Estive observando a sociedade estes dias, coisa muito comum numa pessoa em extremo contemplativa como eu.
Ocorre que fiquei meio que atordoada quando deparei-me com a frase de Hobbes que diz: O homem é o lobo do homem.
Até aí nada de novidade, pois eu já conhecia esta frase e de início me choquei, contudo quando minhas ideias foram esclarendo-se, eu pude, digamos, concordar em muita (não em tudo) com a máxima de Hobbes.
A sociedade está por demais oprimida, refém de um sistema que não anda, engatou, ficou estática. Vimos mudança, mais mudanças, projetos disto, projeto daquilio, mas quando vamos peneirar, dar uma socolejada, não resta nada. Nenhuma mudança que nos faça brindar com um drinque da felicidade.
Findei por constatar, cá com meus pensamentos personalíssimos, que a sociedade está viva, mas morta interiormente.
Muita calma, vou te explicar minha assertiva:
O cidadão comum, a sociedade num cômputo geral, está coagida, assustada, refém de alguns personagens que nos tiram a tranquilidade. Vândalos que saqueiam mercados, que destroem telefones públicos, que atiram pedras nos coletivos.
Hoje mesmo, minha filha adolescente de 16 aninhos foi vitimada com uma pedrada de um grupo de vândalos que estavam torcendo por um determinado time. Era uma torcida 'organizada', diziam eles.
Que diacho de organização é essa?
Organizações que machucam vítimas inocentes? Organizações que deixam manchas eternas nas faces dos jovens em plena flor da idade? Que organizações são estas que destroem a telefonia pública, e, quando o cidadão comum, a sociedade, a massa, tenta usar um aparelho, tem que andar uns 3 quilômetros para conseguir encontrar um equipamento em pleno funcionamento?
Absurdo! Caos! Drama! Tristeza! Covardia

Me digam: - Cadê o sentido de educação do povo?
Como podemos mudar esta situação?
Devemos ficar calados, mudos, como mortos-vivos ou ousaremos abrir nossas goelas e dizer em alto e bom tom: - Precisamos mudar este sistema!
Depois de declararmos isto, teremos que arregassar as mangas e ir à luta, pois intenção sem ação, sempre termina em ilusão. Detesto espectativa vã. Tenho ojeriza de  coisas que não saem do papel. Procuro sempre fazer meu papel, desempenhando minhas funções com a mais acirrada produção, para depois deleitar-me dos objetivos alcançados. Suei, ralei, mas alcancei!!!

Já falei noutros textos que escrevi, que a vida sempre foi por demais dura para mim, mas olhando pelo prisma positivo, sabe que até foi uma boa? Pois é: Dessa forma, eu valorizo cada centavo que recebo, cada presente que sou agraciada, cada oportunidade que me é oferecida, cada chance de prevalecer sobre um enorme obstáculo! Obstáculos estes que parecem montanhas intransponíveis, no entanto, são apenas pérolas atiradas em nossa trajetória, onde mais cedo ou mais tarde servirão na construção de uma bela história de vida.

Voltando cá para a sociedade hodierna, precisamos fazer algo mais atraente para inverter valores. Precisamos sair da mesmice e mostrar a cara, falando o que está nos incomodando. No entanto, o que percebo hoje, são as pessoas amedrontadas com a repercussão de suas ações, temor de fugirem do trivial, do feijao com arroz, até porque, pensam elas: Se mudarem o 'cardápio', poderia lhes custar caro demais.

Viram o caso da juíza Acioly? 21 tiros tiraram a vida de uma forte mulher. Ela se foi, é fato, mas seu legado ficou. Ficaram suas sentenças, sua marca registrada de ousadia, coragem, braveza, destreza, firmeza e honra. Foi-se uma grande mulher, mas seus feitos ficaram para sempre.

A história não narra covardes que recuaram diante de grandes objeções, mas valentes como o legendário El Cid, que era capaz de humilhar reis  e dar de beber aos leprosos.
Onde estão os El Cid de hoje? A resposta logo me vem à mente: Mortos vivos do século XXI.

Sei que pouquíssimas pessoas lerão meus escritos até o final, afinal deve ser cansativo dar atenção a um fato tão sem graça como este. Falar de comportamentos humanos é até demodê. Discorrer sobre sociedade dos cidadãos mortos-vivos é por demais enfadonho, todavia, eu faço a minha parte, deixo meu rastro de diferença neste mundinho agressivo que somos habitantes.
Só não me rotulem de vadia, muito menos de vazia, pois sou bastante ocupada e preocupada com o que será  da humanidade em nossos próximos capítulos de vida.
Como será o amanhã?
Responda quem souber...