Mulheres modernas

MULHERES MODERNAS

A mulher moderna é o fruto híbrido de uma revolução anunciada. Ela sempre foi criada para ser “bonequinha de luxo”, bem vestida, maquiada com uma aparência impecável. Há meio século ela era preparada para ser a “rainha do lar”. Estudava até certo ponto, pois sua missão dentro de casa não exigia maiores vôos escolares. A jovem daquela época era jungida pela influência familiar, que se não escolhia seu futuro marido, traçava o perfil e procurava influenciar suas decisões. No campo das vestimentas, as mulheres de gerações passadas, embora elegantes não ousavam, ligadas a vetustos conceitos de moral e discrição.

Mas isto passou. Premida por séculos de opressão a mulher moderna se libertou, assumindo o papel de protagonista de sua própria história, como profissional, comunicadora, especialista em pesquisa científica, voltada para o exercício da cidadania e para o aprimoramento da vida política e dos direitos humanos. Por conta disto, hoje se vê as mulheres inseridas em todos os segmentos da vida nacional.

De outro lado, voltadas pela consolidação de seus direitos, muitas mulheres rejeitaram a idéia da “bonequinha de luxo” e hoje, com seu lugar consolidado na sociedade, elas parecem desprezar certos clichês do passado, tornando-se feias, desarrumadas e desligadas da aparência pessoal. Usa óculos mas não adota lentes de contato.

Eu vejo isto no meio universitário, nas ruas, nos restaurantes, nos locais públicos e privados. É difícil ver uma mulher dessa nova geração, que hoje tenha entre vinte e cinco e trinta e cinco anos vestida com aprumo. A maioria usa jeans, desbotado e amassado, camisetas t-shirt e sandálias tipo “rasteira” ou tênis. Vejo isto com tristeza, pois aprecio ver a beleza da mulher valorizada por uma moldura fashion. A mulher gaúcha, pela pele clara, nessas circunstâncias fica mais desbotada, perdendo, em muitos casos, o marido ou o parceiro, para concorrentes de ambos os sexos. É lei universal: homem não gosta da rotina de mulher desapetrechada!

A mulher moderna, junto com o modelo despojado, adquiriu uma consciência ecológica: vai à churrascaria, come carne magra e bebe suco de laranja, do politicamente correto, não joga lixo no chão. Por serem, muitas delas emancipadas e melhor remuneradas que os companheiros, elas passam a “dar as cartas”. Há dias fui a um restaurante e um casal almoçava em frente a mim. Ela, de jeans, camiseta branca e rosto desbotado, comia saladas e tomava suco. Ele, por cooptação também bebia suco. De repente ele começa a chacoalhar o saleiro, pois a comida devia estar com pouco sal. Aí surge a prepotência da “chefa”: ela arranca o objeto da mão do carinha, coroando-o com uma lição sobre os perigos do sal. O jovem, subservientemente, ficou em absoluto silêncio...