Vivendo e Aprendendo a Pensar

Não há futuro sem morte. Mas não precisa ter medo. Ou tornar-se refratário a esse raciocínio. Ao contrário, ao aproximar-se desse pensamento, como conseqüência você experimentará a oportunidade de dar maior valor ao presente.

De todo modo, diante de qualquer “verdade” pré-estabelecida ou de qualquer pensamento traduzido em palavras, é fundamental que tenhamos alguma opinião ou posição pessoal. Como seria fundamental observarmos as nossas reações diante do que escutamos, lemos ou vemos. Que deveriam estar desprendidas de conceitos pré-estabelecidos. Precisamos entender que enquanto existirmos, existirá também a nossa interioridade individual. E que a sua preservação dependerá de nós mesmos. Se não conseguirmos preservá-la, ficaremos ao sabor de pensamentos pré-concebidos, “feitos” pra nós. E até de ações que, à luz de um escrutínio mais cuidadoso, poderíamos deixar de perpetrar. Isto é, sem o crivo ou filtro da nossa interioridade individual, tudo já estaria construído pra gente. E não precisaríamos fazer mais nada.

Devem estar mais ou menos nessa situação as pessoas que se deixam conduzir por fanáticos pseudo-religiosos, de qualquer credo, ou por líderes que deturpam ideologias que poderiam efetivamente objetivar o bem comum.

“Ideologia, eu quero uma pra viver” (Cazuza), mas é preciso que se tenha pelo menos uma idéia daquilo em que ela se constitui. Sob pena de se tornar numa bandeira que estarei empunhando apenas porque todos o fazem.

Precisamos aprofundar e usufruir mais dessa potencialidade com que nascemos de discernir entre o claro e o escuro (desde que não sejamos daltônicos), entre o individual e o coletivo, entre uma árvore frondosa e outra não. Precisamos enfim aprender a pensar. O que está diretamente relacionado à nossa interioridade individual.

Não se encontram zumbis apenas em asilos de loucos – que esperamos não existirem mais – ou passeando por cemitérios depois da meia-noite. Podemos encontrá-los também em shoppings, atrás de uma felicidade momentânea produzida por artigos criados com essa finalidade. Ninguém precisa concordar com isso. Mas o que certamente não fará mal algum à gente é que a discordância, como a concordância, sejam fundamentadas.

Aluizio Rezende
Enviado por Aluizio Rezende em 28/07/2011
Reeditado em 28/07/2011
Código do texto: T3123595
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