizmente como qualquer vício, nos degrada enquanto pessoas e enquanto sociedade.

Porém aqui minha intenção vai além das químicas elementares da ciência biológica para extrapolar meu pensamento para alguns fenômenos sociais maquiavelicamente penetrantes e degradantes ao meio.

Por incrível que possa lhes parecer, eu , uma noveleira assumida, estou boquiaberta com a novela global INSENSATO CORAÇÃO.

Talvez meu texto saia pela culatra no sentido de chamar mais audiência, porém sinceramente, quiçá eu consiga ao menos implantar uma visão mais crítica do que ali se está infiltrando na sociedade, principalmente para a sua fração mais tenra, ainda em formação.

Sinceramente, até posso parecer falsa moralista, mas acreditem, não sou não.

E NÃO SOU PRECONCEITUOSA.

Apenas, ainda penso com lógica.

Já vivi o suficiente para saber separar o joio do trigo, embora lhes confesse, ainda me engano muito.

Há joios que são quase simbióticos aos trigos, mesmo aos olhos mais treinados.

Ali, em nome da indiscutível e defensável igualdade de condição entre todos os seres e pela abolição dos tantos abomináveis preconceitos sociais, não discuto o nobre mérito da causa, todavia, na realidade se corrompe de maneira nojenta todos os pétreos princípios éticos que rejem as relações humanas e nitidamente minando as famílias, bem como todas a ordem natural das coisas e dos seres.

Penso que posso escrever o que penso.

Estamos numa época, sempre digo, que é mister muita coragem para nadar contra a correntes da VANGUARDA que degrada. Aí sim, então nos atiram pedras, paradoxalmente em nome da liberdade de ação.

Cadê a liberdade do sentimento e do pensamento?

Se sou telespectadora, tenho o direito de sentir , pensar e opinar sobre a obra e suas mensagens ocultas.

Ou somos obrigados, por decreto global, a seguir as correntes?

Estou DECEPCIONADA.

Depois dum CLONE e dum "CAMINHO DAS ÍNDIAS" ou mesmo dum CORDEL ENCANTADO é lamentável perceber tanto retrocesso novelístico...em nome do IBOPE.

A sociedade de fato não é "santa", LONGE DISSO, e não seria eu a ser ingênua a esse ponto de absolvê-la no todo, porém a forma com a qual Gilberto Braga a discute é deveras irresponsável.

Enquanto escritores que somos, e decerto somos minimamente formadores de opinião, longe aqui de me comparar ao grande dramaturgo, longe disso, temos o dever implícito de zelar pelo foco atingido pelas setas das nossas cabeças.

Às vezes erramos, porém é preciso atenção.

Como já escrevi certa vez eu não discuto o ato da discussão, tampouco o cenário, discuto a forma, nesse caso, nada artística, extremamente apelativa.

Que triste, frente à enorme força social motriz que a televisão representa.

Portanto, ao caro leitor, sei que este meu artigo não será lido por muitos, porém aos poucos que o abrirem termino afirmando que há várias modalidades de DROGA ADIÇÃO, e saibam, para nenhuma delas se encontra o caminho de volta.

Que tragédia. Nossa televisão está seriamente doente...flagrantemente entorpecente, drogadita.