Os intocáveis do RL.

Eu sempre afirmei as coisas baseando-me nos 50 anos de janela, de olhar crítico e minucioso do cotidiano, com critério eu julgo e lanço aos olhares não com a intenção de influenciar, mas como a cumprir uma missão, seja na poesia, no artigo, no conto, eu procuro levar aos olhos daqueles que procuram os meus textos o melhor deste meio século de vida, senão um escritor respeitado, que escreve com requinte alguém que gosta de compartilhar o que eu acho que os olhos da humanidade devem saber e  que também um dia no meandro de suas vidas o façam, destacando o que viram.
Pois bem, o que me trás aqui hoje é a critica que a corregedora geral da justiça Eliana Calmon fez em público na quarta de que a justiça esconde “bandidos de toga”, e que o ministro Marco Aurélio de Mello, apressou-se para afirmar também em publico:
“A nossa corregedora cometeu um pecadilho, mas também não merece a excomunhão maior. Ela tem uma bagagem de bons serviços prestados à sociedade brasileira. É uma juíza de carreira, respeitada. Uma crítica exacerbada ao que ela versou a rigor fragiliza o próprio Judiciário e o próprio conselho”,
Resumindo o que o ministro afirmou é que, sim, a corregedora cometeu um “pequeno crime”, e que por este não deveria ser punida, não descendo de seu pedestal para comungar o afirmado dando a entender que na justiça, não há bandidos, e valendo-se deste referencial, vale dizer que não há bandidos nos hospitais, nas forças publicas, nas empresas, não há bandidos nas famílias decentes... Nas forças armadas. Há sim, há em todos os setores, e o que causa espécie é que um juiz como Aurélio de Mello não reconheça isso, a democracia por si só já é frágil, e se você somar a isso esta ditadura na justiça, nos teremos de um lado o paternalismo irresponsável do executivo, no outro a corrupção ativa no legislativo e para completar toda nesta usurpação do estado de direito, vemos os poderes paralelos se agigantando,  sem vermos onde fundarmos a casamata para nos defendermos, pois até os juízes berram sua superioridade diante de “simples mortais”
Há que se admitir que a nossa casa não seja habitada por anjos e arcanjos e que não é só do lado de fora das fronteiras do nosso lar é que há o mal feito, o engendramento dos crimes, o desvio de conduta e a famigerada corrupção ativa.
Há sim bandidos no judiciário, mas também posso afirmar que lá como em qualquer lugar deste país Deus não habita exclusivamente, portanto a hipótese de que neste ou naquele lugar não há o desvio de conduta pode passar pela cabeça de algum com rompantes ditatoriais, mas não nos conceitos dos homens de bem deste país, porque uma vez implantada a democracia no Brasil, não há voz maior que a da multidão, e todos sem exceções podem comungar da certeza que esta corregedora falou por cada brasileiro, quando disse que há “bandidos de toga”, como há em todos e em cada canto desta nação, infestada de lixo enfeitado de paletó e gravata, e não só disso, mas de todas as formas, derivadas da tolerância estatal, trafico de drogas, e desmandos de toda a espécie.
E como no meu simplório entendimento há que haver um cúmplice corporativismo para que haja esta defesa mútua diante de ataques, no nosso glorioso RL, por certo não haveria intocáveis, mesmo porque eu sempre admiti e divulguei que aqui cada um defende-se como pode, e quando não há união, é sabido que não há ambiente para que o mito exista. Não que seja um terreno estéril o RL, no meu caminho uma obra da democracia e fora pequenas contendas, as letras, estas sim, poderosas, dão o tom nas suas paginas.
 
Malgaxe
 
Malgaxe
Enviado por Malgaxe em 29/09/2011
Reeditado em 19/08/2016
Código do texto: T3248381
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