bomba_atomica.jpg

A estrela  de Hiroxima

 
Nenhum brilho no céu dos humanos foi mais intenso do que aquela estrela na manhã clara de 6 de agosto de 1945. O som distante de um avião não chamou a atenção dos moradores, pois Hiroxima nunca fora atacada, não era corriqueira a presença de aviões naqueles céus, muito menos ataques decorrentes da guerra que havia terminado na Europa e que ali prosseguia por vontade dos comandantes japoneses.
Eram 08h15min min., o B52 que trouxera a bomba de Tinian, uma ilha tomada pelos americanos, foi lançada e a quase 600 metros do centro de Hiroxima produziu a mais luminosa e terrível luz que alguém poderia ter visto tão próximo a nosso planeta, esta bola de fogo saída das entranhas da bomba, foi o resultado da fissão nuclear do urânio e que nem seus criadores conheciam a fundo seu potencial.
Num primeiro momento a luz proporcionada, causa cegueira pela intensidade, depois o deslocamento do ar arrasa edifícios, pontes e vegetação, arremessa pessoas ao longe, num momento seguinte,
o calor de 4.000 graus Celsius vaporiza tudo de uma maneira singular, onde há líquido como nos seres humanos, ferve como água de dentro pra fora, carbonizando a parte externa, e em milionésimos de segundos, tudo está arrasado nesta combinação de calor e intenso furacão que tudo carbonifíca transformando em carvão e cinza.
Tendo vaga idéia do que significava aquele bombardeio, o comandante do B52 ao ver a explosão balbuciou aterrorizado:...Meu Deus o que fizemos...?
A incineração de corpos em suas habituais atividades marcou as calçadas, os muros e paredes que permaneceram de pé, com as silhuetas das pessoas vaporizadas, devido ao calor desintegrador liberado.
Os raios gama marcaram os sobreviventes na hora da explosão com a marca que lhes trariam o câncer, as doenças degenerativa, e a maldita herança para quem viesse nos anos subseqüentes, ao mundo, os herdeiros da bomba já vieram a este mundo, condenados.
O gigantesco cogumelo saído das lendas do juízo final aterrorizou pela sua forma ameaçadora, enquanto a bomba detonava, mostrava cores diversas, do amarelo ao violeta e vermelho, depois no silencio em que se ouvia apenas o crepitar dos incêndios e os gritos das vitimas, ele se espalhou pelo céu de Hiroxima, anoitecendo a manhã. Depois caiu em forma de chuva ácida, que muitos além de ter seu corpo molhado por ela, ainda beberam a água contaminada e com gosto de helium, apressando sua morte, ao degenerar num ponto critico órgãos internos, como fígado, estomago e intestino.
75.000 almas pereceram em Hiroxima, e mais uma mesma quantidade depois com a radiação através dos anos sem nunca ter havido um ser humano que realmente justificasse tal medida, já que penso que o genocídio praticado pelos americanos foi comparativo aos praticados pelos nazistas, guardadas as devidas proporções que não minimizam a culpa, que só o senhor dos tempos poderá julgar, já que o esmorecimento que até hoje nos comove, vendo aquelas cenas, nos faz apenas lamentar os resultados de uma guerra, onde não houve vencedores, quem perdeu foi a humanidade.

Que nunca mais haja espaço no planeta para que aquela estrela maldita brilhe e que nenhuma manhã seja semelhante aquela de Hiroxima, dia 6 de Agosto de 1945, e três dias depois numa proporção menor foi arrasada Nagazaki, somadas foram sacrificadas num balanço futuro, 250 mil vidas, no maior massacre de civis até hoje visto na historia do planeta azul, num tempo de escuridão para a humanidade e que nunca deve ser esquecido.
 
Malgaxe

Imagem: Goolge (ilustrativa)
Malgaxe
Enviado por Malgaxe em 29/07/2011
Reeditado em 29/07/2011
Código do texto: T3126817
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2011. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.